Nome de Cabral - padrinho político do atual governador -, citado no esquema pode prejudicar Pezão
As denúncias feitas pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa sobre o suposto pagamento de propina a políticos por contratos na estatal, surgiram como uma bomba de efeito antecipado que, além de aumentar a imprevisibilidade nas campanhas, pode afetar um expressivo número de candidaturas e até a da presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição. Com a inclusão de Eduardo Campos (PSB) na lista de Costa, pode sobrar também para Marina Silva (PSB). Já no cenário estadual, um dos nomes citados foi do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que apóia a candidatura do atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
No esquema, segundo Costa, Cabral era um dos que recebiam pelo menos 3% em cima do valor total de cada contrato fechado pela estatal. Pezão, que já não está em posição confortável nas pesquisas de intenções de voto, pode ver seu desempenho cair ainda mais. Mesmo assim, Pezão pede cautela. "Estamos num processo eleitoral, tudo se aflora mais e toma uma velocidade maior. É preciso saber separar essas denúncias para analisá-las e dar direito de defesa as pessoas", declarou.
Pezão disse ter conversado com Cabral e afirmou que nesse momento é preciso aguardar as investigações da justiça. "Em princípio, não vi nada contra qualquer pessoa que desabonasse. Tem que ter muita tranquilidade e esperar. Cautela e caldo galinha nunca faz mal a ninguém".
Segundo matéria da revista Veja, Paulo Roberto entregou, ao todo, os nomes de três governadores (considerando-se aí a atual governadora Roseana Sarney e os ex-governadores Sergio Cabral e Eduardo Campos), um ministro (Edison Lobão), um ex-ministro (Mário Negromonte), seis senadores e 25 deputados, além do secretário de finanças do PT. O ex-diretor da Petrobras também confirma que houve pagamento de propina no negócio que resultou na polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O prejuízo bilionário para a empresa brasileira com a compra da unidade norte-americana motivou a instalação da CPI da Petrobras.
O esquema partia de grandes empresas - a maior citada por ele é a Camargo Corrêa - que, para fechar contratos milionários com a Petrobras, transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos da base do governo e a políticos. Estes, antes de receber, tinham o dinheiro lavado por doleiros.
De acordo com Costa, algumas das maiores empreiteiras do país, como a Camargo Corrêa, participavam do esquema. Elas transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos e políticos da base aliada para fechar contratos milionários com a Petrobras. "Antes de chegar ao destino final, o dinheiro era lavado por doleiro", diz a revista.
Já o candidato à presidência, Aécio Neves (PSDB) afirma que as revelações equivalem a um novo mensalão. "O Brasil acordou perplexo com as mais graves denúncias de corrupção na nossa história recente", disse.
Fonte: O Diário/Show Francisco
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