DORA PAULA PAES
Prefeita Carla Machado / Divulgação
São João da Barra aparece entre os “gigantes” no interior do Estado do Rio na abertura de vaga de emprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, de maio, confirma essa posição de destaque. O município sanjoanense fechou o mês com um saldo líquido de 239 pessoas empregadas com carteira assinada, contra Macaé com 86 e Campos com menos 29. A construção civil e o setor de serviços foram os maiores empregadores. Mesmo com números favoráveis e mecanismos empregados para a geração de emprego, o governo da prefeita Carla Machado quer mais. Afinal, atualmente, o município inda tem 9.458 currículos no banco de dados oficiais, sendo 5.918 somente de cidadãos sanjoaneses; todos esperando uma oportunidade.
Os dados foram divulgados no último dia 20 de junho. Para o economista José Alves de Azevedo Neto, verifica-se o bom desempenho do município em alguns segmentos econômicos no que se refere a geração de empregos formais no período de janeiro a maio de 2018, quando comparado ao mesmo período do ano de 2017.
— Importa salientar, baseado nos dados do Caged, que São João da Barra, dentro do contexto regional de lenta recuperação econômica, apresentou, sim, melhora no seu quadro de empregabilidade, exatamente alavancado, nos dois segmentos econômicos, dependentes da dinâmica do Porto do Açu, como a guisa de exemplo, o de serviços e o da construção civil. Com isso, o saldo líquido total acumulado de todos os segmentos de janeiro a maio de 2017 foi de 70 empregos e, no ano de 2018, de 449. Boa notícia — disse José Alves.
Ainda, segundo o levantamento, o setor que mais contratou foi o da construção civil, exibindo o saldo líquido positivo de 321 postos de trabalho, no ano de 2018. No período de janeiro a maio de 2017 este segmento fechou 242 vagas de empregos. “Os números deste ano demonstram o reaquecimento do setor responsável por grande absorção de mão de obra desqualificada, sobretudo, num cenário de crise econômica e financeira. Puxado, obviamente, pelas obras de infraestrutura do grande investimento, localizado no município, o Porto do Açu, que a despeito da retomada lenta das suas atividades, já produz os seus reflexos positivos na curva de empregabilidade”, analisa José Alves.
O outro segmento relevante intimamente ligado as atividades portuárias, o de serviços, encerra os primeiros cinco meses de 2018, gerando 94 empregos formais: “Ressaltamos, porém, que a empregabilidade para nós não se resume somente ao Porto do Açu. Vamos trabalhar todas as formas possíveis e viáveis como os Arranjos Produtivos Locais, envolvendo as Associações, Cooperativas, Economia Criativa e Solidária e estimulando ainda mais o empreendedorismo e promovendo as qualificações necessárias”, garante a prefeita.
Carla Machado fala de trabalho intenso
A prefeita Carla Machado não acredita em fórmula mágica, pelo contrário, garante que é preciso trabalhar muito para atender à demanda e anseio da população por uma colocação no mercado de trabalho.
“O ano de 2017 também foi de crise e desemprego por todo país, mas dentro de nossa estrutura administrativa, mecanismos foram criados para impulsionar o setor de empregabilidade. Além de criar a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, que engloba a superintendência de Trabalho e Renda, reativamos o Balcão de Oportunidades. Um sistema de acesso online foi criado onde qualquer cidadão pode cadastrar seu currículo ou até mesmo criá-lo dentro do portal. Este também foi, sim, um avanço importante”, destaca a prefeita.
Carla também explica que o diálogo foi novamente aberto entre Prefeitura e Porto do Açu, com reuniões constantes cujo tema principal tem sido a empregabilidade. “Neste mesmo sentido criamos a Comissão de Trabalho, Tecnologia e Educação (Comtrate), que reúne os Recursos Humanos (RHs) de todas as principais empresas atuantes no complexo portuário do Açu e setores da Prefeitura, como as secretarias de Educação e Cultura e de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico. O objetivo do “Comtrate” é aproximar o poder público dos RHs das contratantes, para estabelecermos, juntos, as diretrizes das políticas públicas de qualificação e empregabilidade local. O resultado desta aproximação tem sido de suma importância para que consigamos avançar nestas políticas públicas, e os resultados começam a surgir”, finaliza.
Maio foi positivo para carteira assinada
Para o também economista Alcimar Ribeiro, o emprego formal avançou em maio na região Norte Fluminense, puxado pela construção civil em São João da Barra e pelo setor agropecuário em São Francisco de Itabapoana. O saldo de emprego em maio na região foi maior 133,5% em relação ao saldo de abril.
“São Francisco de Itabapoana gerou a 154 novos empregos, enquanto Macaé gerou 86 novos empregos. Já Campos eliminou 29 vagas”, contabiliza o economista.
O município de Quissamã também fechou maio com saldo positivo de 22 empregos, já São Fidélis ficou negativo em menos 48 vagas.