terça-feira, 11 de setembro de 2012

Fiscais da Defesa Agropecuária cruzam os braços em todo o Estado

Sem liberação para abate, frigoríficos de Campos já sentem os reflexos

Sem liberação para abate, frigoríficos de Campos já sentem os reflexos   

Seguindo a onda de movimentos grevistas que atinge todas as esferas do funcionalismo público no país, fiscais da Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura do Rio de Janeiro, responsáveis pela inspeção de produtos e subprodutos de origem animal, incluindo liberação de transporte de gado para abate e fiscalização do procedimento de abate, cruzaram os braços por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira (11/09).

Após paralisação nesta segunda-feira (10/09) e realização de uma assembleia na sede da Secretaria de Agricultura e Agropecuária, em Niterói, a categoria aderiu ao movimento de greve a partir desta terça-feira (11/09), com prazo indeterminado para acabar.

De acordo com o Presidente da Associação dos Servidores da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, Adilson Cruz Bard, cerca de 60% a 70% da categoria aderiu à greve em todo o estado e no município de Campos, há aproximadamente apenas 10% do efetivo trabalhando, já que existem apenas três matadouros. Ele explicou que há bastante tempo, se buscou um acordo com o governo para que houvesse uma solução que viesse trazer melhorias para os funcionários.

“Estamos há mais de dez anos na luta pelo plano de cargo. A princípio, há dois anos, se chegou a um acordo com o governo e se trabalhou muito na montagem desse processo. Foi até elaborada a lei 5772/2010, que institui o plano de cargo complementar da administração direta e que foi muito necessária, pois beneficiou muitas carreiras. Mas algumas coisas não foram revistas, como o salário de pessoas que já possuem mais de dez anos de trabalho. Temos 227 servidores trabalhando em todo o estado e esse número é muito pouco por conta de todos os estabelecimentos que existem para se fazer a fiscalização.” Disse.

A categoria reivindica a efetivação do processo do plano de cargos de acordo com o que foi combinado com o governo, realização de concursos para a área e a reestruturação da carreira de fiscalização agropecuária.

“A aprovação dessas reivindicações precisaria acontecer até o dia 30 de setembro, para que entrem no orçamento de 2013, por isso a greve. O movimento vai se manter até que as reivindicações já acordadas com o governador, sejam cumpridas. Nós relutamos muito para essa situação de greve, porque sabemos a importância e a necessidade do nosso serviço. O diálogo continua aberto e aceitamos negociações para que algo mais concreto seja feito.” Disse Adilson.

PRIMEIROS EFEITOS DA GREVE
Em Campos, o proprietário do Frigorífico Guarus Ltda. Marcos Venícius Gomes, teve dificuldade em liberar uma carta de bois, com cerca de 42 cabeças de gado, que sairia de Macaé e outra em São Francisco de Itabapoana. Nesses locais, não estaria havendo a liberação da Guia de Trânsito de Animais (GTA), documento expedido unicamente por esses profissionais em greve.

Para não amargar prejuízo no estabelecimento, que abate diariamente cerca de 60 animais vindos de São Fidélis, Macaé, Cardoso Moreira, São Francisco do Itabapoana e outros municípios da região, somando cerca de 450 toneladas mensais de carne, que são distribuídas para todo o Estado, o empresário teve que conseguir a liberação no município de Cardoso Moreira.

“Hoje consegui tirar o GTA, e não comprometer a atividade, mesmo abatendo menos do que deveria, mas amanhã eu já não sei. Caso não consiga a liberação para o abate, vou ter que parar de comprar. Acho justo o movimento de greve, mas não podemos ficar no prejuízo, espero que o governo possa resolver essa situação o quanto antes.” Disse o empresário.



Daniela Abreu/Priscilla Chiapin

Nenhum comentário: