Brasil possui a maior taxa de pessoas com a doença na América Latina
(Devido aos casos de depressão, houve aumento significativo pela procura de psicólogos) (Fotos: Agência Brasil-Arquivo/Isaías Fernandes)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou dados alarmantes sobre o que é considerado o mal do século pelos especialistas, e a maior parte da população não dá muita importância devido ao grande tabu que ainda a envolve: a depressão. A pesquisa revelou ainda que esta é a principal causa de incapacidade para trabalhar no planeta e, nos piores casos, pode levar ao suicídio.
De acordo com a OMS, o número de pessoas que vivem com a doença aumentou 18% entre 2005 e 2015 e a estimativa é que, atualmente, 322 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo, o que representa 4,4% da população. A pesquisa mostra que o Brasil tem a maior taxa de pessoas com depressão na América Latina e uma média que supera os índices mundiais, sendo o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, país que tem 5,9% de depressivos.
Tendo em vista esses dados, ocorreu também o aumento da procura pela ajuda de profissionais como psicólogos e psiquiatras. Segundo a psicóloga Flávia Azevedo, a situação que o país está vivendo fez com que a agenda dos profissionais ficasse cheia, desde o ano passado. “Diante da crise econômica que estamos vivendo em nosso país, aumentou significativamente a procura por ajuda psicológica, uma vez que a falta de trabalho e, consequentemente de dinheiro, têm deixado grande parte da população brasileira com a saúde emocional abalada, sem contar no fantasma do desemprego e o acúmulo de tarefas para quem continua empregado”, ressaltou.
Preconceito e resistência ao tratamento
Ainda segundo Flávia, apesar do aumento na procura, muitas pessoas ainda têm preconceito e resistência por acreditar que o tratamento é voltado para “malucos”. “Existe um tabu criado pela nossa sociedade, porém, esse preconceito vai até a necessidade de cada um. Se cada indivíduo souber como a terapia nos ajuda no nosso equilíbrio pessoal, consequentemente nos tornando pessoas melhores a cada dia, com toda certeza iria buscar a ajuda de um psicólogo”, argumentou.
A procura por uma solução rápida por parte dos pacientes também é preocupante, segundo Flávia. De acordo com a psicóloga, não existe uma pílula mágica capaz de resolver todos os problemas, sendo a terapia uma ferramenta de ajuda no crescimento pessoal, promovendo uma reestruturação cognitiva, e auxiliando na busca do autoconhecimento. Não é um processo rápido, mas o resultado é eficaz, garante.
“O terapeuta ajuda o paciente a identificar cognições distorcidas e pensamentos disfuncionais, avalia o tripé que sustenta o comportamento depressivo: visão negativa que o paciente tem sobre si, interpretação distorcida das experiências e catastrofização do futuro, sendo apenas necessário encaminhar o paciente ao médico psiquiatra quando todos os recursos terapêuticos estiverem esgotados”, explicou.
Problema pode atingir todas as idades
A psicóloga revelou ainda que a depressão pode acontecer em qualquer idade, mas os jovens estão sofrendo mais atualmente. “Os jovens estão sofrendo mais porque cada dia que passa a pressão aumenta sobre eles e as exigências são cada vez maiores” destacou.
O tratamento ainda varia de acordo com cada caso. “O tratamento antidepressivo deve ser entendido de forma global, levando em consideração o indivíduo como um todo, portanto, a terapia deve abranger todas as áreas afetadas pela doença, como mudança no estilo de vida, motivação, terapia farmacológica entre outras”, ressaltou Flávia.
A OMS ainda estima que 5,8% da população brasileira sejam afetadas (11,5 milhões). A taxa média supera a de Cuba, com 5,5%, a do Paraguai, com 5,2%, Chile e Uruguai, com 5%. A depressão será o tema de maior destaque a ser tratado no Dia Mundial da Saúde, coordenado pela OMS e lembrado no próximo dia 7 de abril.
(Devido aos casos de depressão, houve aumento significativo pela procura de psicólogos) (Fotos: Agência Brasil-Arquivo/Isaías Fernandes)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou dados alarmantes sobre o que é considerado o mal do século pelos especialistas, e a maior parte da população não dá muita importância devido ao grande tabu que ainda a envolve: a depressão. A pesquisa revelou ainda que esta é a principal causa de incapacidade para trabalhar no planeta e, nos piores casos, pode levar ao suicídio.
De acordo com a OMS, o número de pessoas que vivem com a doença aumentou 18% entre 2005 e 2015 e a estimativa é que, atualmente, 322 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo, o que representa 4,4% da população. A pesquisa mostra que o Brasil tem a maior taxa de pessoas com depressão na América Latina e uma média que supera os índices mundiais, sendo o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, país que tem 5,9% de depressivos.
Tendo em vista esses dados, ocorreu também o aumento da procura pela ajuda de profissionais como psicólogos e psiquiatras. Segundo a psicóloga Flávia Azevedo, a situação que o país está vivendo fez com que a agenda dos profissionais ficasse cheia, desde o ano passado. “Diante da crise econômica que estamos vivendo em nosso país, aumentou significativamente a procura por ajuda psicológica, uma vez que a falta de trabalho e, consequentemente de dinheiro, têm deixado grande parte da população brasileira com a saúde emocional abalada, sem contar no fantasma do desemprego e o acúmulo de tarefas para quem continua empregado”, ressaltou.
Preconceito e resistência ao tratamento
Ainda segundo Flávia, apesar do aumento na procura, muitas pessoas ainda têm preconceito e resistência por acreditar que o tratamento é voltado para “malucos”. “Existe um tabu criado pela nossa sociedade, porém, esse preconceito vai até a necessidade de cada um. Se cada indivíduo souber como a terapia nos ajuda no nosso equilíbrio pessoal, consequentemente nos tornando pessoas melhores a cada dia, com toda certeza iria buscar a ajuda de um psicólogo”, argumentou.
A procura por uma solução rápida por parte dos pacientes também é preocupante, segundo Flávia. De acordo com a psicóloga, não existe uma pílula mágica capaz de resolver todos os problemas, sendo a terapia uma ferramenta de ajuda no crescimento pessoal, promovendo uma reestruturação cognitiva, e auxiliando na busca do autoconhecimento. Não é um processo rápido, mas o resultado é eficaz, garante.
“O terapeuta ajuda o paciente a identificar cognições distorcidas e pensamentos disfuncionais, avalia o tripé que sustenta o comportamento depressivo: visão negativa que o paciente tem sobre si, interpretação distorcida das experiências e catastrofização do futuro, sendo apenas necessário encaminhar o paciente ao médico psiquiatra quando todos os recursos terapêuticos estiverem esgotados”, explicou.
Problema pode atingir todas as idades
A psicóloga revelou ainda que a depressão pode acontecer em qualquer idade, mas os jovens estão sofrendo mais atualmente. “Os jovens estão sofrendo mais porque cada dia que passa a pressão aumenta sobre eles e as exigências são cada vez maiores” destacou.
O tratamento ainda varia de acordo com cada caso. “O tratamento antidepressivo deve ser entendido de forma global, levando em consideração o indivíduo como um todo, portanto, a terapia deve abranger todas as áreas afetadas pela doença, como mudança no estilo de vida, motivação, terapia farmacológica entre outras”, ressaltou Flávia.
A OMS ainda estima que 5,8% da população brasileira sejam afetadas (11,5 milhões). A taxa média supera a de Cuba, com 5,5%, a do Paraguai, com 5,2%, Chile e Uruguai, com 5%. A depressão será o tema de maior destaque a ser tratado no Dia Mundial da Saúde, coordenado pela OMS e lembrado no próximo dia 7 de abril.
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