segunda-feira, 1 de outubro de 2012

'Estragou minha vida', diz suspeito do assassinato de dançarina no ES

Alini foi morta a pedido de parceiros que queriam seu lugar em banda.

Suspeitos estão presos e, para polícia, caso está encerrado.

Do G1, com informações do Fantástico

“Estragou a minha vida. Usaram da minha boa fé e do meu amor”, afirma o caminhoneiro Deivid Correa, de 26 anos, que matou com dois tiros nas costas a dançarina Alini Gama, de 21 anos. Segundo a polícia, a morte foi um pedido da namorada Adayane Matias e do dançarino Juliermeson Bastos, ambos com 20 anos. Eles queriam o lugar da vítima em uma banda de forró. O crime foi, de acordo com o suspeito, uma prova de amor. No dia 21 de setembro, em Cariacica, Espírito Santo, Alini foi assassinada no estacionamento de uma pousada.
No começo de setembro, Alini participou de um show do Trio Chapahall's. Nas imagens, Adayane dança com o parceiro Juliermeson, conhecido como Júlio. A banda de forró convidou a dupla de dançarinos para fazer apenas quatro apresentações. Os empresários do grupo informaram que, desde o principio, deixaram claro que os dois não seriam fixos na banda e que queriam quatro dançarinas.
Dias depois da participação de Adayane e Julio, a banda escolheu as quatro dançarinas que seriam fixas, entre elas, Alini Gama. Antes de morrer, ela estava ensaiando para a gravação do DVD do grupo. A companheira de dança Vânia Campos disse que, junto com a amiga, realizava o sonho de ser dançarina. “Ela estava no auge, estava linda, dançando muito. Estava no momento dela”, disse.
Enquanto elas treinavam a coreografia, Adayane e Julio arquitetavam um plano para eliminar as concorrentes e voltar para a banda. É o que revelou Deivid, em um vídeo gravado pela polícia. “Ela (Adayane) disse sobre a ideia do Julio, para poder dar um susto nessa menina. Até então, se eu desse um susto o contratante ia chamar a gente de volta”, disse.

Sabendo que Alini viajaria com a banda, Julio, Adayane e Deivid pensam em um atentado. “O atentado seria no ônibus. Iria atirar quando passasse pela Serra. Mas falei que não, porque tinha muita gente inocente. Foi ai que eles bolaram para eu ligar, passar por outra pessoa, combinar com ela o local, simular uma coisa qualquer e terminar com ela”, explicou.
Deivid, então, ligou para Aline. Disse que queria contratar a dançarina e combinou um encontro. O local escolhido foi o estacionamento de uma pousada que sempre tem movimento. Fica ao lado de uma rodovia também muito movimentada. Era de manhã. Ele só não foi filmado dando dois tiros em Alini porque uma câmera de segurança da pousada não estava funcionando. A dançarina ficou caída no estacionamento e Deivid fugiu de moto. Mas foi visto por testemunhas. A polícia não demorou em encontrá-lo e ele foi preso no mesmo dia.
No começo dos depoimentos para a polícia, Deivid assumiu o crime, mas protegeu a namorada. Ele não disse a verdade e assumiu a culpa todo sozinho. “Eu não queria prejudicar ela. Ela não fez nada. Quem fez isso tudo fui eu e o Julio”, disse o caminhoneiro.
Mas, depois, quando ficou sabendo que havia sido traído por Adayane, justamente, durante os shows que fez com o Trio Chapahalls, Deivid muda sua versão do crime. “Se eu fiz isso, foi por que ela me pediu”, disse ao delegado.
Alini Gama foi morta a tiros na sexta-feira (21), em Cariacica, Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta) 
Alini Gama foi morta a tiros, em Cariacica.
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
 
Adayane é presa e admite o crime para a polícia, mas culpa Júlio. “Da minha cabeça isso nunca teria saído. Nunca ia pensar em pedir Deivid para fazer isso”, relata a dançarina.
O dançarino também é preso e, ainda na viatura, Julio confirma que mandou matar Alini. Ele achava que, sem ela, voltaria a dançar com o Trio Chapahall's e que gravaria o DVD com a banda. “Até então, eles tinham falado que tinham gostado da gente. Só o figurino não foi adequado. Então, tirando ela do nosso caminho, eu também teria essa oportunidade”, contou Julio.
Para o delegado Adroaldo Lopes, o caso está encerrado. “Eles vão ser indiciados por homicídio duplamente qualificado. Primeiramente, por motivo fútil, depois pela impossibilidade de defesa da vítima, tendo em vista que ele atirou pelas costas”, afirma.
Mesmo sem Alini, a banda gravou o DVD e fez uma homenagem: foi respeitado um minuto de silêncio durante a gravação, que aconteceu um dia depois da morte da dançarina, em São Mateus, Norte do Espírito Santo. No palco, três e não quatro dançarinas como queria a banda. O quarto lugar será em memória a Alini, “para sempre no Trio Chapahall’s”.

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