Namorada do suspeito depôs e disse ser inocente, diz polícia.
Bombeiros ainda não localizaram a arma do crime, jogada no Rio Formate.
Dançarina foi morta a tiros em Cariacica, no
Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
A namorada do caminhoneiro David Correia, suspeito de matar a dançarina Alini Gama, contou à polícia em depoimento na manhã desta segunda-feira (24) que não teve participação no crime e que o namorado teria planejado tudo sozinho. Para o delegado Adroaldo Lopes, responsável pelo caso, o depoimento de Adayane Matias foi convincente e ele acredita que o suspeito quis surpreendê-la como uma forma de amor.
David contou que matou a dançarina, em Cariacica, na Grande Vitória, depois que ela venceu a namorada dele em uma seleção para participar da gravação do DVD de uma banda de forró, segundo informou a Polícia Civil. Ainda segundo a polícia, David disse que a namorada ficou depressiva por não ser a escolhida e que matou Alini esperando que fossem substituí-la. O delegado Adroaldo Lopes confirmou acreditar no depoimento da dançarina. "Naquele sentimento pessoal de amor por ela, ele já havia dito que era capaz de fazer qualquer coisa por ela, pela felicidade dela. Essa qualquer coisa se resume nisso, matar os outros para que a companheira reinasse de forma absoluta na banda", explicou.
Adayane, que também é dançarina, prestou depoimento por mais de uma hora, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), em Vitória. Ela explicou que ficou surpresa quando soube que o namorado tinha cometido o assassinato.
"Eu não queria isso e em nenhum momento eu deixei transparecer que queria tirar a Alini ou alguma das outras três meninas que estavam participando. Eu não vou pedir desculpas à mãe dela porque eu não tenho culpa e isso não vai fazer a filha dela voltar, só quero que a família saiba que não sou culpada", disse.
Adayane ainda contou que estava tentando uma vaga permanente de dançarina em uma banda de forró, mas foi Alini a escolhida para gravar um DVD da mesma banda, marcada para o sábado (22), em São Mateus, Nordeste do estado. "Eu participei de um teste dessa banda, que gravaria o DVD. A Alini foi como dançarina freelancer, que só participaria de uma noite só de show e eu participaria do teste", explicou Adayane.
Dançarina também trabalhava como modelo fotográfica no Espírito Santo (Foto: Arquivo familiar)
O crime
De acordo com a polícia, Alini foi morta em uma emboscada, por volta das 9h de sexta-feira (21), no pátio de um hotel em Campo Grande, Cariacica. Segundo testemunhas, a dançarina havia saído de casa para tratar de um contrato de trabalho. Um dias antes, ela foi procurada por telefone, por um homem que dizia querer contratá-la. Ele marcou um encontro com a jovem mas na verdade era uma emboscada para matá-la.
Ainda segundo Adroaldo Lopes, ao chegar no ponto marcado, Alini atendeu uma ligação e quatro minutos depois foi morta. O assassino estava em uma moto e atirou duas vezes contra a jovem, que foi atingida pelas costas. A dançarina foi levada para um hospital particular no mesmo município, mas não resistiu e morreu.
A família
Parentes da dançarina ficaram abalados com a morte da jovem. “Nunca imaginava que minha sobrinha tivesse morrido por um motivo tão banal. Não é possível que perder uma oportunidade de trabalho seja motivo para matar alguém. Se a moça não tinha competência para conseguir o contrato naquele momento, que se levantasse e buscasse a vitória. Minha sobrinha não estava tirando nada de ninguém, estava apenas conquistando o espaço dela”, desabafou a tia, Rosa Gama, de 51 anos.
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