quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Câmara em ritmo de “férias”



Alexandre Bastos e Arnaldo Neto/Foto: Folha da Manhã

A Câmara de Campos continua em ritmo de “férias”. Nessa terça (4) e nesta quarta (5), quando todos esperavam discursos e debates sobre a eleição do último domingo, não houve sessões por falta de quórum. A maior movimentação na manhã dessa terça ficou por conta da chegada do vereador Rafael Diniz (PPS), que se elegeu prefeito de Campos. Ele foi saudado por funcionários e parlamentares da oposição e situação. Nos bastidores o assunto mais comentado é o “pacotão” de ações que pedem a cassação dos diplomas de 11 vereadores eleitos. Na internet, um abaixo-assinado foi criado para pedir à Justiça celeridade no caso.

Após a volta do recesso, em agosto, a Câmara de Campos manteve um ritmo lento, com poucas sessões polêmicas. A ideia da base governista era evitar que o debate eleitoral chegasse ao Legislativo. Inclusive, durante as eleições, o site da Câmara parou de transmitir as sessões, assim como a TV Câmara. O vereador Fred Machado (PPS) foi um dos mais críticos ao ser indagado sobre o clima de férias na Casa. “Apesar do ritmo intenso da campanha, defendi a realizações de sessões e debates importantes. Os problemas da cidade não poderiam esperar a eleição”, disse Fred.

Por diversas vezes, em momentos delicados para o governo Rosinha, como a busca por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o contrato de Odebrecht em Campos, membros da bancada governista se esquivaram dos debates e diversas sessões não foram realizadas por falta de quórum. A meta era ganhar tempo e fazer o tema esfriar.

Na mira — Dos 25 vereadores eleitos no último domingo, 11 são réus em ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), movidas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Além deles, outros dois — Marcos Bacellar (PDT) e Alciones do Rio Preto (PSDC) — foram eleitos, mas não tiveram os votos computados por estarem com registro indeferido com recurso. Durante a campanha, após o “escandaloso esquema” do Cheque Cidadão, o Ministério Público Eleitoral (MPE) propôs 37 Aijes contra candidatos à Câmara, além de uma primeira, contra a prefeita Rosinha Garotinho (PR), seu candidato a prefeito Dr. Chicão (PR), o candidato a vice Mauro Silva (PSDB), a secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Alvarenga, e a coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch.

Os 11 eleitos foram: Jorge Rangel (PTB), Thiago Ferrugem (PR), Kellinho (PR), Magal (PSD), Thiago Virgílio (PTC), Ozéias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), Vinicius Madureira (PRP), Linda Mara (PTC) e Miguelito (PSL).

Abaixo-assinado pede julgamento imediato

Um abaixo-assinado digital foi criado no site “change.org” com o objetivo de uma “Câmara Limpa em Campos dos Goytacazes”. O documento tem o intuito de pedir à Justiça Eleitoral celeridade no julgamento da denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o que foi classificado como “escandaloso esquema” envolvendo a possível utilização do programa social Cheque Cidadão para compra de votos. O MPE pede cassação do diploma ou mandato, caso confirmadas as irregularidades.

Caso os denunciados percam o registro eleitoral, o quociente será recalculado e outros candidatos vão assumir as cadeiras da Casa.

O abaixo-assinado digital, criado por Natassia Lima Mayerhoffer, por volta das 18h dessa terça, contava com 4.784 apoiadores até as 09h35 desta quarta. Em um dos trechos do pedido à Justiça, é citado que os denunciados “estão prestes a assumir seus mandatos caso não sejam julgados o quanto antes”.
Show Francisco

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