Ele estava na Casa de Custódia há menos de um mês e sofreu um infarto.
POR ULLI MARQUES
Valtamir morreu de embolia pulmonar e infarto na Casa de Custódia (Foto: Arquivo Pessoal)
Um detento morreu de infarto na noite de domingo (5) e o motivo seria a falta de assistência médica. A informação consta no atestado de óbito de Valtamir da Conceição Passo, de 57 anos, emitido pelo Hospital Geral de Guarus (HGG). Segundo a família, ele estava detido na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro desde o dia 13 de janeiro e teria sido impedido pelos agentes de receber os medicamentos controlados para pressão arterial que tomava diariamente. Revoltados, filha, irmão e cunhada afirmaram estar indignados com o tratamento recebido no local e pedem justiça.
A cunhada de Valtamir, Rita Cordeiro, contou que o homem teria se sentido mal na manhã de domingo e não teria recebido atendimento médico. À noite, ela teria recebido uma ligação de um funcionário da Casa de Custódia que a informou sobre o estado de saúde de Valtamir. O homem teria sido levado ao Hospital somente por volta das 23h, mas morreu antes de dar entrada na Emergência da unidade.
“Eles não prestaram socorro e também não avisaram a gente a tempo. Ele passou mal de manhã e só morreu a noite. Se tivesse sido atendido por um médico, ele ainda poderia estar vivo. Isso é o que nos deixa revoltados. É uma falta de humanidade muito grande”, disse a cunhada, emocionada. Ela contou ainda que foi à Casa de Custódia hoje pela manhã e que “foi tratada como cachorro”. “Para eles, detentos e família de detentos não são gente”.
De acordo com a filha do detento, Isabelle Cordeiro, desde que o seu pai foi preso, no dia 13 de janeiro, ela não teria conseguido visita-lo devido a burocracias. “Primeiro disseram que tínhamos que esperar 15 dias, depois tivemos que esperar mais duas semanas para fazer a carteirinha que autorizava a entrada. Então eu não via o meu pai desde antes de ele ser levado para lá”, disse. Ela afirmou ainda que Valtamir fazia uso regular de medicamento para pressão alta e que a família tentou levar os remédios pelo menos três vezes, mas foram impedidos pelos agentes. “Eles alegaram que tinham medicamento lá dentro, mas a gente sabe que isso não é verdade, tanto que meu pai morreu sem assistência. E o pior é que ele tinha esse direito porque nós pagávamos até plano de saúde para ele. A dor é muito grande, não tem tamanho, mas a indignação é tão grande quanto”, lamentou.
O advogado da família, Edvalson Vicente, lembrou que, em caso de morte dentro de uma unidade prisional, a responsabilidade é do Governo do Estado, mais precisamente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). “Independente do crime cometido, o detento deve ser atendido. No Brasil não há pena de morte reconhecida, mas há a pena de morte velada, escondida”, denunciou.
Valtamir foi preso no mês passado por estelionato e aguardava habeas corpus. Segundo a cunhada dele, no atestado de óbito consta que o detento morreu de Embolia Pulmonar e infarto, mas o laudo oficial do Instituto Médico Legal (IML) só deve ser liberado daqui a 15 dias.
Em resposta à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via, a assessoria de comunicação da Seapn informou apenas que “Valtemir foi levado ao hospital assim que passou mal ainda com vida, mas infelizmente faleceu a caminho do hospital” e que “aguarda o laudo do IML para saber a causa mortis”.
Há duas semanas, O Jornal Terceira Via publicou uma reportagem especial sobre a crise penitenciária que também acontece em Campos. Na ocasião, foi denunciada a superlotação nos dois presídios do município e também na Casa de Custódia (para onde são levados os suspeitos que ainda não foram condenados); além da falta de estrutura para os detentos que receberiam comida estragada e não teriam direito a atendimento médico.
POR ULLI MARQUES
Valtamir morreu de embolia pulmonar e infarto na Casa de Custódia (Foto: Arquivo Pessoal)
Um detento morreu de infarto na noite de domingo (5) e o motivo seria a falta de assistência médica. A informação consta no atestado de óbito de Valtamir da Conceição Passo, de 57 anos, emitido pelo Hospital Geral de Guarus (HGG). Segundo a família, ele estava detido na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro desde o dia 13 de janeiro e teria sido impedido pelos agentes de receber os medicamentos controlados para pressão arterial que tomava diariamente. Revoltados, filha, irmão e cunhada afirmaram estar indignados com o tratamento recebido no local e pedem justiça.
A cunhada de Valtamir, Rita Cordeiro, contou que o homem teria se sentido mal na manhã de domingo e não teria recebido atendimento médico. À noite, ela teria recebido uma ligação de um funcionário da Casa de Custódia que a informou sobre o estado de saúde de Valtamir. O homem teria sido levado ao Hospital somente por volta das 23h, mas morreu antes de dar entrada na Emergência da unidade.
“Eles não prestaram socorro e também não avisaram a gente a tempo. Ele passou mal de manhã e só morreu a noite. Se tivesse sido atendido por um médico, ele ainda poderia estar vivo. Isso é o que nos deixa revoltados. É uma falta de humanidade muito grande”, disse a cunhada, emocionada. Ela contou ainda que foi à Casa de Custódia hoje pela manhã e que “foi tratada como cachorro”. “Para eles, detentos e família de detentos não são gente”.
De acordo com a filha do detento, Isabelle Cordeiro, desde que o seu pai foi preso, no dia 13 de janeiro, ela não teria conseguido visita-lo devido a burocracias. “Primeiro disseram que tínhamos que esperar 15 dias, depois tivemos que esperar mais duas semanas para fazer a carteirinha que autorizava a entrada. Então eu não via o meu pai desde antes de ele ser levado para lá”, disse. Ela afirmou ainda que Valtamir fazia uso regular de medicamento para pressão alta e que a família tentou levar os remédios pelo menos três vezes, mas foram impedidos pelos agentes. “Eles alegaram que tinham medicamento lá dentro, mas a gente sabe que isso não é verdade, tanto que meu pai morreu sem assistência. E o pior é que ele tinha esse direito porque nós pagávamos até plano de saúde para ele. A dor é muito grande, não tem tamanho, mas a indignação é tão grande quanto”, lamentou.
O advogado da família, Edvalson Vicente, lembrou que, em caso de morte dentro de uma unidade prisional, a responsabilidade é do Governo do Estado, mais precisamente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). “Independente do crime cometido, o detento deve ser atendido. No Brasil não há pena de morte reconhecida, mas há a pena de morte velada, escondida”, denunciou.
Valtamir foi preso no mês passado por estelionato e aguardava habeas corpus. Segundo a cunhada dele, no atestado de óbito consta que o detento morreu de Embolia Pulmonar e infarto, mas o laudo oficial do Instituto Médico Legal (IML) só deve ser liberado daqui a 15 dias.
Em resposta à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via, a assessoria de comunicação da Seapn informou apenas que “Valtemir foi levado ao hospital assim que passou mal ainda com vida, mas infelizmente faleceu a caminho do hospital” e que “aguarda o laudo do IML para saber a causa mortis”.
Há duas semanas, O Jornal Terceira Via publicou uma reportagem especial sobre a crise penitenciária que também acontece em Campos. Na ocasião, foi denunciada a superlotação nos dois presídios do município e também na Casa de Custódia (para onde são levados os suspeitos que ainda não foram condenados); além da falta de estrutura para os detentos que receberiam comida estragada e não teriam direito a atendimento médico.
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