Marcão deve assumir a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social para ganhar mais projeção; Joilson corre por fora
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MARCOS CURVELLO
Embora ainda reste a Rafael Diniz (PPS) quase dois anos de governo, a eleição de 2020 já pauta a política em Campos. Como mostrado na última edição, que chegou às bancas no dia 20, não só o prefeito já confirmou sua pré-candidatura à reeleição, como Garotinho (PRP) apresentou Rosinha (Patriota) como candidata do grupo. Policial militar e segundo deputado federal mais votado em Campos em 2018, Gil Vianna (PSL) também se colocou no páreo, cacifado pela bom desempenho da sigla em todo o país, no rastro do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Mas, a expectativa é de que outros nomes se apresentem, ou mesmo substituam os já colocados, nos próximo meses.
E se o caminho normal seria a disputa se polarizar entre o atual e a ex-mandatária de Campos, cujos grupos políticos se antagonizam na arena pública, ela pode acabar acontecendo sem qualquer um deles ou até sem ambos. Rosinha, como apontado na última edição, está inelegível desde que Câmara de Vereadores de Campos reprovou, em julho do ano passado, as contas da Prefeitura referentes ao ano de 2016. A inelegibilidade foi mantida pelo TRE-RJ e, se quiser concorrer, a ex-prefeita terá de ir à Justiça sem qualquer resultado favorável favorito.
Já Rafael, embora tenha chegado à Prefeitura surfando o antigarotismo que lhe propiciou uma vitória em primeiro turno contra o candidato de Rosinha, Dr. Chicão (PR), viu seu prestígio junto ao eleitorado murchar conforme lidava com um déficit alegado de R$ 230 milhões, que resultou no corte de programas sociais, atraso de pagamentos de prestadores de serviço e 13º de servidores, além dificuldades em manter serviços básicos, como varrição de rua e manutenção de praças e jardins.
O custo eleitoral da rejeição pode fazer com que tanto Rosinha quanto Rafael lancem mão de substitutos para manterem seus respectivos grupos políticos competitivos politicamente. As escolhas naturais seriam Wladimir Garotinho (PRP) e Marcão Gomes (PR), respectivamente.
PLANO B
Wladimir é o segundo filho do casal Anthony e Rosinha Garotinho na Câmara, em Brasília — a outra é a deputada reeleita Clarissa Gartinho (PROS). Federal mais votado em Campos, onde nasceu, em 2018, ele nunca havia ocupado um cargo eletivo anteriormente e nem contava com a boa vontade do clã.
Até 2014, o currículo de Wladimir se resumia à presidência do diretório municipal do PR, sigla em que estava desde 2008. Naquele mesmo ano, acabou preterido pelo pai, que apoiou a candidatura de Geraldo Pudim à Câmara e o proibiu de concorrer ao cargo do qual tomou posse nesta sexta-feira (1º).
Mas, os 30.795 votos que recebeu na cidade apontam que Wladimir pode ganhar, até 2020, musculatura para substituir a mãe, Rosinha, na tarefa de representar o grupo.
Já Marcão Gomes cumpre seu segundo mandato como vereador em Campos e presidiu a Câmara de Vereadores do município no biênio 2017-2018. Também candidato a deputado federal em 2018, recebeu 29.044 votos e acabou como primeiro suplente do PR em Brasília.
Marcão é, desde já, uma carta na manga do grupo encabeçado por Rafael Diniz, já que deve voltar à Câmara de Vereadores por curtíssimo espaço de tempo após a volta do recesso. A previsão é de que logo ele passe a compor o secretariado do prefeito, substituindo Sana Gimenes no Desenvolvimento Humano e Social.
É na pasta que são gestados e geridos os programas sociais do município, o que, cumprida a promessa de retorno destes benefícios, a transformam em uma importante vitrine política.
Nela, Marcão poderá testar sua viabilidade como nome forte do grupo caso pesquisas demonstrem que Rafael tenha se tornado incapaz de recuperar a propulsão política que o catapultou ao Executivo.
OUTROS NOMES
Outros dois nomes apontados como possíveis candidatos nos bastidores da política da planície são os de Caio Vianna e do empresário do ramo de supermercados Joilson Barcellos.
Filho do ex-prefeito de Campos Arnaldo Vianna e da ex-vereadora Ilsan Vianna, Caio foi mais um candidato à Câmara dos Deputados em 2018. Não se elegeu, mas o bom desempenho nas urnas em 2016, quando recebeu mais de 31 mil votos para prefeito em sua primeira candidatura a um cargo eletivo, o tornam um concorrente a ser considerado.
Já Joilson Barcelos foi, por mais de uma vez, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos. Da última vez que ocupou a presidência, esteve à frente da entidade entre 2016 e 2018.
A candidatura de Joilson seria bem vista — e até desejada — por setores do comércio e da indústria de Campos, embora sua disposição nunca tenha sido confirmada oficialmente.
Além destes, outros nomes vão surgir com o passar dos meses, e até que tabuleiro da política esteja posicionado, tudo é possível.
Fonte:Terceira Via