Investimentos para captar água

“Nos próximos dias, cidades da região como São João da Barra e São Fidélis, no Norte Fluminense, vão receber investimentos para realizar intervenções que garantam melhorias na captação de água. A medida foi aprovada porque até o dia 1º de junho o volume de água repassado do Paraíba do Sul para o Guandu, via Represa de Santa Cecília, em Barra do Piraí, será diminuído para 110 m3s. Com isso, essas e mais seis cidades deverão readequar o sistema de captação para não prejudicar a população. A vazão se encontra atualmente em 127m3s e há um ano eram 190m3s”.

A afirmação é do presidente da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap), André Marques, que participou na quarta-feira (8) de uma reunião com conselheiros da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), declarando também que, ao todo o valor investido será de R$ 15 milhões. Enquanto isso, segundo a Defesa Civil, o rio Paraíba do Sul voltou a diminuir o nível ontem e a cota era de 5,22m, contra 5,12m na terça-feira (7).

— Estamos presenciando a pior crise hídrica de todos os tempos. Atualmente a média dos reservatórios que abastecem o estado do Rio de Janeiro é de 16,7%. Em 2014, nesta mesma época do ano, a média era de 40,7%. A Agevap que está agregada ao Grupo de Trabalho Permanente de Acompanhamento da Operação Hidráulica na Bacia do Rio Paraíba do Sul (GTAOH), espera que representantes dos estados do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG) se reúnam para fazer um ‘pacto’ com objetivo de salvar o rio Paraíba do Sul — destacou André Marques, ressaltando que o GTAOH se reúne semanalmente para debater e administrar os problemas enfrentados pelos municípios com a crise hídrica.

De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil, Henrique Oliveira, o nível do rio Paraíba do Sul continua baixando e a previsão é que essa situação se torne constante. “Não temos previsões de chuvas intensas para os próximos dias e o progresso é inviável. Esperamos que seja criado um plano para amenizar os impactos da crise em Campos e Região”, declarou o secretário.

Transposição do Paraíba ainda suspensa

A Agência Nacional de Águas (ANA) aprovou em janeiro, a obra da transposição entre os reservatórios do rio Jaguari, que integra a bacia do rio Paraíba do Sul e o rio Atibainha, que compõe o Sistema Cantareira, localizado na bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A decisão foi anunciada, após reunião de técnicos da ANA e representantes dos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A obra de interligação foi apresentada no início do ano passado pelo governo paulista como parte das soluções para a seca do Cantareira e foi aprovada em novembro do ano passado, após acordo entre os governos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais no STF. No mês passado, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) suspendeu o edital para contratação da empresa que deverá fazer a obra de transposição do rio Paraíba do Sul ao Sistema Cantareira, com o custo aproximado de R$830 milhões e prazo estipulado de dezoito meses para conclusão da obra. A Construtora Queiroz Galvão questionou termos do contrato e as pré- qualificações necessárias para entrar na concorrência. 

Folha da Manha/Show Francisco
D.N.
Foto: Rodrigo Silveira