quarta-feira, 11 de julho de 2012

Polícia usa radar de solo na busca por ossada de engenheira desaparecida

Radar identifica se a terra foi remexida a uma profundidade de 10 metros.

Cerca de 50 pessoas participam da operação na Zona Oeste do Rio.

Rodrigo Vianna Do G1 RJ
Aparelho consegue detectar se o solo foin remexido (Foto: Rodrigo Vianna/G1) 
Aparelho consegue detectar se o solo foi remexido (Foto: Rodrigo Vianna/G1)
 
Agentes da Divisão de Homicídios (DH) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) recomeçaram, por volta das 10h30 desta quarta-feira (11), as buscas pelos restos mortais da engenheira Patrícia Amieiro em um sítio na Estrada de Jacarepaguá, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio.
Engenheira está desaparecida desde 2008 (Foto: Reprodução / Ag. O Globo) 
Engenheira está desaparecida desde 2008
(Foto: Reprodução / Ag. O Globo)

Segundo o promotor Felipe Morais, da 1ª Vara Criminal do MP-RJ, as equipes utilizam um radar de solo capaz de identificar se a terra foi remexida a uma profundidade de 10 metros. São nesses locais que a polícia acredita que possa estar a ossada da engenheira.

“É um equipamento que pode identificar pela compressão do solo se ele foi cavado ou alterado. É nesses locais que vamos concentrar as buscas e tentar localizar o corpo da engenheira. A geografia dificulta o nosso trabalho, pois a vegetação é fechada e o terreno é íngreme. Não temos previsão de término”, disse o promotor.
Cerca de 50 pessoas participam da operação, entre eles agentes da DH, Ministério Público, Corpo de Bombeiros e da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O pai de Patrícia, Antônio Celso de Franco, acompanha de perto as buscas. Ele acredita que o trabalho das equipes seria mais rápido de houvesse a atuação de mais agentes. Para ele, a presença do Exército, por exemplo, poderia ajudar na localização do corpo.
"Um dia ou dois é muito pouco. Tem que ter a participação do Exército, colocar mais aparelho de sonda, para procurar no solo mesmo. Espero que o Ministério Público de sensibilize e só pare as buscas quando fizer o sítio inteiro. Eu não vi as roupas ainda, foram para perícia e agora é aguardar", disse ele.
 
Denúncia anônima
Uma denúncia anônima levou os investigadores ao sítio localizado na Estrada de Jacarepaguá. Segundo a denúncia, nos fundos do sítio existiria um cemitério clandestino, onde estariam enterrados os corpos de várias vítimas de homicídios. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o sistema de vigilância em funcionamento, com câmeras de segurança. Foram apreendidas duas armas e um caderno de anotações sobre máquinas de bingo.
Agentes caminham pela mata em busca de ossada (Foto: Rodrigo Vianna/G1) 
Agentes caminham pela mata em busca de ossada (Foto: Rodrigo Vianna/G1)

No matagal, atrás do sítio, os policiais encontraram terra remexida, pedaços de roupa e restos de comida. Todo o material foi levado para a perícia.

Na terça-feira (10), o delegado da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, disse que não pode afirmar se as roupas encontradas eram roupas femininas. "Podem haver restos mortais aqui, ou não. Podem ser da Patrícia, ou não", afirmou o Rivaldo. "Não tem nada que indique que essas roupas sejam da Patrícia. Não podemos afirmar isso. E não podemos criar uma expectativa, pois isso pode gerar uma frustração muito grande para a família", completou.
 
Quatro anos desaparecida
Na noite de 14 de junho de 2008, a engenheira Patrícia Amieiro Franco, então com 24 anos, desapareceu ao voltar de uma festa na Zona Sul para sua casa na Barra da Tijuca. O carro de Patrícia foi encontrado no Canal de Marapendi. A perícia feita no veículo encontrou vestígios de tiros. Quatro policiais militares são acusados de matar e ocultar o cadáver da vítima, que teve morte presumível decretada pela justiça em junho de 2011.

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