sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Crime da Mega-Sena: promotora pede condenação da viúva e absolvição dos demais réus

Adriana Almeida, nesta quinta-feira Foto: Roberto Moreyra / Extra

Marcelo Gomes

Em sua sustentação oral, que levou duas horas e meia, a promotora Priscila Nageli Vaz pediu aos jurados a condenação da viúva do milionário Renné Senna, Adriana Almeida, pelo homicídio duplamente qualificado e a absolvição dos outros três acusados do crime.
Segundo a promotora Adriana conheceu Renné no fim de 2005, após ele já ter ganho a Mega-Sena. Foi quando passou a demonstrar interesse nele. O relacionamento começou no réveillon de 2005/2006 e rapidamente a ex-cabeleireira foi morar na casa do milionário, no Recreio dos Bandeirantes. Ao se mudar para a fazenda de Renné, em Rio Bonito, em meados de 2006, Adriana começou a afastar os parentes de Renné e passou a administrar seu dinheiro. Em outubro daquele ano, o milionário mudou seu testamento, incluindo a esposa como herdeira de 50% de sua fortuna.
De acordo com Priscila, o crime passou a ser planejado em novembro, após Adriana ouvir uma conversa entre Renné e sua filha, Renata Senna. O milionário pediu para ser interditado pois havia perdido o controle da administração de sua fortuna.
- Adriana desconfiava que o PM Davi Vilhena, que integrava a segurança da fazenda, tinha sido assassinado por Anderson Souza e Ednei Gonçalves (cúmplices de Adriana condenados pela execução de Renné em 2009). Davi foi morto após contar a Renné que Anderson e Ednei não eram policiais, o que motivou a demissão de ambos em outubro daquele ano. Davi foi assassinado cinco dias após a demissão. Depois da dispensa, Adriana perdeu o contato com Anderson. Mesmo sabendo da periculosidade dele e dos boatos de que ele pretendia sequestrar sua filha, ela voltou a falar com ele por telefone para tramar a morte de Renné em novembro de 2006 - disse Priscila.
Segundo ela, entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007 os telefonemas entre Adriana e Anderson se intensificaram. No dia 4 de janeiro de 2007, três dias antes do crime, Renné e Adriana tiveram uma discussão séria na fazenda e, após a briga, Adriana foi para Arraial do Cabo com seu amante, Robson Oliveira. A viúva sustenta que o bate-boca foi motivado pelas frequentes idas do milionário a bares de Rio Bonito sem segurança, tese que a promotora rebate:
- Na verdade, o motivo daquela briga foi o fato de Renné ter descoberto que Adriana havia comprado um apartamento em Arraial do Cabo sem ele saber.
A promotora disse ainda que que no dia 5 de janeiro Adriana voltou para a fazenda após receber uma ligação de Anderson. No dia seguinte, véspera do crime, a então esposa de Renné estava em São Gonçalo, o que foi comprovado por uma antena de celular.
- Nesse dia, Adriana foi à casa de Anderson para combinar os últimos detalhes di crime que seria no dia seguinte - contou Priscila.

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