sábado, 29 de agosto de 2015

Dia do combate ao fumo: médico explica os riscos do cigarro

Nicotina é a causadora da dependência. Outras mais de 4.700 substâncias são prejudiciais à saúde

De um lado, a sensação de prazer e alívio. Do outro, dependência e problemas de saúde. Segundo o pneumologista Dr. Judson Vieira de Melo, assim pode ser resumida a vida dos fumantes. O motivo é a nicotina – que causa a dependência – e outras mais de 4.700 substâncias prejudiciais à saúde que estão contidas no cigarro. Neste sábado (29), é o Dia de Combate ao Fumo e o médico conversou com a reportagem sobre os danos deste hábito e como parar de fumar.

“Quando a pessoa traga o cigarro, a nicotina vai para os pulmões, entra na corrente sanguínea e rapidamente atinge o cérebro. Aí vem a sensação de prazer causada pelas substâncias. Por isso, quanto mais a pessoa fuma, mais o cérebro dela necessita da nicotina. Uma vez a substância dentro do organismo, ela começa a obstruir os alvéolos - onde existe a troca de oxigenação no pulmão. A nicotina entope esses alvéolos cada vez mais e isso é irreversível”, explicou o pneumologista.

Ainda segundo o médico, o tempo é inimigo do fumante. “A pessoa começa a tossir muito, a ter secreção e pode aparecer um enfisema pulmonar ou um câncer. Quase 99% dos cânceres de pulmão são provocados pela nicotina”.

Fumante há anos, a publicitária Priscilla Vigneron diz ter consciência dos malefícios do cigarro. “Todo mundo que fuma sabe que faz mal, mas isso é um vício. É complicado. Já tentei parar uma vez sem usar nenhum medicamento e consegui ficar 46 dias sem o cigarro (no período da Quaresma). Depois voltei. Acho que a pessoa precisa estar com o psicológico preparado para parar”, comentou.

Para o Dr. Judson, o fumante que deseja parar precisa de acompanhamento e em alguns casos é necessário o uso de medicamentos. “As pessoas precisam do apoio, porque é difícil largar o cigarro. Também existe o hábito de fumar junto com um café ou uma cerveja. Isso fica no inconsciente da pessoa e toda vez que ela ingere estas bebidas, sente a necessidade de fumar. A dependência pelo cigarro surge aos poucos e quanto mais a pessoa fuma, mais ela tem vontade”, falou o médico.

A funcionária pública Laiz Kropf chegou a ficar quase dois anos sem o cigarro. Fumante, ela diz que ainda não sente a necessidade de parar de vez. “Eu fumo socialmente ou em momentos de estresse. Passo bem uma semana inteira sem fumar, mas uso o cigarro como uma válvula de escape. Parei quando descobri que estava grávida, mas quando meu filho parou de mamar de vez, eu voltei a beber e consequentemente a fumar”.

Ajuda para deixar de fumar
A cidade de Campos tem um programa de combate ao tabagismo, que funciona na Secretaria de Saúde. No local, uma equipe formada por psicólogo, assistentes sociais e outros especialistas acompanha as pessoas por meses. “Os meios usados no grupo para quem quer parar são: comprimido, adesivo e a goma de mascar. Todos estes medicamentos contêm nicotina em uma quantidade suficiente para saciar e inibir a vontade da pessoa em querer fumar. Com o tempo, nós diminuímos a quantidade dos medicamentos até parar”, finalizou o pneumologista.
Priscilla Alves/Terceira Via/Show Francisco



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