sábado, 25 de março de 2017

CPI deve esquentar cofre de São João da Barra

Desapropriações irregulares no Açu teriam gerado prejuízos de mais de R$ 50 milhões

deputado Bruno Dauaire o autor da proposta e acredita que produtores do Açu serão ressarcidos dos prejuízos que tiveram (FOTO: Isaí­as Fernandes)

João Fernandes

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) protocolada pelo deputado estadual Bruno Dauaire (PR), que tem como objetivo investigar os processos de desapropriações no quinto distrito de São João da Barra, como parte do projeto da construção do Complexo Portuário do Açu, poderá contribuir para devolução aos cofres públicos do município a quantia de 16, 5 milhões de dólares (cerca de R$ 52 milhões).

Bruno Dauaire disse que este é o valor que o empresário Eike Batista teria depositado em contas do ex-governador Sergio Cabral no exterior, para facilitar às desapropriações, gerando prejuízos aos proprietários rurais do 5º distrito, que deverão ser ressarcidos. Ambos estão presos em etapas da Operação Lava Jato.

O deputado estadual lembrou que desde 2008, quando as desapropriações ocorreram, ele já lutava junto com os agricultores do distrito contra a maneira que as desapropriações ocorreram, ele defende que o dinheiro desviado seja repatriado aos cofres do governo municipal. Ele destacou que a partir da instalação a Comissão Parlamentar de Inquérito terá 90 dias para concluir os trabalhos, prorrogáveis por mais 60. “Com a CPI instaurada, minhas expectativas deescobrir de fato o que aconteceu nas desapropriações de terra do quinto distrito de São João da Barra. Foi a história de pequenos agricultores que tiveram suas terras tomadas em um processo covarde e desumano”. Bruno acentuou que é preciso saber “que tipo de facilitação foi essa que o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) investigaram”.

“As terras dos pequenos produtores foram subavaliadas e vendidas em tempo recorde”, contou Bruno, lembrando que as desapropriações foram permitidas por uma lei municipal, aprovada em 2008 pela Câmara de Vereadores. Ele disse ainda que a CPI não é contra o Complexo Portuário; é contra as desapropriações de terra.

Deputado ressalta que CPI não é contra o Complexo


"As terras dos pequenos produtores foram subavaliadas e vendidas em tempo recorde”, contou Bruno, lembrando que as desapropriações foram permitidas por uma lei municipal, aprovada em 2008 pela Câmara de Vereadores. Ele disse ainda que a CPI não é contra o Complexo Portuário; é contra as desapropriações de terra. “O Eike assinou um cheque de R$ 37 milhões, comprando terras que valiam R$ 2 bilhões. Essa transação tem que ser investigada a fundo. Antes de desapropriar, todos nós sabíamos que as terras valiam muito mais”, relatou o deputado rebatendo as acusações de que ele estaria tentando se promover com a CPI.

Bruno disse que quem é contra a CPI é contra as investigações do MPF e da PF. “Foram as investigações das duas instituições que comprovaram o que nós já denunciávamos em 2008”, finalizou o deputado. Ele espera que nenhuma autoridade política de São João da Barra apareça nas investigações. “Seria mais do que crime um cidadão sanjoanense fazer isso com o seu próprio povo”.

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