quinta-feira, 25 de junho de 2015

Doenças respiratórias: o mal do inverno

As mudanças bruscas de temperatura ao longo do dia fragilizam a resistência orgânica do corpo 
 
Quando o inverno chega, quem sofre de alergia sabe bem o que vai enfrentar. Secreção nasal, tosse, olhos lacrimejando, voz rouca, tudo isso pode se tornar parte da rotina dos alérgicos, se não forem tomados os cuidados necessários. De acordo com o clínico geral, Gustavo Martins, a incidência de problemas respiratórios cresce em torno de 30% nesta época. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, por ano, a gripe cause comprometimento grave em 3,5 milhões de pessoas. Crianças, idosos, portadores de doença pulmonar, cardiopatas e imunocomprometidos são os mais afetados. 


“O clima seco favorece o ressecamento das mucosas das vias aéreas, que algumas vezes tornam-se friáveis, mais permeáveis às agressões, quer sejam biológicas (vírus e bactérias) ou irritativas (cheiros fortes, fumaça, gazes e o próprio frio). Em algumas situações pode até ocorrer sangramento, em especial da mucosa nasal”, explica o especialista.

Na opinião do médico, quem sofre deste problema deve fazer um tratamento contínuo, independentemente da estação. O clínico detalha, ainda, que a primeira coisa a ser feita é saber se realmente é alergia. “A prevenção farmacológica e a hidratação são alternativas para que os pacientes passem esta fase de Outono / Inverno sem apresentar complicações”.

Apesar de não ser possível se prevenir de algumas formas de infecção, existem muitas iniciativas que podem reduzir a possibilidade de contágio, a começar pela higiene ambiental. “Vivemos cerca de 90% a 98% de nossas vidas dentro de um ambiente fechado, e 40% dentro do quarto. Alguns cuidados que devemos ter: manter padrões de limpeza adequados, combate à umidade, lavar agasalhos e cobertores antes de usar, não deixar animais dentro de casa, retirar dos cômodos livros ou almofadas que acumulem poeira, evitar cigarro no ambiente doméstico e se vacinar contra a gripe”, finaliza Gustavo.

Quando as temperaturas caem, a família da comerciante Claudia Ramos sabe o que fazer para aliviar o mal estar causado pelas mudanças climáticas. Os cinco moradores da residência estão acostumados com as crises e tentam superá-las com cuidados. “Temos três inaladores, limpamos a casa duas vezes ao dia, lavamos todos os edredons e deixamos o umidificador nos quartos para arejar o ambiente”, detalha Claudia, que sofre de rinite alérgica. Ela conta, ainda, que utiliza uma solução fisiológica para lavagem nasal, uma maneira eficaz de hidratar a mucosa nasal contribuindo para uma boa respiração.

“Cuidado” não significa “automedicação”

Segundo o médico, Gustavo Martins, infecções virais brandas, o popular “resfriado”, melhoram espontaneamente, sem a necessidade de medicamentos. O paciente deve apenas ficar atento à hidratação. Já os diagnósticos de gripe devem incluir antivirais. Somente o médico saberá identificar o remédio adequado, como no caso da H1N1 que é tratada com um antiviral específico.

O uso indiscriminado de medicamentos, em especial antibióticos, leva a um aumento da resistência do organismo, tornando as bactérias cada vez mais difíceis de serem vencidas, diz o especialista.
Terceira Via/Show Francisco
Patricia Barreto




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