domingo, 12 de abril de 2015

Crise petrolífera afeta crédito de empresas


Paulo Ourives
Foto: Divulgação
A queda no preço do barril de petróleo no mercado internacional e a crise institucional que abate a Petrobras face aos escândalos de corrupção na atual gestão da estatal estão afetando seriamente o setor offshore na região Norte Fluminense. Um dos resultados deste momento difícil para a indústria petrolífera atinge particularmente grandes empresas, que vêm tendo seus pedidos de crédito para capital de giro recusados. É o caso, por exemplo, do Grupo Schahin, que opera na Bacia de Campos, com duas bases em Macaé, e atua no segmento.

Segundo informações do mercado, a empresa estaria tentando levantar crédito de US$ 1 bilhão para sanar problemas de caixa e realizar uma reestruturação, sem sucesso. Procurada, a assessoria de imprensa do grupo não negou o fato, mas informou que “a empresa prefere não se manifestar”.

Para o economista Alexandre Delvaux, “a crise no setor já era esperada, tendo em vista dos problemas causados pela Operação Lava-Jato”. Isso fez com que os contratos das empresas com a estatal sofressem problemas.

— Foram esses problemas de contrato com a Petrobras que desencadearam um efeito dominó, que é a falta de credibilidade dessas empresas em conseguir capital de giro para investir em suas empresas e no setor. O problema ainda é mais grave porque afeta o valor do repasse dos royalties do petróleo em todos os municípios da região.

— A questão é tão séria que envolve até mesmo os royalties. Quando as empresas diminuem sua capacidade de produção, isso acaba comprometendo a receita dos municípios que são dependentes dos royalties do petróleo, e compromete, ainda, a capacidade das empresas de produzir — explicou Delvaux.

Ele alega que a solução é difícil e não haverá nenhuma modificação tão cedo, porque do jeito que a situação está, a Petrobras tenderá a diminuir sua produção.

— A menos que haja uma recuperação no preço dos barris ocasionado por uma guerra, uma vez que os países produtores do Oriente Médio adoram uma guerra, não vejo nenhuma perspectiva de melhoras e posso adiantar que a situação é crítica — concluiu.
O DiárioNF/Show Francisco



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