segunda-feira, 25 de julho de 2016

Acidentes com moto revelam dados dramáticos de vítimas em Campos

Dois novos casos no final de semana, com uma morte e um ferido, engrossam estatísticas

Acidentes envolvendo motocicletas geralmente causam lesões mais graves nas vítimas (foto: Isaias Fernandes / Arquivo)

Tatiana Freire

Sonho de consumo de grande parte dos jovens brasileiros, a motocicleta tem se tornado cada vez mais uma perigosa ferramenta para aqueles que se aventuram no trânsito. Estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam que sete em cada 10 acidentes registrados nas áreas urbana e rural de Campos envolvem motos.

Outra constatação, facilmente observada, é que a maioria das vítimas que se acidentam sobre duas rodas sofre lesões muito mais graves que aquelas que seguem em outros veículos automotores. Entre as lesões mais comuns sofridas por acidentados de motos estão o traumatismo craniano (mesmo em condutores que usam corretamente o capacete), fraturas de diversos tipos nas pernas e também na coluna cervical.

Algumas lesões na região da coluna podem deixar a vítima paraplégica ou até mesmo tetraplégica. Entre a noite de sábado (23) e a manhã de ontem (24) mais dois acidentes com moto foram registrados em Campos, deixando um morto e outro ferido. “O socorro às vítimas de acidentes de moto exige ainda mais cuidado por parte das equipes do Corpo de Bombeiros. É preciso utilizar a técnica correta em cada detalhe. A aplicação de técnicas começa desde a retirada do capacete, que é um ponto importantíssimo e só pode ser feita por uma pessoa preparada. Se a retirada for feita da forma errada, pode até causar problemas ainda maiores para a vítima”, explicou o chefe da Assessoria de Informações Operacionais (Aiop) do 5º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), em Campos, capitão Thomás Dutra.

Seria natural pensar que as motocicletas mais potentes, que alcançam maior velocidade, são responsáveis por engrossar o alto índice de acidentes motociclísticos registrados. Mas não são. Muito pelo contrário. As populares cinquentinhas (motos de até 50 cilindradas) estão no topo deste ranking. “Geralmente as pessoas que pilotam as famosas cinquentinhas têm pouca experiência em condução de motos. Começam por ela justamente porque exige menos do piloto. E a consequência disso acaba sendo um maior índice de envolvimento em acidentes”, avaliou o capitão.

"Nunca mais subirei numa moto", diz vítima


Fraturas no braço e no fêmur. Esta foi a consequência de um acidente sofrido pela jovem Daiana Nogueira de Souza, 26 anos, em 20 de junho último. Ela voltava para casa depois de sair do serviço, por volta das 17h30, quando foi surpreendida por uma caminhonete que realizava uma manobra em local proibido. Submetida a uma cirurgia no braço, ela ainda tem dificuldades para movimentar a mão. A jovem ainda terá que passar por uma cirurgia no fêmur.

No momento do acidente, ele pilotava uma Web, moto de baixa cilindrada. Em três anos de experiência sobre duas rodas, esta foi a primeira vez que sofreu acidente. “A caminhonete estava parada e, de repente, fui surpreendida pelo veículo, que iniciou uma manobra no momento em que eu passava. Foi tão rápido que não deu para desviar”.
Não são apenas pilotos inexperientes que se envolvem em acidentes de trânsito. Ualas Monção, 35, é motorista profissional. Em 4 de junho último ele levava na garupa a esposa, a vendedora Amanda Silva Félix, 29, quando a moto do casal foi atingida por um carro num cruzamento.

Ualas teve fratura nas duas pernas, nas costelas e na bacia, permanecendo 51 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de onde saiu na última terça-feira (19). Amanda, que sofreu fratura no ligamento entre o fêmur e a bacia, também passou pela UTI no dia do acidente, mas no dia posterior foi transfedrida para a enfermaria. Ela ainda será submetida a uma cirurgia na perna. “Ele dirige há muito tempo e trabalha com isso. Também tem habilitação para pilotar moto e muita experiência, tanto ao volante, como na moto. Foi uma fatalidade mesmo. Só soube como aconteceu o acidente depois que ele saiu da UTI e pudemos nos falar. A única certeza que eu tenho hoje é de que nunca mais subirei numa moto”, contou a vendedora.

Estatísticas do HFM

O Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, unidade que recebe vítimas de acidente de toda a Região Norte Fluminense e de outros municípios, revela em suas estatísticas que nos cinco primeiros meses de 2016 houve uma tímida redução do número de acidentes de moto, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Entre janeiro e maio deste ano, 1.392 vítimas de acidentes de moto deram entrada no HFM, 278 a menos que no mesmo período de 2015. Ao longo de todo o ano passado, 3.741 pessoas deram entrada no hospital vítimas de acidentes com motos.

Com base em estatísticas do HFM, o chefe do policiamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Campos, Wéber Boroto, destacou que dos 4.110 acidentes envolvendo motocicletas em 2014 em todo o município, 289 ocorreram em rodovias federais.“É um percentual bem pequeno. E existe explicação para isso. A maioria das pessoas prefere viajar de carro e, por isso, o número de motos circulando pelas rodovias é bem menor. A consequência disso é o baixo índice de acidentes envolvendo motos nas rodovias”, explicou.

Queda de moto deixa um morto na Tapera


João Gabriel Fernandes

Um homem morreu e outro ficou ferido em dois acidentes distintos envolvendo motocicletas, em Campos. As ocorrências foram registradas na noite de sábado (23) e o início da manhã deste domingo (24), na Tapera e Pecuária.

Na RJ-208, Estrada de Lagoa de Cima, por volta das 18h de sábado (23), o eletricista Ronaldo da Silva Gomes, de 56 anos, morreu após bater a motocicleta que conduzia em um poste, na localidade da Tapera.

O Corpo de Bombeiros Militar chegou a ser acionado mas, ao chegar ao local, a vítima já estava sem vida. O corpo da vítima foi removido pelo rabecão para Posto Regional de Polícia Técnica-Científica (PRPTC) para necropsia e liberação para sepultamento.
Na manhã de ontem, um homem, cuja identificação não foi divulgada, sofreu escoriações pelo corpo ao bater a motocicleta que pilotava em uma árvore. O acidente aconteceu na Avenida Presidente Vargas, na Pecuária. A vítima foi socorrida para Hospital Ferreira Machado (HFM).
O DiárioNF/Show Francisco

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