sábado, 9 de julho de 2016

Americano é multado no TJD-RJ e vai disputar triangular

Clube foi julgado pela suspeita de manipulação de resultados
Foto: Campos 24 Horas/arquivo

Em julgamento realizado na tarde desta sexta-feira (08) no Plenário do TJD-RJ, o Americano foi punido com o pagamento de uma multa de 30 mil francos suíços – aproximadamente R$ 102 mil – por suposta manipulação de resultados durante a fase final da Taça Corcovado, que terminou com o Campos como campeão. Com isso, o Alvinegro foi para o Triangular, eliminando, assim, o Itaboraí, denunciante, que dependia do título do Cano para disputar a fase final da Série B. Após a decisão, o Itaboraí declarou que irá recorrer a decisão ao Pleno do Tribunal.

O julgamento teve um atraso de 22 minutos em relação ao horário previamente marcado: 15h30min. Durante toda a sessão, os membros da diretoria do Americano se mostraram muito tensos e os do Itaboraí muito tranquilos e, em alguns momentos, rindo durante o depoimento das testemunhas apresentadas pelo advogado do Alvinegro. Ao final dos depoimentos e da defesa do Americano, a procuradora Dr. Carolina Acciolly pediu para que os auditores punissem o Americano pela denúncia de manipulação de resultados. Mas o relator decidiu por punir o Americano com a multa, de acordo com o Código Disciplinar da Fifa.

Defesa e depoimentos do Americano
O advogado do Americano, Dr. Teotônio Chermont, foi o primeiro a falar na sessão no Plenário Dr. Homero das Neves Freitas, no TJD-RJ. Ele indicou três tesmemunhas: o diretor-executivo, Gilberto Melo, o fisioterapeuta, Charles Gabriel de Souza Paiva, e técnico João Carlos Ângelo. Os três deram depoimentos ao presidente da 8ª Comissão Disciplinar Regional, Dr. Eduardo Abreu Biondi. O primeiro explicou sua relação com Guito Wagner, autor do áudio que gerou toda a suposição manipulação de resultados, e disse que não mantém amizade e que ele não frequenta jogos do Americano. Além disso, Gilberto falou que toda a responsabilidade de escalação é de João Carlos Ângelo.

Logo após, o fisioterapeuta do Americano alegou que alguns atletas não reuniam condições físicas ideais para atuar na final contra o Campos. Inclusive, ele citou o nome de alguns jogadores, entre eles, Douglas e Mayaro. A última testemunha a falar foi João Carlos Ângelo que, assim como Gilberto, disse não ter amizade com Guito Wagner e que nem o conhece pessoalmente, mas não soube precisar se ele vai aos jogos, já que, por muitas vezes, o estádio estava cheio.

Sobre a escalação do time nas finais contra o Campos Atlético, João Carlos Ângelo afirmou que isso fez parte do planejamento do Americano já para o Triangular Final, e usou como exemplo o ano passado, na qual o Alvinegro não conseguiu o acesso devido ao desgaste da equipe. João ainda fez questão de frisar que 80% dos atletas estiveram em campo na vitória justamente contra o Roxinho no Estádio Ângelo de Carvalho.

Após as testemunhas, o advogado ressaltou que, em nenhum momento, ficou claro que houve manipulação de resultados no áudio que foi levado pelo Itaboraí à Ferj. Ele ainda indagou à Comissão sobre a não denunciar Guito Wagner pelo áudio gravado.

Defesa do terceiro interessado: Itaboraí
O advogado do Itaboraí, Dr. Michel Assef Filho, começou a defesa falando do áudio de Guito Wagner, que, segundo ele, prova a manipulação do resultado nas finais da Taça Corcovado. Sobre a denúncia no Código da Fifa, ele fez questão de ressaltar que o CBJD não tem um artigo que puna um clube que manipule resultados para perder. Ainda de acordo com Assef, uma série de indícios foram capazes de provar a manipulação.

Voto do relator: Dr. Leandro Rocha Almeida
O relator fez seu voto visando o resultado em campo na final entre Campos e Americano. Além disso, segundo ele, não houve prova de manipulação e sim que o Americano jogou com “regulamento debaixo do braço”, citando dois exemplos: do Botafogo, em 2015, e da Seleção Brasileira de Vôlei, em 2011, neste último porque perdeu de propósito para a Bulgária para pegar um grupo mais fácil na fase seguinte. O relator ainda afirmou que não poderia prejudicar o Roxinho. Com isso, Dr. Leandro, usou uma alínea que puniria o Americano com uma multa e não com a exclusão da Série B. O voto dele foi acompanhado pela maioria dos auditores no TJD-RJ.
Show Francisco



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