quarta-feira, 29 de março de 2017

"Chequinho": Testemunhas confirmam denúncias e advogado vê equívoco na Operação

Quatro pessoas são ouvidas e cinco faltam à nova audiência no Fórum

Sem a presença dos cinco réus convocados, ocorreu, na tarde desta terça-feira, no Salão de Júri do Fórum Maria Tereza Gusmão de Campos, a audiência de instrução e julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que apura o suposto uso do Programa Cheque Cidadão em troca de votos nas eleições de outubro.

As testemunhas confirmaram as denúncias, enquanto o advogado de defesa dos acusados, Antônio Maurício Costa, apontou equívoco na operação “Chequinho”.
A ex-prefeita de Campos Rosinha Garotinho; a ex-secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Alvarenga; a ex-coordenadora do Programa Cheque Cidadão, Gisele Kock; e o candidato a prefeito, Dr. Chicão, e a vice-prefeito, Mauro Silva, que concorreram à Prefeitura de Campos nas últimas eleições, não compareceram.

Apesar de intimada, a advogada Maria Elizabeth da Costa José, que defende Ana Alice e Gisele, também não compareceu à audiência. O juiz da 76ª Zona Eleitoral, Eron Simas, deu um prazo de cinco dias úteis para a defesa dos acusados apresentarem as alegações finais. Após essa etapa, o juízo poderá proferir a sentença a partir do dia 4 de Abril.

Durante a audiência, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação, o Coronel do Grupamento de Apoio a Promotoria (GAP), Luis Fernando da Silva Leal; o Sargento do GAP, Mauricio Castro dos Santos; a Assistente Social que presta consultoria para o Ministério Público, Leiliana Martins da Silva e uma Assistente Social do Conselho Regional de Serviço Social (CRAS), Leiliane Cardoso de Almeida.

Uma das testemunhas de acusação disse em seu depoimento que dois funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, que estavam no dia do mandado de busca e apreensão no órgão, contaram que o setor destinado ao programa Cheque Cidadão, estava funcionando nos finais de semana no período que antecedeu às eleições para fazer o cadastro e inserções de beneficiados no sistema.

Ele disse ainda que no setor havia uma desorganização e no dia da busca e apreensão os funcionários dificultaram a passar informações para a equipe do GAP, levando a oficial de justiça a apreender todos documentos que estavam no órgão.

Outra testemunha, desta vez, uma Assistente Social que presta serviço para o Ministério Público, contou que uma lista com os nomes dos beneficiados aprendida no cumprimento do mandado era muito maior que o cadastro de analise econômica. Ela falou também que durante uma reunião do Conselho Regional de Serviço Social (CRAS), foi debatido em conjunto com as assistentes sociais, que o número de beneficiários do programa Cheque Cidadão tinha dado um salto durante o período eleitoral.

O advogado de defesa da ex-prefeita Rosinha e do ex-vice-prefeito Dr. Chicão, Antonio Mauricio Costa, falou ao término do julgamento, que o que vem ocorrendo ao longo do processo é um equivoco. “Tentam criminalizar a pobreza. O programa Cheque Cidadão tem uma dimensão muito grande e gerou inveja nos adversários políticos da família Garotinho”, falou o advogado.

Costa contou ainda que nenhuma testemunha citou os réus Rosinha e Chicão. “Durante o julgamento de hoje nem a prefeita e nem o seu vice foram citados hoje. O que ocorreu aqui foram citações a candidatos a vereadores que concorreram na coligação”, finalizou. Mauro Silva também não foi citado pelas testemunhas.

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