terça-feira, 14 de maio de 2013

AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE PONTE JOÃO FIGUEIREDO MOVIMENTA CÂMARA MUNICIPAL


Foto Arquivo
Na noite desta segunda-feira 13/05, a Câmara de Vereadores de São Francisco de Itabapoana, promoveu uma audiência pública que tratou das obras da Ponte João Figueiredo, que irá ligar São Francisco a São João da Barra. Marcaram presença o engenheiro superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ) na Região, Ivan do Amaral, o economista Ranulfo Vidigal, vereadores, representantes de associações de moradores, empresários, secretários municipais e o público em geral.
A sessão começou com a apresentação feita pelo representante do DER do projeto da nova ponte, que será construída entre São João da Barra, próximo ao trevo de acesso ao Porto do Açu, na BR-356, e o limite entre Campos e São Francisco de Itabapoana, na RJ-194, próximo a localidade de Campo Novo. Mostrando os mapas, o engenheiro justificou a necessidade de realizar uma nova obra, visto que para aproveitar os antigos pilares as despesas seriam maiores. “Para se ter uma ideia, seria necessário construir um viaduto de acesso à cabeceira da antiga ponte, já que o local alaga muito na cheia do Rio Paraíba. Com isso a ponte teria, somada ao viaduto, uma extensão de cinco quilômetros. Uma obra mais cara e que resultaria em mais problemas para o licenciamento ambiental”, disse Ivan do Amaral. A nova ponte terá 1.344 metros de extensão, largura de 16m20 com duas pistas de rolamento, dois acostamentos e uma área para pedestres e bicicletas.
Sobre a retomada do processo licitatório, o engenheiro disse que depende do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). O órgão pediu vistas ao processo e ainda não o devolveu ao DER. A concorrência pública, antes marcada para dia 25 de março, foi adiada sem uma data definida, o que pode atrasar o início da obra. “Estamos aguardando o Tribunal de Contas devolver o processo. Havia uma expectativa para isso acontecer essa semana. Agora vamos ter de marcar uma nova visita técnica ao local”, disse o representante do DER.

Ivan do Amaral também falou sobre as estradas de acesso à ponte. Segundo ele, o DER irá pavimentar a RJ-194 desde a Usina São João, passando pela cabeceira da Ponte, em território campista. Quando entra em território sanfranciscano, apesar de a estrada ser a mesma, porém a nomenclatura  muda para RJ-196, passando pela localidade de Campo Novo em direção a Gargaú. Porém antes de chegar a Gargaú haverá um trevo, em uma localidade conhecida como “Cova da Onça”. Nesse ponto a estrada tomará um novo rumo, seguindo pela antiga estrada da linha, margeando o Canal do Engenheiro, saído ao lado do DPO de Santa Clara. A partir daí não há uma definição de onde passará a nova rodovia. Mas a hipótese mais provável é que a estrada siga margeando o Canal do Engenheiro até a localidade do Sossego.
Outra ponte – O engenheiro do DER confirmou que haverá a necessidade de construção de uma outra ponte sobre o Canal do Engenheiro. “O nosso entendimento é que essa nova ponte fique localizada próximo a curva  da antiga pinguela de Sossego. Porém isso vai depender do estudo de impacto ambiental”, disse.

Convidado a participar da Audiência Pública, o economista Ranulfo Vidigal falou sobre a Rodovia Translitorânea. O ex-prefeito de São João da Barra conhece o projeto, já que em sua dissertação de mestrado analisou os impactos econômicos que a obra trará para a Região, de Macaé até o Sul do Espírito Santo. Ligará o Pólo de Petróleo e Gás em Macaé, passando pelo complexo Farol-Barra do Furado, Superporto do Açu, e entrando em São Francisco de Itabapoana pela Ponte que irá ligar SJB a SFI. A rodovia terminará na região do Futuro Porto de Presidente Kennedy. A obra é uma parceria público privada (PPP), prevista para começar em 2014, e a previsão é que circulem por ela 60 mil veículos por ano.

Ranulfo falou também sobre uma das preocupações levantadas em São Francisco de Itabapoana, o ônus de ter uma praça de pedágio. “Primeiro que se houver pedágio, a previsão é apenas de cobrar dos caminhões. E depois não está certo de que a estrada será financiada por uma empresa privada, que depois teria a concessão para administrá-la. É possível que o próprio Estado financie o projeto, e a rodovia se torne 100% pública. Além do que, para se construir uma praça de pedágio será feito um estudo econômico para saber se aquela região têm capacidade de pagar o pedágio”, esclareceu Ranulfo.

O Economista também falou sobre as perspectivas para São Francisco de Itabapoana com o desenvolvimento da região. Ranulfo apresentou números nada animadores, que demonstram que São Francisco não progrediu na geração de emprego formal, renda per capita e Produto Interno Bruto (riquezas produzidas), porém acredita no grande potencial do município.

“Muitos moradores de São Francisco saíram de sua terra em busca de emprego em Macaé e Rio das Ostras. E agora com a ponte e com esse ciclo expansivo em Barra do Furado, no Açu e em Presidente Kennedy, São Francisco pode se tornar um importante aliado na oferta de mão de obra, turismo qualificado e principalmente numa maior circulação de renda na cidade”, disse.  Na opinião do economista, para acompanhar o desenvolvimento, São Francisco tem de buscar entendimento com o Governo do Estado para criar um núcleo industrial, pois “a indústria que é o setor que mais emprega com renda mais alta”.

 

Nenhum comentário: