quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Nos corredores sujos do Hospital Ferreira Machado

Usuários da Saúde Pública de Campos permanecem sofrendo com o estado falimentar dos hospitais municipais. A intervenção da Prefeitura de Campos na Santa Casa de Misericórdia, apontada como a solução dos problemas no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), não aparenta ter resultados efetivos. Durante o período de feriado prolongado, doentes foram atendidos sobre macas nos corredores do Hospital Geral de Guarus (HGG), mesmo após a prefeita Rosinha Garotinho (PR) garantir no último dia 20 — durante a primeira intervenção da Prefeitura na Santa Casa — que os pacientes seriam retirados dos corredores. O cenário de precariedade se repetiu no Hospital Ferreira Machado (HFM). A má conservação estrutural, ausência de ambiente asséptico, superlotação e mau atendimento no hospital foram denunciados nas redes sociais pelo internauta Léo Barreto, e a postagem reproduzida no blog Na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro, hospedado na Folha Online.
“Olha a falta de humanidade no hospital, corredores cheios, lixos espalhados, grosserias com pacientes, tem que levar lençóis, cadeiras, tudo... Olha o lixão, risco total de contaminação. Olha a pia da enfermaria, e quando pedimos para limpar, dizem que só tem um funcionário para tudo, e que há quase três meses a Prefeitura não paga”, escreveu o internauta em referência às imagens flagradas no local e publicadas na rede social.
Ao flagrar durante o último feriado prolongado a situação do HGG, a equipe da Folha tentou entrar no HFM, mas não conseguiu. No entanto, parentes de pacientes relataram problemas que aconteciam na unidade e foram comprovados pelo flagrante do internauta.
Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que o HFM vem passando por um grande pacote de obras, orçado em R$ 6,7 milhões. Segundo a nota, o novo Pronto Socorro Pediátrico, a reforma do Centro de Material e Esterilização, a enfermaria Laranja, a nova Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e o centro cirúrgico foram concluídos e estão em funcionamento. “A reforma e reparos nos banheiros foram concluídos em abril deste ano, quando cerca de 40 receberam novos boxes de alumínio e tampas almofadadas para os vasos. Dentro do processo de reforma existe um projeto para ampliação do Pronto Socorro, que ocupará uma área de 1.500m² e contará com novos consultórios, além de uma ala específica para diagnóstico por imagem”.

Com relação à limpeza do hospital, a nota informa que a FMS vai notificar a empresa responsável pelo serviço. “Equipes promovem a retirada do lixo, além da desinfecção do piso. Como o serviço é realizado por firma contratada, a mesma será comunicada e cobrada para que tal situação não permaneça”. Sobre a superlotação, a FMS não se manifestou.

Após a edição da Folha mostrar mais uma vez doentes em macas nos corredores do HGG, na manhã dessa terça-feira (3) eles não foram vistos. Apenas nos setores de marcação de consultas e exames foram registrados maior aglomeração e filas.

As dificuldades continuam nas unidades municipais ao mesmo tempo em que a Prefeitura intervém na Santa Casa. A junta interventora ainda não se pronunciou após a segunda intervenção (em vigência) da prefeita na unidade.



Folha da Manhã/Show Francisco
Marcus Pinheiro e Bárbara Cabral (estagiária)
Fotos: Leitor Léo Barreto




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