quarta-feira, 27 de abril de 2016

Polícia de Cabo Frio suspeita que professor foi morto por um ex-aluno

Testemunha teria visto o educador acompanhado de um jovem antes de ser morto

O corpo do professor foi sepultado ontem em São Gonçalo. (Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil de Cabo Frio está investigando a morte do professor Nivaldo Marques como crime passional. Nenhum objeto de valor foi levado do interior da casa da vítima. O presidente da ONG Iguais e do Fórum LGBT da Baixada Litorânea, Rodolpho Campbell, acredita que a morte do professor esteja ligada à homofobia. “Os requintes de crueldade demonstram muito ódio e geralmente está sempre relacionado a aversão à nossa condição sexual” afirmou. O corpo do educador foi sepultado no final da tarde desta terça-feira (26), em São Gonçalo. Centenas de amigos residentes de Cabo Frio, familiares e alunos compareceram à cerimônia de despedida.

O delegado Lauro Coelho, titular interino da 126ª DP (Cabo Frio) detalhou que dezenas de testemunhas foram ouvidas desde que o corpo de Nivaldo foi encontrado. Uma delas teria informado que o professor foi visto pela última vez acompanhado de um aluno, ou ex-aluno - a polícia ainda apura essa informação.

"Estamos investigando nesse sentido (crime passional), pois nada teria sido levado da residência da vítima. Esperamos que novas testemunhas apareçam para esclarecermos este homicídio o quanto antes", declarou o delegado.

Nivaldo foi encontrado na manhã da última segunda-feira ( 25) por uma colega de trabalho. A vítima tinha os braços e pés amarrados com fios elétricos, apresentava sinais de espancamento na cabeça e enforcamento.

Para entrar na residência, a colega de Nivaldo teve que chamar um chaveiro porque o portão estava trancado com um cadeado. O corpo de Nivaldo foi encontrado no chão do quarto. Pelo adiantado estado de decomposição, a polícia acredita que Nivaldo foi morto na noite de sábado (23) ou na madrugada de domingo (24).

Desde então, amigos de Nivaldo têm ido à delegacia de Cabo Frio em busca de informações. Como é o caso da professora Denize Alvarenga que falou da tristeza profunda pela perda do amigo. “Professor Nivaldo era um batalhador! Professor por mais de dez horas por dia, apaixonado por sua profissão e a alegria em pessoa. Raramente estava cansado ou para baixo. Queria muito que esta notícia não fosse verdade. Queria muito poder gargalhar com ele nas minhas manhãs, tardes ou noites no Colégio Rui Barbosa. Nivaldo era um cara do bem, da vida, do alto astral”.
Terceira Via/Show Francisco



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