Um grupo de mães, cujos filhos possuem algum tipo de alergia alimentar, foi à Câmara Municipal de Campos nesta terça-feira (1°/03) pedir a interferência dos vereadores no problema que se arrasta desde o ano passado: a falta do leite especial “Neocate”. A fórmula, que chega a custar R$ 200 nas farmácias, deveria ser fornecida pela secretaria de Saúde, que está com estoque vazio.
A denúncia foi feita durante a sessão ordinária que teve Tribuna Livre para vários assuntos, dentre eles a falta de apoio do poder público para a realização do Carnaval 2016.
Mãe de um bebê de apenas 10 meses, a repositora Mariângela Teixeira Evangelista da Silva, de 26 anos, disse que o problema do filho é ainda mais delicado, já que ele tem intolerância a proteína do leite. Ela, que não consegue a fórmula “Neocate” há pelo menos dois meses, está desesperada e sem ter o que fazer.
“Hoje na Câmara não foi dada nenhuma solução para gente. Um vereador pegou os nomes das mães e das crianças e disse que vai tentar resolver esse problema no Rio. A gente não tem para onde correr, porque na secretaria (Saúde) eles alegam que não tem previsão para chegar”, informou a jovem.
“Eles (prefeitura) seguraram o leite porque teve um novo recadastramento, mas o leite venceu e eles tiveram de jogar fora. Ele (filho) só toma esse leite, mas devido à necessidade estou inserindo outros alimentos para comer”, mencionou a repositora.
Cada mãe precisaria de aproximadamente 30 latas do leite por mês. Caso não recebessem auxílio do poder público, elas teriam que dispor de R$ 5.400 por mês apenas para comprar a fórmula infantil.
Em nota, "a Gerência de Nutrição informa que fornece fórmulas especiais de nutrição para pessoas com alergia ou intolerância alimentar ou usuários de sonda. Leite comum não integra o rol de fórmulas fornecidas pela Secretaria de Saúde. O serviço não é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas é um programa municipal, pago com royalties do petróleo. Em 2015, 41 mil latas foram distribuídas aproximadamente, como por exemplo, neocate, neocateAD, pregomin e aptamil, contemplando cerca de 500 pessoas".
Com relação a previsão para reposição do estoque de leite e, posterior fornecimento à população, o órgão não respondeu.
NOVELA
A falta de “Neocate” vem sendo abordada pelo Site Ururau desde setembro do ano passado, quando, inclusive, algumas mães à época chegaram a pedir ajuda nas redes sociais. No dia seguinte a reclamação chegou à Câmara, mas os governistas esvaziaram a sessão.
Outras mães conseguiram na Justiça que a secretaria de Saúde de Campos entregasse a fórmula infantil, num prazo de 48 horas. Em 15 de novembro, desesperadas com a falta do leite, um grupo de mães fez umprotesto na Praça do Santíssimo Salvador.
Ururau/Show Francisco
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