Engenheiro Alexandre Fontes foi atingido na cabeça e precisou passar por cirurgia
Por Yan TavaresA queda de uma placa de letreiro na região da Pelinca, que atingiu gravemente um homem, no último dia 10, gerou grande repercussão em Campos e chamou atenção para as condições destas estruturas pela cidade. O engenheiro Alexandre Henrique de Oliveira Fontes, de 62 anos, teve ferimentos em um dos braços e na cabeça, vértebra fraturada, coluna comprimida e perda de movimento de uma das pernas. As imagens do local após o acontecido assustaram a população na internet, pela quantidade de sangue no chão.
Após ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital Ferreira Machado, a vítima foi transferida a uma unidade médica particular na cidade. Chegou a precisar de doação de sangue nos dias seguintes ao caso. Na última quarta-feira (14), passou por cirurgia.
Na região central da cidade, é possível notar prédios e imóveis com estrutura precária, infringindo riscos à população. Na Rua Oliveira Botelho, uma viga de concreto pendurada sobre uma calçada expõe a quem passa pelo local. Segundo comerciantes das proximidades, o imóvel funcionava como estacionamento e está abandonado.
“É uma casa que está abandonada há um ano. E isso é algo corriqueiro aqui na região, que está precisando muito de atenção. Comércios fechando, lojas, prédios e casas cada vez mais abandonados. Esses imóveis passam a ser invadidos e a servir como pontos de uso de drogas e esconderijos para prática de furtos na região. Quem ainda empreende por aqui sofre com os riscos de assalto. E quem passa pela área, também corre risco de dengue, com tantos imóveis abandonados. São situações que precisam ser vistas”, enfatizou o atleta e empresário Afonso Celso Pacheco.
Receio
A equipe do J3News visitou o local na última quarta-feira. O cenário encontrado foi muito parecido com o que foi visto no dia do incidente. A placa de letreiro de identificação do edifício permanecia próxima ao lugar em que caiu. O espaço chegou a ser isolado no fim de semana do caso, mas depois voltou a ficar aberto ao público normalmente.
Bancária e advogada aposentada, Sandra Pessanha conversou com a equipe do J3 no local em que o incidente foi registrado. Ela comentou que visita o edifício constantemente.
“Vi esse prédio ser construído. Hoje, passo com certa frequência pela galeria e fico aqui de vez em quando nessa entrada. Minha filha quando soube do caso, logo me avisou, para que tomasse cuidado”, comentou.
O condomínio informa que vem tomando todas as providências cabíveis, acompanhando de perto a situação do engenheiro. “O Síndico esteve no hospital, no dia 13, estando pessoalmente com o Sr. Alexandre, que vem se recuperando bem. Em relação às demais providências, foi solicitada perícia particular para apurar o que levou a este lamentável acidente. Cabe ressaltar que o condomínio possui seguro que cobre danos contra terceiros, o qual já foi devidamente acionado.O totem só será recolocado depois de apuradas as condições do acidente. Por fim, informa o condomínio que encontra-se à disposição para prestar os devidos esclarecimentos, assim que todas as dúvidas forem sanadas pela equipe técnica competente”.
O J3News questionou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) sobre a solicitação de uma sindicância, para apurar a situação do edifício em relação à segurança de itens de sinalização e publicidade. O órgão não deu retorno até o fechamento desta matéria.
Questionada, a Prefeitura não respondeu sobre qual órgão é responsável por cuidar de casos de placas e estruturas que impõem risco à população pela cidade, nem sobre como é feito esse monitoramento.