terça-feira, 19 de agosto de 2014

Depressão: a doença do século pode ser emocional ou fisiológica

A psicóloga Rosalee Istoe explicou a definição dos dois tipos da doença e o tratamento adequado para cada um deles

Considerada a “doença do século”, a depressão tem sido bastante discutida devido a casos recentes entre celebridades nacionais e internacionais, mas ainda se sabe muito pouco sobre as causas e tratamento, dizem os especialistas. Segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde, em 16 anos, o número de mortes relacionadas à depressão cresceu 705% no Brasil, entre suicídios e mortes motivadas por problemas de saúde decorrentes de episódios depressivos. Psicólogos e psiquiatras afirmam que a globalização, a agitação da vida urbana e o excesso de recursos tecnológicos podem ser as principais razões do aumento da incidência da doença.

A psicóloga Rosalee Istoe conversou com a reportagem do jornal Terceira Via e disse que, primeiramente, é preciso definir os tipos de depressão. De acordo com ela, existe a depressão endógena (fisiológica) e a depressão exógena (psicológica) e cada uma possui sua especificidade e forma de tratamento.

Rosalee explicou que a depressão endógena ocorre quando o indivíduo possui carência ou desequilíbrio de substâncias neurotransmissoras, como a dopamina, a serotonina, a endorfina e a noradrenalina. Nesses casos, a pessoa apresenta os sintomas clássicos – tristeza profunda, mal estar, baixa autoestima, pessimismo e apatia – mas, por se tratar de uma doença fisiológica, o tratamento acontece de forma contínua através da ingestão de remédios controlados, indicados por psiquiatras, além do acompanhamento psicológico complementar.

Já a depressão exógena se trata de um problema emocional causado por acontecimentos traumáticos na infância ou na vida adulta. Segundo Rosalee, a melhor forma de tratar esse quadro psicossomático é a psicoterapia de apoio. As pessoas que sofrem de depressão psicogênica também podem ser submetidas a medicamentos, mas o uso é temporário.

“Somente um psiquiatra, que é o médico especialista nas disfunções do cérebro, pode diferenciar os dois tipos da doença e adequar o tratamento de acordo com o quadro do paciente, já que os sintomas são muito semelhantes”, explicou a psicóloga.

A psicóloga disse ainda que a reincidência da depressão pode ser uma pista para a diferenciação dos dois tipos da doença. “Aquele sujeito que inicia o tratamento com medicamentos e suspende o remédio quando apresenta uma melhora, precisa ficar atento ao retorno dos sintomas. Caso as crises depressivas ocorram com frequência, isso pode ser um indício de que existe um problema fisiológico”, disse.

No caso da depressão exógena, Rosalee disse que a agitação e pelo excesso de oportunidades oferecidas no mundo moderno contribuem para a ocorrência da doença. “Essa sede de viver intensamente pode fazer com que o indivíduo se perca e aqueles que têm uma pré-disposição, são diretamente afetados. É preciso que haja uma maior preocupação a cerca dessa doença para que seja feito o tratamento adequado”, finalizou.

Fonte: Terceira Via/Show Francisco




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