sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Boi Bom: Mayara é uma fraude

Reprodução

Documentos. Alteração contratual e declaração de "laranja" serão apresentados à Justiça e órgãos responsáveis

Da Redação

O empresário Cláudio Duarte, proprietário da Boibom Carnes LTDA. de Campos, que denunciou em 2011 o caso que ficou conhecido como o "Escândalo Boi Bom" e que tem mais de 30 ações judiciais nas áreas cível e criminal tramitando nas comarcas de Campos e Cabo Frio, faz uma nova denúncia: a Mayara Comércio de Gêneros Alimentícios LTDA é uma fraude. A denúncia implicará em um agravamento do caso, já que, segundo Cláudio, "mostra que alteração contratual que coloca Hugo Cecílio de Carvalho como sócio majoritário da empresa foi forjada, inclusive utilizando 'laranjas' na transação".

Conforme os documentos apresentados por Cláudio com exclusividade ao jornal O Diário, a fraude aconteceu na terceira alteração contratual da empresa, cuja data é de agosto de 2010. "A alteração trata do ingresso de Hugo Cecílio na sociedade a partir da cessão e transferência da totalidade das quotas de capital social no valor de R$ 50 mil pertencentes a Júlio da Silva de Jesus e mais R$ 50 mil de Ana Paula de Carvalho Leitão, que figuravam como os sócios representantes da Mayara", afirma.

Cláudio explica que a fraude se materializa no momento em que Júlio, um servente de obras morador da cidade de Areal, foi usado como "laranja", ou seja, teve seus documentos e assinatura falsificados e declara desconhecer a transação, não ter assinado qualquer documento e nunca ter ido ou conhecido o empresário Hugo Cecílio. "Júlio só tomou conhecimento que era vítima na fraude quando foi procurado pela Receita Federal".

"Desta forma, a alteração se torna fraudulenta uma vez que não há legalidade quanto à representação de Hugo Cecílio como sócio da empresa, apesar da alteração ter sido registrada em um cartório de Bangu e estar devidamente inscrita na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja)". Cláudio ressalta que "Hugo atua como representante da Mayara de forma ilegítima em todas as transações da empresa, que atende em larga escala em todo o Estado. Além disso, essa fraude lesa a Justiça, que já atua no caso, clientes e consumidores".

O empresário diz que apresentará os documentos (contrato social e declaração de Júlio) nos próximos dias aos órgãos competentes e responsáveis, e de atuação no caso. Segundo ele, a "atuação fraudulenta de Hugo Cecílio à frente da Mayara" ocorre em pelo menos 15 ações movidas contra a empresa. "Isso é gravíssimo. O Hugo atua sem ter poderes porque a alteração contratual é ilegal, ilegítima. Espero que a justiça tome as providências necessárias", afirmou.

Sonegação e laranjas

O "Escândalo BoiBom" veio à tona em 2011 quando o Ministério Público Estadual (MPE) iniciou uma investigação por uma disputa entre duas empresas com a mesma marca - Boibom, sendo uma em Campos e outra em Cabo Frio. A investigação partiu de uma denúncia dos proprietários da Boibom Carnes Ltda. de Campos, Antônio e Cláudio Duarte de que outras empresas estariam falsificando a marca na venda de produtos frigoríficos.

O caso ganhou repercussão nacional, quando o MPE e a Polícia Federal, apreenderam no escritório de Hugo Cecílio documentos e anotações que comprovam as ilegalidades como o uso de "laranjas", agiotagem com políticos e empresários e sonegação fiscal.

Além de Hugo, mais cinco pessoas foram denunciadas pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Em autos de infração, a sonegação já ultrapassa R$ 100 milhões. O caso segue em segredo de justiça.


Fonte: O Diário/Show Francisco



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