terça-feira, 26 de junho de 2012

Ministério Público, Receita e polícia fazem operação contra fraudes em BH

Polícia cumpre mandado na casa do empresário Alvimar Perrella.

Desvio na alimentação de presídios e merenda também é apurado no Norte.

Do G1 MG

         O Ministério Público Estadual, a Receita Estadual e as polícias Militar e Federal realizam uma operação contra fraudes em merenda escolar e alimentação destinada a presídios, na manhã desta terça-feira (26) em Belo Horizontee Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais. Estão sendo cumpridos dez mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão em residências e empresas, segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público.

         A promotoria informou que, em Belo Horizonte, mandados são cumpridos na casa e em uma empresa do ramo alimentício de Alvimar Perrela, ex-presidente do Cruzeiro. O G1 ligou para o celular de Alvimar Perrella e foi atendido por outra pessoa, que se identificou como motorista dele e disse que o empresário não poderia falar no momento.

As investigações apontam que uma organização criminosa tenha se apropriado de ao menos um terço do valor de contratos firmados com a administração pública, que destinou aproximadamente R$166 milhões para pagamento de refeições para presídios e casas de detenção. Donos de empresas são investigados pelos crimes.

           Outra ponta da operação é realizada em Montes Claros, com o objetivo de desarticular quadrilha que fraudava licitação para contratação de fornecedor de merenda escolar no município. Na cidade, há atuação da Polícia Federal (PF). A assessoria da corporação informou que também são cumpridos mandatos em Tocantins.


         Segundo a assessoria do Ministério Público, as investigações apontam fraudes em licitações da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e do Departamento de Estradas e Rodagens (DER-MG), além de prefeituras, especialmente a de Montes Claros. A promotoria informou que há mandados de prisão para dois secretários municipais, dois assessores, o chefe da divisão de compras e o diretor de um projeto municipal na área de esporte e educação e para um vereador.
Já em Três Corações, há mandado de prisão para o diretor do presídio e, em Belo Horizonte e Juiz de Fora, para vários empresários do ramo de alimentação industrial. Ao todo, participam quatro promotores de Justiça, cinco delegados e 25 agentes de polícia federais, 57 auditores fiscais e 42 policiais militares.
 
Como funcionava a fraude
Segundo o Ministério Público Estadual, escutas telefônicas com autorização judicial mostram que empresários combinavam com antecedência os preços e condições que serão oferecidas para fornecimento de refeições destinadas à população carcerária, restaurantes populares e escolas públicas. Além disso, com o apoio de pessoas especializadas nas rotinas dos pregões públicos, dificultavam ou restringir a participação de outras empresas nas licitações.

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