MATHEUS BERRIEL
Rodoviários em protesto no centro / Matheus Berriel
Pelo segundo dia seguido, os ônibus da empresa São Salvador não circularam, em Campos. Nesta terça-feira (23), pela manhã, houve manifestação em pontos distintos da avenida José Alves da Azevedo (Beira-Valão), em frente à rodoviária Roberto Silveira e ao ponto de parada do outro lado do valão. Além de não trabalharem, os motoristas e cobradores da São Salvador impediram que ônibus das outras empresas mantivessem o atendimento à população. Muitos passageiros tiveram que descer. Depois, o protesto se estendeu para a frente da Prefeitura. Os trabalhadores reivindicam o pagamento de cinco salários atrasados, reajuste no valor da passagem, melhores condições de trabalho e fiscalização ao transporte alternativo.
Na São Salvador, houve troca de gestão no final de 2017 e os novos gestores herdaram grande parte da dívida. "Nós estamos reivindicando salários atrasados há quatro meses, mais o 13º e a regularização da tarifa que não acontece desde 2010. Tem empresário de outra empresa mentindo, dizendo que os funcionários dele estão em dia ou com poucos dias de atraso. Mentira, eles estão na mesma situação nossa, menos os da Jacarandá, porque a empresa paga de forma semanal. A nova gestão da São Salvador está com poucos funcionários em atraso, pagou o mês de dezembro para 50% dos funcionários. Mas, não estão conseguindo completar a folha salarial", explicou um dos motoristas, que preferiu ter a identidade preservada.
— A Prefeitura tem que dar um suporte à empresa, para que ela ande em dia com a gente. Se não der, não tem como eles manterem o salário em dia. Queremos os nossos direitos e também que eles tenham condições para manterem os nossos direitos em dia — completou o trabalhador.
Na São Salvador, houve troca de gestão no final de 2017 e os novos gestores herdaram grande parte da dívida. "Nós estamos reivindicando salários atrasados há quatro meses, mais o 13º e a regularização da tarifa que não acontece desde 2010. Tem empresário de outra empresa mentindo, dizendo que os funcionários dele estão em dia ou com poucos dias de atraso. Mentira, eles estão na mesma situação nossa, menos os da Jacarandá, porque a empresa paga de forma semanal. A nova gestão da São Salvador está com poucos funcionários em atraso, pagou o mês de dezembro para 50% dos funcionários. Mas, não estão conseguindo completar a folha salarial", explicou um dos motoristas, que preferiu ter a identidade preservada.
— A Prefeitura tem que dar um suporte à empresa, para que ela ande em dia com a gente. Se não der, não tem como eles manterem o salário em dia. Queremos os nossos direitos e também que eles tenham condições para manterem os nossos direitos em dia — completou o trabalhador.
Rodoviários em protesto no centro / Matheus Berriel
Presente na manifestação, o tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campos, Edson Rangel, demonstrou apoio ao ato. "Nós estamos tentando organizar, para não haver baderna. A empresa parou, há falta de pagamentos. Os funcionários estão há quatro meses sem receber, mais o 13º. Não tem como trabalhar, o pessoal está passando necessidades. Uns sem luz, outros sem água, alguns sem comida em casa. A gente ressalta que não é greve, é uma manifestação, que chegou ao seu segundo dia. As outras empresas estão dando apoio, todo mundo parando, sem baderna, sem confusão. É um acordo deles. A gente só está aqui para controlar", afirmou.
Em determinado momento do protesto na Beira-Valão, que durou das 9h às 10h40, o clima ficou tenso quando um motorista da Cordeiro tentou avançar com o ônibus, que levava poucos passageiros. Revoltados, alguns funcionários da São Salvador reforçaram o bloqueio, enquanto outros entraram e mantiveram-se no interior do ônibus até que este fosse encostado na via. Os passageiros não puderam completar a viagem. Pouco antes, um jovem havia se revoltado ao ter que descer no mesmo local que pegou o coletivo, na rodoviária.
— Eu sou trabalhador. Vou chegar atrasado. Acabei de pagar a passagem e desci no mesmo lugar que paguei. Isso é um absurdo. Vocês têm que cobrar do patrão de vocês, ir à justiça, mas não podem impedir a população de trabalhar — gritou aos funcionários da São Salvador, enquanto saia para buscar outra forma de ir ao trabalho. Como estava apressado, não quis parar para se identificar à imprensa.
Protesto em frente à Prefeitura - Guardas civis municipais e policiais militares acompanharam a manifestação na rodoviária para evitar maior confusão caso os ânimos ficassem mais exaltados. Alguns PMs também acompanharam o grupo de cerca de 50 funcionários da São Salvador na caminhada até a Prefeitura, onde os motoristas e cobradores permaneceram durante mais de uma hora. Um dos portões foi fechado e funcionários públicos tiveram que usar apenas o outro, destinado à saída de veículos.
Por volta das 11h45, um representante da nova gestão da São Salvador, identificado apenas como João, que não quis dar entrevista à reportagem, reuniu os funcionários e encerrou o protesto. De acordo com ele, representantes da Prefeitura ficaram de realizar uma reunião na próxima quinta-feira (25). Nesta quarta (24), os ônibus não vão circular, mas as manifestações só voltarão caso não haja um posicionamento oficial até o prazo prometido.
Em determinado momento do protesto na Beira-Valão, que durou das 9h às 10h40, o clima ficou tenso quando um motorista da Cordeiro tentou avançar com o ônibus, que levava poucos passageiros. Revoltados, alguns funcionários da São Salvador reforçaram o bloqueio, enquanto outros entraram e mantiveram-se no interior do ônibus até que este fosse encostado na via. Os passageiros não puderam completar a viagem. Pouco antes, um jovem havia se revoltado ao ter que descer no mesmo local que pegou o coletivo, na rodoviária.
— Eu sou trabalhador. Vou chegar atrasado. Acabei de pagar a passagem e desci no mesmo lugar que paguei. Isso é um absurdo. Vocês têm que cobrar do patrão de vocês, ir à justiça, mas não podem impedir a população de trabalhar — gritou aos funcionários da São Salvador, enquanto saia para buscar outra forma de ir ao trabalho. Como estava apressado, não quis parar para se identificar à imprensa.
Protesto em frente à Prefeitura - Guardas civis municipais e policiais militares acompanharam a manifestação na rodoviária para evitar maior confusão caso os ânimos ficassem mais exaltados. Alguns PMs também acompanharam o grupo de cerca de 50 funcionários da São Salvador na caminhada até a Prefeitura, onde os motoristas e cobradores permaneceram durante mais de uma hora. Um dos portões foi fechado e funcionários públicos tiveram que usar apenas o outro, destinado à saída de veículos.
Por volta das 11h45, um representante da nova gestão da São Salvador, identificado apenas como João, que não quis dar entrevista à reportagem, reuniu os funcionários e encerrou o protesto. De acordo com ele, representantes da Prefeitura ficaram de realizar uma reunião na próxima quinta-feira (25). Nesta quarta (24), os ônibus não vão circular, mas as manifestações só voltarão caso não haja um posicionamento oficial até o prazo prometido.
Hoje, a empresa não tem condições. Se pagar vocês, não tem ônibus. Se pagar o ônibus, não paga vocês. Eu não vou assumir que vocês voltem a trabalhar sem haver uma perspectiva de pagamento. Estou sendo muito claro, como já fui em outras ocasiões. Não dá para pagar. A gente tem que dar esse voto para eles, esperar essa reunião até quinta-feira. Quem quiser voltar a trabalhar, que volte. No meu modo de ver, vamos esperar até quinta-feira. Aí, vamos decidir se a gente continua a fazer manifestação ou não — afirmou o representante da São Salvador aos funcionários.
Em nota, através da superintendência de Comunicação, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que a paralisação é ilegal e, na segunda-feira (22), a empresa foi notificada para a retomada imediata do serviço. Segundo a nota, representantes do Consórcio União também foram convocados para reunião, nesta terça (23), na sede do órgão. "O presidente do IMTT, Renato Siqueira, esclarece que tem mantido diálogo permanente com os representantes dos consórcios de transporte coletivo e está aberto a ouvir sugestões e esclarecer dúvidas, sempre primando pela melhoria da qualidade do atendimento à população. Desde o ano passado, as empresas recebem o valor referente à passagem, de R$ 2,75, direto do usuário, e não mais dependem de complementação por parte da Prefeitura de Campos", diz um trecho da nota.
Em relação ao combate ao transporte clandestino, o IMTT informou que "vários carros são apreendidos nas constantes operações, iniciadas em 2017, e intensificadas a partir de novembro com mais de mil abordagens". Segundo o órgão, "aos serem flagrados no exercício ilegal do transporte de passageiros, motoristas e proprietários dos veículos irregulares, além de terem o veículo apreendido, ficam sujeitos a responder criminalmente pela atividade ilegal". O órgão orientou a população a optar por ônibus, táxis e vans, cadastrados pelo Serviço de Transporte Alternativo Municipal de Passageiros (Setamp), que são os modais regularizados no município.
Em nota, através da superintendência de Comunicação, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que a paralisação é ilegal e, na segunda-feira (22), a empresa foi notificada para a retomada imediata do serviço. Segundo a nota, representantes do Consórcio União também foram convocados para reunião, nesta terça (23), na sede do órgão. "O presidente do IMTT, Renato Siqueira, esclarece que tem mantido diálogo permanente com os representantes dos consórcios de transporte coletivo e está aberto a ouvir sugestões e esclarecer dúvidas, sempre primando pela melhoria da qualidade do atendimento à população. Desde o ano passado, as empresas recebem o valor referente à passagem, de R$ 2,75, direto do usuário, e não mais dependem de complementação por parte da Prefeitura de Campos", diz um trecho da nota.
Em relação ao combate ao transporte clandestino, o IMTT informou que "vários carros são apreendidos nas constantes operações, iniciadas em 2017, e intensificadas a partir de novembro com mais de mil abordagens". Segundo o órgão, "aos serem flagrados no exercício ilegal do transporte de passageiros, motoristas e proprietários dos veículos irregulares, além de terem o veículo apreendido, ficam sujeitos a responder criminalmente pela atividade ilegal". O órgão orientou a população a optar por ônibus, táxis e vans, cadastrados pelo Serviço de Transporte Alternativo Municipal de Passageiros (Setamp), que são os modais regularizados no município.