A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza encerrou terça-feira (18) por volta das 20h, no Fórum Maria Tereza Gusmão, a oitiva de testemunhas, vítimas e acusados no caso “Meninas de Guarus”, oriundo de uma investigação de exploração sexual de crianças e adolescentes que seriam mantidas em cárcere privado no ano de 2009, em Campos. A contar desta quarta-feira (19), o Ministério Público Estadual (MPE) e a defesa terão o prazo de 10 dias para apresentar documentos de relevância, dentre elas, provas técnicas, perícias da Polícia Civil (PC). Ao final dos próximos 25 dias, a juíza terá de um a 10 dias para deliberar a sentença.
Empresários, políticos e policiais são acusados de participação no caso. Na audiência de terça, um dos 20 réus não foi ouvido devido à ausência de testemunhas de defesa no domicílio, sua interrogação correrá em processo paralelo e as testemunhas escutadas por meio de carta precatória.
Todos os acusados negaram envolvimento no caso. O ex-presidente da Câmara de Campos, Nelson Nahim afirmou que conhecia alguns dos acusados de participação no caso, mas disse que nunca tinha visto as vítimas. O político atribuiu o envolvimento do seu nome a “perseguições políticas”. Em outubro do ano passado, Nahim chegou a ser preso por, supostamente, ter tentado atrapalhar as investigações. Além do político, outros cinco acusados também chegaram a ser preso no ano passado.
Proprietários de comércio próximo ao local indicado onde supostamente ocorriam os encontros na área central de Campos e funcionários de hotéis vizinhos também prestaram esclarecimentos.
Já no início da noite, três policiais militares, um empresário, além de outros dois acusados prestaram seus depoimentos. Os policiais, que atualmente estão lotados em diferentes setores, negaram as acusações e alegaram desconhecer prostíbulos, motéis e garotas de programa.
Delegado e vítimas foram os primeiros a falar
A oitiva dos depoimentos teve início na segunda-feira (17). Foram ouvidas as vítimas, além de testemunhas e do delegado Geraldo Rangel que, na época, iniciou as investigações como titular da 146ª Delegacia Legal (Guarus).
Desde o início do processo, 17 magistrados se declararam suspeitos para julgar a ação, oriunda de uma investigação de exploração sexual de crianças e adolescentes que seriam mantidas em cárcere privado no ano de 2009.
O caso das “Meninas de Guarus” ganhou repercussão em junho de 2009, quando a Polícia Civil descobriu um ponto de exploração sexual e prendeu em flagrante o proprietário do imóvel, além de ter libertado cinco mulheres, sendo três maiores e duas menores de 16 e 17 anos. A Folha da Manhã publicou com exclusividade a história de prisão e cárcere privado de menores em um hotel e pousada, no Parque Santa Rosa.
Folha da Manha/Show Francisco
Jhonattan Reis
Júlio César Barreto
Marcus Pinheiro
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