Juiz da 1ª Vara Criminal de SJB, Leonardo Cajueiro disse que o processo fica na comarca. Dois denunciados devem ser julgados em São Fidélis
“Meninas de Guarus” envolve empresários, políticos e figuras influentes do município
“Não estou deixando o caso”, esclareceu o juiz da 1ª Vara Criminal de São João da Barra, Leonardo Cajueiro, ao falar - com exclusividade à reportagem do Terceira Via - sobre a suspeição de julgar dois dos 20 denunciados pelo crime de pedofilia, conhecido como “Meninas de Guarus”, que envolve empresários, políticos e figuras influentes do município. Ele acrescentou que o processo está chegando às mãos da Justiça agora. Até então o caso estava em poder da polícia e do Ministério Público.
A suspeição se deu em relação ao julgamento do 13º e 19º colocados da lista de vinte denunciados, nos termos da resolução 82/2009 do Conselho Nacional de Justiça. Cajueiro se justificou nos autos do processo.
"No presente processo, em que há inúmeros denunciados, muito embora nenhum deles seja pessoa de nosso relacionamento pessoal, dois dos denunciados são pessoas próximas o bastante para gerar desconforto suficiente para repercutir em nossa imparcialidade", escreveu em seu despacho.
O juiz explicou que sua preocupação é colocar o processo para andar. “O processo chegou a mim depois que juízes da comarca de Campos, se consideraram impedidos de julgar. Mas, caso surja um novo juiz em Campos, que não esteja impedido de julgar, o processo volta para lá, seguindo a ordem de tabelamento”. Se isso não acontecer, os dezoito denunciados serão julgados em São João da Barra.
O julgamento dos dois denunciados segue a mesma ordem. Ou seja, com a suspeição pelo juiz da 1ª Vara Criminal, o julgamento deve ser feito pelo juiz da 2ª Vara Criminal. "Porém, como esta vara está sem juiz, na ordem de tabelamento, os denunciados devem ser julgados pelo juiz de São Fidélis", afirmou.
Cajueiro observou que decidiu manter o caso em segredo de justiça porque algumas informações acabaram "vazando". Ele esclareceu que vai julgar pelas provas que foram produzidas. “Para a Justiça todos são presumidamente inocentes. Justiça consiste em julgar uma pessoa, dando a ela a possibilidade de se defender”.
Quanto à interdição dos motéis, o magistrado explicou que se trata de uma providência cautelar para preservar o resultado do processo.
Terceira Via/Show Francisco