Berzoini tenta incriminar governos estaduais na formação de cartéis mas atira no próprio pé Na tentativa de minimizar o escândalo que atingiu em cheio o seu Partido dos Trabalhadores, o ministro das Comunicações deu um tiro no pé – ou quem sabe, no próprio ouvido. Integrante do núcleo mais próximo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Berzoini avaliou que o escândalo da Petrobras decorre de “um sistema de corrupção que opera há muito tempo e que busca, de tempos em tempos, se aproximar de agentes políticos para os seus objetivos.” Até aí, tudo bem. O tropeço veio na frase seguinte: “O curioso é que ninguém se pergunta: será que isso acontece só na Petrobras?”
Berzoini tentava incriminar governos estaduais na formação de cartéis e denunciar a possível promiscuidade entre os governos de outros partidos com as mutretas que transformaram o partido da estrelinha vermelha na grande decepção nacional.
Ocorre que ao fazer tal pergunta, o ministro das Comunicações não se comunica e se trumbica – como diria o Velho Guerreiro Abelardo Barbosa. Logo vem ao imaginário a mesma questão: será que isso aconteceu só na Petrobras?”Ou será que pode ter ocorrido também na Eletrobras, no Banco do Brasil, no BNDES e nos Correios, só pra citar algumas das empresas.gov.br?
Berzoini se comporta como um jogador na mesa de pôquer e resolve blefar. Diante dos pedidos de impeachment e a frágil relação Planalto-Congresso, o ministro revela ainda sua ótica sobre a prisão do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto. Na visão de Berzoini, o episódio não agrava isoladamente a rejeição da sociedade ao partido ou ao governo.
Será que é isso que chamam de miopia?
Fonte: Terceira Via/Show Francisco
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