segunda-feira, 20 de julho de 2015

Apoio marítimo offshore tem contratos reduzidos

Recessão faz empresas reduzirem barcos em rotas comerciais

Há um número cada vez maior de embarcações de apoio offshore paradas devido a não renovação de contrato entre as empresas e a Petrobras, maior afretadora do país. A informação partiu da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam). Ano passado, a estimativa era de aumento de demanda por embarcações. O quadro atual é de que o número de contratos caia ainda mais do que já vem ocorrendo.

A curva de crescimento do setor foi impactada diretamente pela crise, explica o presidente da Abeam, Ronaldo Lima, que projeta um agravamento da situação pelos próximos meses. “Essa curva agora está descendo e não sabemos até onde vai. A expectativa hoje é de que a frota de 500 embarcações continue a cair”. A recessão no setor de petróleo atinge o mundo todo, afirma Lima, e apenas a partir do próximo ano poderá se pensar em uma retomada estável de investimentos.

Segunda dados da entidade, há 500 embarcações em águas nacionais, das quais 400 são contratadas da Petrobras. Apesar de não haver exatidão nos dados, há pelo menos 30 paradas. Mas já se fala em até 100 barcos parados. Algumas empresas investiram pesado e enfrentam no meio do caminho o problema da não renovação de acordos, o que é um perigo para elas.

O novo plano de negócios da estatal não apresenta horizonte mais propício para o setor. E a renovação da frota marítima parou na sétima rodada. Com isso os navios inutilizados para o setor offshore são colocados no mercado spot (frete pago imediato). As embarcações estrangeiras precisam estar em acordo com os regulamentos estabelecidos pela Antaq e elas acabam indo embora do país. Hoje, com o replanejamento da frota da Petrobras, os investimentos estão mais focados na área de produção. Essa redução no setor de perfuração e exploração tem deixado muitos barcos sem operação.

Para o setor naval offshore, a exploração do pré-sal traz novas perspectivas de crescimento. Segundo Ronaldo Lima, “quanto mais unidades a Petrobras colocar no pré-sal, maior vai ser a demanda por barcos. Mas, ao menos neste momento, não haverá crescimento. Nós tínhamos uma curva, estimada no ano passado, que previa a contratação de 720 barcos de apoio até 2020. Essa curva agora está descendo e não sabemos até onde vai”. No curto prazo, representantes do setor estimam melhoras para o segundo semestre de 2016, em que o mercado pode começar a crescer um pouco, acompanhando a economia. Embora não seja oficial, essa é uma expectativa de todo o setor de transporte marítimo offshore.

Tânia Garabini Terceira Via/Show Francisco



Nenhum comentário: