quinta-feira, 30 de junho de 2016

Queda vertiginosa de posição



A queda é vertiginosa. Sem investimento, a Bacia de Campos está perdendo rapidamente a posição de destaque no cenário nacional de produção de petróleo. “Resumo da ópera: Enquanto a Petrobras não voltar a investir pesado na Bacia de Campos estamos fadados a perder posição relativa para outras bacias. Já fomos 80% e agora estamos caminhando rápido para apenas 60%”, explica o analista econômico Ranulfo Vidigal. O superintendente de Petróleo, Energias Alternativas e Inovação Tecnológica de Campos, Marcelo Neves, ainda destaca que “se não houver novos investimentos, entrada em operação de novos campos a curto e médio prazo estaremos sendo alcançados”. A mudança de posição no ranking vem se acentuando nos últimos dois anos.

Nem as boas notícias, como o último depósito da Agência Nacional de Petróleo (ANP), com aumento dos royalties para os municípios produtores da Bacia de Campos é capaz de conter essa maré negra. Referente à produção de abril, para a maioria das cidades da região, o repasse registra nova alta, como é o caso de Campos, que recebeu R$ 23.001.211,50, valor 11,1% superior que o repassado em maio.

— Foram dois milhões a mais esse mês, em comparação o depósito anterior, mas muito aquém do que os municípios precisam. Por outro lado, interrompe a frequência de queda nos valores que vêm ocorrendo desde o início do ano — diz Marcelo, ressaltando que o futuro projetado há 10 anos, quando se falava que o petróleo poderia se extinguir ‘esse futuro ainda não chegou’. Segundo ele, o mundo do petróleo é muito dinâmico, o petróleo terá sempre uma função nobre e está longe de deixar de ter a importância que tem hoje.

Segundo a Folha de São Paulo, o “Estado do Rio vai receber mais royalties do petróleo a partir de 2017”. A previsão é da ANP. Com base em dados da Agência aponta-se que a arrecadação de royalties para o Estado do Rio de Janeiro passará, em termos nominais, de R$4,5 bilhões em 2016 — queda de 15% em relação ao ano passado — para R$7,9 bilhões em 2017; R$ 10,2 bilhões em 2018; e R$12,9 bilhões em 2020. Essa alta derivará “principalmente do início da produção em plataformas do pré-sal”.

— Em primeiro lugar, isso aponta que o pré-sal continua viável. Em segundo lugar, o Rio de Janeiro, ao menos tão cedo, não deve voltar a ter os recursos que recebeu em termos reais (descontada a inflação) no ano de 2014. Mas, no caso da Bacia de Campos (que não tem campo de pré-sal), com produtividade negativa, a que interessa ao Norte Fluminense, pouco deverá ser alterar. É uma alta acelerada do pré-sal, que gera mais recursos para Maricá, Rio capital, etc. — diz Ranulfo.

No último balanço, pré-sal foi estrela da vez

No início do mês de junho, a Petrobras divulgou o balanço da produção de petróleo em maio, que foi de 2,83 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), 5% acima do volume produzido em abril (2,69 milhões boed) e 2% acima do produzido em maio de 2015, dos quais 2,64 milhões boed foram produzidos no Brasil e 190 mil boed no exterior.

A produção média de petróleo, em maio, foi de 2,24 milhões de barris por dia (bpd), 6% acima do volume produzido no mês anterior, que foi de 2,12 milhões bpd, e 1% acima do produzido em maio de 2015. Desse total, 2,16 milhões bpd foram produzidos no Brasil e 85 mil bpd no exterior.
A produção de petróleo e gás natural operada pela Petrobras na camada pré-sal, em maio, cresceu 15% em relação ao mês anterior e bateu novo recorde mensal, ao alcançar o volume de 1,15 milhão boed.

Plano de Negócio — Segundo a Petrobras, o Plano de Negócio e Gestão 2015-2019 prioriza, para a Bacia de Campos, investimentos no pós-sal, onde, em 2017, está previsto o início da produção em dois campos: Tartaruga Verde e Tartaruga Mestiça.

Além disso, no mesmo ano, há a previsão de realização do Teste de Longa Duração do reservatório de Forno, no pré-sal da concessão de Albacora. Ressalta-se, ainda, que a Petrobras obteve, para os campos de Marlim e Voador, a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a prorrogação da vigência dos contratos de concessão até o ano de 2052.
Dora Paula Paes/Foto: Divulgação/Show Francisco 

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