quinta-feira, 29 de maio de 2014

Músico do Zona Sul questiona atuação de PMs em casa noturna de Campos dos Goytacazes RJ

Polícia Civil continua com as investigações do caso que vitimou Diego Tavares. Ele sofreu um tiro no pé provocado por arma de policial

Diego Tavares continua em observação no Centro Cirúrgico do Hospital Ferreira Machado (HFM), após sofrer fratura nos quatro dedos

A Polícia Civil continua com as investigações do caso que vitimou o músico Diego Tavares, integrante do grupo de pagode Zona Sul, no último domingo (25 de maio), enquanto se apresentava na casa noturna, Quartel do Chopp, na Avenida Pelinca, em Campos. A vítima foi atingida com um tiro no pé, provocado por arma de um policial militar, que buscava deter dois suspeitos de praticarem uma tentativa de homicídio em Travessão, momentos antes.

Segundo a delegada adjunta da 134ª Delegacia Legal do Centro, Natália Patrão, ainda não foi identificada a pessoa que retirou a arma do policial do local. Somente na tarde de terça-feira (27), a pistola ponto 40 foi encontrada debaixo da passarela do posto um, na praia de Grussaí, em São João da Barra. Para a Polícia Civil não há dúvida de que a munição saiu da arma do policial.

“Só quem entrou armado na casa noturna foi a PM. Entretanto, numa luta corporal o suspeito tirou a arma do militar e acionou o gatilho. De toda forma, foi feita a perícia residuográfica para pegar vestígios de pólvora nas unhas, mãos e dedos do suspeito e do policial. O resultado leva um período de três meses para ser divulgado”, disse acrescentando que foram os próprios clientes que retiraram a arma do local. “A gente só não sabe quem. As imagens de segurança captaram um menino correndo com um volume debaixo da roupa, mas não podemos dizer que é a arma do policial. O caso está sendo investigado”, enfatizou.

Natália também informou que o homem, identificado como M.B., de 22 anos, foi levado para a Casa de Custódia e contra ele havia um mandado de prisão em aberto por homicídio. Já o possível comparsa do crime cometido em Travessão, está foragido.

Vítima desabafa

O músico Diego Tavares contou ao jornal Terceira Via como foram os momentos que passou ao ser atingido pela bala perdida. Ele continua em observação no Centro Cirúrgico do Hospital Ferreira Machado (HFM), após sofrer fratura nos quatro dedos e osso do pé direito.

“Aquela confusão começou a vir pra perto do palco enquanto o Zona Sul cantava a última música. Quando fui atingido, olhei o buraco na minha bota e saindo muito sangue. Vi as pessoas correndo desesperadas. De tanta dor que senti desmaiei duas vezes até ser atendido no hospital. Fui socorrido pelo meu amigo e também integrante da banda, o Bicudo. O palco é de meia altura e muita gente estava atrás de nós. Por sorte, mais gente não se feriu”, contou.

Sobre a atuação dos policiais militares, Diego declarou estar insatisfeito. “Achei uma atitude imprudente. Eles já começaram errados por entrarem sem mandado de prisão, e mesmo se tivessem, não poderiam entrar armados. No Quartel eles trabalham em um sistema de cautela. Todas as pessoas são revistadas e é extremamente proibida a entrada de armas por parte de qualquer pessoa, inclusive policiais. Mas agora, só quero pensar na minha recuperação e andar o mais rápido possível”, acrescentou.

O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Antônio Carlos Sabino, foi procurado por nossa equipe de reportagem. Diante da “pressão” feita pela imprensa, ele disse que o caso já está encerrado e que o caso é irrelevante. Não é o que acredita a vítima dessa história.

“O assunto está resolvido porque não é o pé dele ou de algum familiar. Vou ficar um bom tempo impossibilitado de tocar tendo uma família para sustentar. Mas estou feliz por estar vivo”, questionou o músico.


Fonte: Terceira Via/Show Francisco



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