sábado, 22 de abril de 2017

Tratamento de resíduos orgânicos em escolas municipais pode evitar 40 mil toneladas de CO2 na atmosfera



Manual de Gestão de Resíduos Orgânicos chega às escolas para incentivar reciclagem e redução do desperdício

Estimativa da ABRELPE é que as escolas municipais paulistanas tem grande potencial para reduzir emissões de Gases de Efeito Estufa. O manual, desenvolvido com o apoio da entidade e distribuído pela Prefeitura, estimula o aproveitamento dos resíduos gerados para mitigação das mudanças climáticas.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo lançou no dia 18 de Abril o Manual para Gestão de Resíduos Orgânicos nas Escolas, publicação desenvolvida pela ISWA e coordenada pela ABRELPE ( Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ).

Com distribuição gratuita, o manual foi publicado no âmbito da Coalizão pelo Clima e Ar Limpo – CCAC ( Climate & Clean Air Coalition ), que tem por objetivo prestar assistência técnica a municípios com vistas à redução de emissões de poluentes.

“O Manual foi elaborado para orientar o melhor aproveitamento e incentivar as escolas a reduzir o desperdício de alimentos; e a realizar ações de separação e reciclagem dos resíduos orgânicos, para diminuir as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) decorrentes da decomposição desses resíduos”, explica Carlos Silva Filho, diretor presidente da ABRELPE.
45 mil toneladas de resíduos orgânicos

Segundo estimativa da ABRELPE, as escolas municipais paulistanas de ensino infantil, fundamental e médio geram cerca de 30 mil toneladas de resíduos orgânicos provenientes das 245,7 milhões de refeições servidas por ano aos estudantes.

Se forem considerados ainda os resíduos gerados pela manutenção das áreas verdes e hortas (galhos, folhas e gramíneas), e que representam outras 15 mil toneladas, o total de resíduos orgânicos produzidos pelas escolas públicas municipais atinge 45 mil toneladas por ano, que seguem para os aterros sanitários.

“Esse volume de resíduos orgânicos gerados nas escolas apresenta grande potencial de aproveitamento e, por consequência, de redução de emissões de gases de efeito estufa”, comenta Gabriela Otero, coordenadora do departamento técnico da ABRELPE.

A ABRELPE estima que se esses resíduos deixassem de ir para os aterros e fossem objeto de tratamento nas próprias escolas, cerca de 40 mil toneladas de CO2 equivalente deixariam de ser emitidas na atmosfera.
Gestão adequada

“A gestão adequada de resíduos orgânicos nas escolas municipais da cidade de São Paulo sozinhas tem potencial para responder por 0,05% da meta nacional de redução de emissões de GEE que o Brasil assumiu até 2025, pelo Acordo de Paris, e contribuir em mais de 4% da meta de redução de emissões pelo setor de resíduos estabelecida por lei estadual para o ano de 2020”, afirma o diretor presidente da ABRELPE.

“A orientação e sensibilização das crianças em idade escolar tem sido uma estratégia de sucesso em todo o mundo, pois elas passam a ser importantes aliadas em práticas de gestão de resíduos, e dão exemplo à sua comunidade interna (diretores, coordenadores, professores), e também à externa (vizinhança, familiares e prestadores de serviços)”, afirma a coordenadora da ABRELPE.

“A gestão e o tratamento local dos resíduos orgânicos nas escolas contribuem significativamente para o combate das mudanças climáticas e provocam impacto positivo para a cidade e todo o País”, complementa Silva Filho.
Compostagem

O manual, que evidencia não só a importância das unidades escolares como educadoras, mas também como gestoras de seus próprios resíduos sólidos, é resultado de pelo menos seis meses de pesquisas e atividades realizadas junto a 18 escolas municipais que já adotam iniciativas de compostagem ou possuem interesse em iniciá-las.

“A partir do lançamento o conteúdo do Manual está disponível para todas demais escolas da cidade de São Paulo e do país que tiverem interesse em adotar uma melhor gestão dos resíduos orgânicos, contribuindo com a proteção do meio ambiente e redução das mudanças climáticas”, conclui Silva Filho.

A publicação também apresenta cases exemplares de gestão dos resíduos orgânicos, como o da EMEI Dona Leopoldina. A Escola, da região da Lapa, tem 230 estudantes e gera cerca de 300 kg de resíduos orgânicos, que são tratados e transformados em composto para adubar a horta local.
Sobre a ABRELPE (www.abrelpe.org.br)

Criada em 1976, a ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais é uma associação civil sem fins lucrativos, que congrega e representa as empresas que atuam nos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Sua atuação está pautada nos princípios da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável e seu objetivo principal é promover o desenvolvimento técnico-operacional do setor de resíduos sólidos no Brasil.

Comprometida para o equacionamento das demandas decorrentes da gestão de resíduos, a ABRELPE desenvolve parcerias com poder público, iniciativa privada e instituições acadêmicas e, por meio de estudos, campanhas, eventos e premiações, busca conscientizar a sociedade para a correta gestão dos resíduos.

No contexto internacional, a ABRELPE é a representante no Brasil da ISWA – International Solid Waste Association e sede da Secretaria Regional para a América do Sul da IPLA (Parceria Internacional para desenvolvimento dos serviços de gestão de resíduos junto a autoridades locais), um programa reconhecido e mantido pela ONU através da UNCRD – Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Regional. Além disso, a ABRELPE é integrante da Iniciativa para os Resíduos Sólidos Municipais da CCAC (em inglês, Climate and Clean Air Coalition), uma parceria internacional para o meio ambiente que atua em diversas frentes para redução de poluentes e no combate às mudanças climáticas.

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