Na semana passada, a prefeitura remanejou R$ 177 mil do Programa de Leite para outras finalidades
Após a Prefeitura de Campos publicar no Diário Oficial do dia 24 de junho a anulação da verba destinada à compra de leite especial para distribuir às crianças com alergia alimentar — no valor de R$ 177.676,05 —, as mães estão apreensivas. Nesta sexta-feira (3) a Secretaria de Saúde distribuiu apenas a metade da quantidade de latas de Neocate indicada pelo setor de nutrição do órgão. O problema se agrava porque cada lata custa cerca de R$ 220 e a maioria dos pacientes não têm condições financeiras de arcar com esse custo. A medida tomada pela prefeita Rosinha não agradou quem depende do auxilio do município para nutrir os filhos, como é o caso da dona de casa Greiciane Moraes.
Ela tem duas filhas, uma de quatro anos e outra de sete meses, ambas com graves complicações alimentares. A mais velha sofre de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e a mais nova também não pode consumir outros alimentos e precisa se alimentar exclusivamente de Neocate. A cada quinze dias, Greiciane vai até a Secretaria de Saúde buscar nove latas do leite especial, mas a quantidade ainda não seria suficiente: uma lata acaba em menos de dois dias. Além disso, caso arcasse com os custos, a dona de casa teria um gasto médio de R$ 5 mil por mês.
“Fui a Secretaria de Saúde hoje (3), mas só entregaram metade da quinzena porque alegaram que não haveria a quantidade correta para a distribuição. Recebi apenas cinco latas, mas preciso de pelo menos nove. Confesso que estou sem esperanças. Se antes já não era fácil conseguir o benefício, agora que anularam a verba do Programa de Leite, fico preocupada. Para amenizar a situação, eu conto com a ajuda de pessoas de outros municípios que doam o leite por meio de um grupo no Facebook, mas não tenho garantia de que minhas filhas irão se alimentar no dia seguinte”, desabafou.
Os leites especiais, como o Neocate, Ensure, Pregomin, entre outros, contêm fórmulas à base de soja, proteínas hidrolisadas e aminoácidos, não alergênicas e totalmente isentas de proteína do leite da vaca. Esses leites são destinados às crianças que sofrem de alergias alimentares ou distúrbios da digestão e absorção de nutrientes. O produto é imprescindível para esses pacientes porque o consumo de outros alimentos pode provocar reações graves e até mesmo levar à morte. Para receber esses leites especiais, as mães precisam comprovar a necessidade do produto por meio de consultas, triagens, exames e laudos médicos.
Anulação da Verba
No Diário Oficial do dia 24 de junho a prefeita Rosinha Garotinho anunciou a inserção de Crédito Adicional Complementar de verba orçamentária no valor de R$ R$ 177.676,05; quantia retirada do Programa de Leites Especiais, Fórmulas Nutricionais e Complementações Alimentares da Secretaria de Saúde. Esse Crédito Adicional foi encaminhado à Fundação Municipal de Saúde (FMS) para “outros serviços de pessoa jurídica”.
Essa não foi a primeira vez que a Prefeitura de Campos remanejou verba da saúde para outras finalidades. No dia anterior, 23 de junho, foi publicada no Diário Oficial a anulação de R$ 300 mil do Programa de Assistência Domiciliar (PAD) e de R$ 115 mil destinados à compra de medicamentos distribuídos via processos administrativos e judiciais. Na ocasião, a soma de R$ 415 mil também foi transferida para Crédito Adicional Suplementar de verba orçamentária para “outros serviços de pessoa física”.
Essas alterações no orçamento do município prejudicaram milhares de munícipes que necessitam de assistência médica domiciliar — cujo programa foi criado para desafogar os hospitais e diminuir as internações frequentes em casos de patologias crônicas; e também aqueles que dependem de medicação controlada.
Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando diferentes versões para o mesmo fato, o jornal Terceira Via entrou em contato por e-mail com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, sem obter resposta. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará a versão da Prefeitura de Campos para este fato.
Terceira Via/Show Francisco
Após a Prefeitura de Campos publicar no Diário Oficial do dia 24 de junho a anulação da verba destinada à compra de leite especial para distribuir às crianças com alergia alimentar — no valor de R$ 177.676,05 —, as mães estão apreensivas. Nesta sexta-feira (3) a Secretaria de Saúde distribuiu apenas a metade da quantidade de latas de Neocate indicada pelo setor de nutrição do órgão. O problema se agrava porque cada lata custa cerca de R$ 220 e a maioria dos pacientes não têm condições financeiras de arcar com esse custo. A medida tomada pela prefeita Rosinha não agradou quem depende do auxilio do município para nutrir os filhos, como é o caso da dona de casa Greiciane Moraes.
Ela tem duas filhas, uma de quatro anos e outra de sete meses, ambas com graves complicações alimentares. A mais velha sofre de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e a mais nova também não pode consumir outros alimentos e precisa se alimentar exclusivamente de Neocate. A cada quinze dias, Greiciane vai até a Secretaria de Saúde buscar nove latas do leite especial, mas a quantidade ainda não seria suficiente: uma lata acaba em menos de dois dias. Além disso, caso arcasse com os custos, a dona de casa teria um gasto médio de R$ 5 mil por mês.
“Fui a Secretaria de Saúde hoje (3), mas só entregaram metade da quinzena porque alegaram que não haveria a quantidade correta para a distribuição. Recebi apenas cinco latas, mas preciso de pelo menos nove. Confesso que estou sem esperanças. Se antes já não era fácil conseguir o benefício, agora que anularam a verba do Programa de Leite, fico preocupada. Para amenizar a situação, eu conto com a ajuda de pessoas de outros municípios que doam o leite por meio de um grupo no Facebook, mas não tenho garantia de que minhas filhas irão se alimentar no dia seguinte”, desabafou.
Os leites especiais, como o Neocate, Ensure, Pregomin, entre outros, contêm fórmulas à base de soja, proteínas hidrolisadas e aminoácidos, não alergênicas e totalmente isentas de proteína do leite da vaca. Esses leites são destinados às crianças que sofrem de alergias alimentares ou distúrbios da digestão e absorção de nutrientes. O produto é imprescindível para esses pacientes porque o consumo de outros alimentos pode provocar reações graves e até mesmo levar à morte. Para receber esses leites especiais, as mães precisam comprovar a necessidade do produto por meio de consultas, triagens, exames e laudos médicos.
Anulação da Verba
No Diário Oficial do dia 24 de junho a prefeita Rosinha Garotinho anunciou a inserção de Crédito Adicional Complementar de verba orçamentária no valor de R$ R$ 177.676,05; quantia retirada do Programa de Leites Especiais, Fórmulas Nutricionais e Complementações Alimentares da Secretaria de Saúde. Esse Crédito Adicional foi encaminhado à Fundação Municipal de Saúde (FMS) para “outros serviços de pessoa jurídica”.
Essa não foi a primeira vez que a Prefeitura de Campos remanejou verba da saúde para outras finalidades. No dia anterior, 23 de junho, foi publicada no Diário Oficial a anulação de R$ 300 mil do Programa de Assistência Domiciliar (PAD) e de R$ 115 mil destinados à compra de medicamentos distribuídos via processos administrativos e judiciais. Na ocasião, a soma de R$ 415 mil também foi transferida para Crédito Adicional Suplementar de verba orçamentária para “outros serviços de pessoa física”.
Essas alterações no orçamento do município prejudicaram milhares de munícipes que necessitam de assistência médica domiciliar — cujo programa foi criado para desafogar os hospitais e diminuir as internações frequentes em casos de patologias crônicas; e também aqueles que dependem de medicação controlada.
Sempre respeitando o princípio do contraditório e buscando diferentes versões para o mesmo fato, o jornal Terceira Via entrou em contato por e-mail com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, sem obter resposta. Ainda assim, o jornal aguarda e publicará a versão da Prefeitura de Campos para este fato.
Terceira Via/Show Francisco
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