quarta-feira, 15 de abril de 2015

Música brasileira passa por um período de sofrência (Foto: reprodução)


Música brasileira passa por um período de "sofrência" 

Desilusões amorosas e traições têm seu lado bom: são 25 shows por mês com cachê de R$ 180 mil
Nem sempre a música ou o artista de que mais gostamos chegam às paradas de sucesso ou conquistam lugares importantes nas paradas de sucessos mundiais, como a da Billboard, por exemplo. Pesquisa pregressa desta publicação - especializada na indústria da música – aponta os nomes dos Beatles, de Madonna, Michael Jackson, Elton John, Elvis Presley, Stevie Wonder, Whitney Houston, Rolling Stones, Bee Gees e Chicago em seu Top 10.

Os tempos mudaram e a Bíblia da Música nos apresentou novidades como a cantora neozelandesa Lorde – que permaneceu nove semanas no topo da parada da Billboard no ano passado – ou o irresistível Usher, com suas interpretações singulares – até mesmo para sucessos de Stevie Wonder.

No Brasil, o cenário da música também mudou. Foi-se o tempo em que em nossa parada de sucessos constavam os nomes de Tom Jobim, João Gilberto, Chico Buarque, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, Roberto Carlos, Noel Rosa, Cartola, Tim Maia e Gilberto Gil – dispostos nesta ordem como os grandes nomes da música brasileira na avaliação de outra bíblia da música, a Rolling Stone.

Com dez discos gravados e quatro DVDs lançados, o cantor baiano Pablo do Arrocha chega ao décimo quinto ano de carreira - queiram ou não - como o artista mais tocado do país com as músicas do estilo que criou: “o” ou “a” sofrência. Se a palavra existisse seria uma variação de “sofrimento”. Com a devida licença poética, o gênero sofrência ganha as rádios e as casas de espetáculos do país. O hit do momento é “Porque homem não chora”.

A fórmula do sucesso pode estar no refrão – repetido à exaustão - que diz: “Estou indo embora agora/ Por favor, não implora/ Porque homem não chora/ Estou indo embora agora/ A mala já está lá fora/ Porque homem não chora”.

Bêbados, crianças e cachorros não resistem a tanta sofrência e choram em centenas de vídeos postados no Youtube – especialmente na frase deste bolero que diz “Você foi a culpada deste amor se acabar”... É um fenômeno da Comunicação.

O rei da Sofrência desfila suas desilusões amorosas e traições sofridas pelo país inteiro: são 25 shows por mês com cachê de R$ 180 mil. De olho neste veio da fortuna, a gravadora Som Livre acaba de lançar o CD “Ô Sofrência” – uma coletânea com as “melhores” do gênero. Como se vê, todo sofrimento tem seu lado bom.
 Terceira Via/Show Francisco
 


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