Pensa numa péssima prestação de serviço. Agora multiplique por dez. Talvez a proporção que você deu a este cálculo, caro leitor, ainda não seja o suficiente para se aproximar da qualidade dos serviços que a Ampla oferece aos clientes no Rio de Janeiro. Não à toa no ano passado, ela ficou entre as piores empresas de fornecimento de energia elétrica do país, obrigando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a cobrar melhorias nos serviços prestados à comunidade.
Embora a Aneel tenha requisitado melhorias, parece que esta cobrança ainda não pode ser vista pelos consumidores. O que se vê dentro do atendimento da empresa, em Campos, são longas filas, idosos e gestantes tendo que esperar, por horas, em pé e muita, mas muita reclamação. E entre essas reclamações estão o erro na medição do consumo e a demora para que a empresa faça a instalação do relógio. É o caso de um casal que, com medo de ter que ficar mais um semestre às escuras, pediu para não ser identificado. Marido e mulher solicitaram a instalação de um relógio na Baixada Campista em janeiro deste ano. Sete meses após, a empresa ainda não havia ligado, e pior: os próprios funcionários são orientados a pedirem para as pessoas procurarem a justiça.
“Trabalhamos na roça e, como todo mundo, a gente precisa de energia elétrica. Perdemos as contas de quantas vezes viemos aqui. O mais gozado é que os funcionários mesmo mandam a gente recorrer à justiça”, disse o agricultor, ressaltando que teve que conseguir emprestado um pequeno gerador a combustível para não perder dinheiro. “A gente depende da luz. É impressionante como eles não estão nem aí para nada. É um desrespeito. Quando a gente questiona o motivo da demora, eles alegam que a empresa está sem dinheiro para comprar material para ligar o relógio. É um absurdo!” desabafa.
Em Italva, na região Noroeste do Estado, a situação se repete. A empregada doméstica Shirley da Silva conta que levou anos para construir seu humilde casebre. Quando achou que, após todo o estresse da construção seus problemas estavam acabados, a Ampla complicou a situação. “Já fui ao advogado, mas a justiça, além de cega, é lenta. Já mudei, mas estou sem energia elétrica há pelo menos um mês. A gente quer fazer o certo, mas não temos outra opção a não ser fazer uma ligação clandestina, ou seja, um gato”, afirmou.
Nas redes sociais há dezenas de comunidades cujo título é: “eu odeio a Ampla”. A reportagem do jornal NU entrou em contato com a assessoria de imprensa da Ampla, mas até a publicação desta matéria, o setor não havia respondido nossas respostas.
Notícia Urbana/Show Francisco
Nenhum comentário:
Postar um comentário