“Uma das maiores bombas atômicas já disparadas sobre a República”. Assim o ex-governador Anthony Garotinho (PR) classificou a delação premiada do doleiro Lúcio Funaro em um vídeo postado em suas redes sociais no dia 8 de setembro. No entanto, no final da última semana, o próprio Garotinho foi vítima da artilharia de Funaro, quando foram divulgados trechos da delação onde o doleiro afirma que parte do fundo de pensão da Cedae (Prece), operado por Eduardo Cunha, iria para Garotinho e para a esposa Rosinha Garotinho (PR).
Hoje inimigos declarados, Garotinho e Cunha já tiveram relações bem próximas. O ex-presidente da Câmara dos Deputados foi nomeado para a presidência da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) em 1998, na gestão Garotinho. Mas foi durante o governo Rosinha, de 2003 a 2006, que, de acordo com Funaro, aconteceram os desvios na Prece para serem utilizados pelo ex-governador, que planejava ser candidato à presidência em 2006. “O Garotinho, naquela época, almejava ser presidente do Brasil, então ele tinha uma estrutura política muito cara pra ser sustentada. Ele tinha uma bancada de deputados própria dele. Ele tinha uma série de rádios alugadas no Brasil inteiro, um custo alto de alguém de aeronave mensal. E quem fazia frente pra pagar todas essas despesas era o deputado Eduardo Cunha”, disse.
Lúcio Funaro ainda relatou que Eduardo Cunha “herdou” a bancada de parlamentares cooptados com o esquema após o rompimento com Garotinho. “A história do Eduardo não começa agora, a história dele começa em 2003. Então, com a Cedae, com a Prece, ele adquire o know-how de operar a compra de deputado, de ter um grupo de parlamentares que apoiam sempre os pré-requisitos que ele quer”, declarou Funaro, acrescentando: “E quando o Eduardo rompe com o Garotinho, o Eduardo assume o quê? O controle de toda a bancada”, afirmou.
Funaro é processado pela Justiça Federal em Brasília em três investigações da Polícia Federal – Greenfield, Sépsis e a Cui Bono – que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). O empresário também foi citado nas delações da JBS. O doleiro é testemunha-chave em processos que envolvem o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
Em nota publicada em seu blog, Garotinho diz que nem ele e nem Rosinha sabiam dos supostos desvios na Cedae e voltou a entoar o “mantra” de perseguição política. “Ele acabou sendo preso e fazendo uma delação seletiva, muitas verdades, muitas omissões e também vingança contra quem há muitos anos vem enfrentando seu maior aliado, Cunha. Desafio que além de palavras, o doleiro de Eduardo Cunha e boa parte do PMDB apresentem qualquer prova contra mim. Seja uma conta no exterior, algum depósito no Brasil, algum bem adquirido, qualquer situação que comprove suas palavras”, disse o ex-governador.
O fundo de pensão da Cedae foi de fato comandado por Eduardo Cunha através de pessoas por ele indicadas e por funcionários indicados pelo sindicato há época controlado pelo PCdoB. A Governadora Rosinha e muito menos eu, nunca tivemos nenhuma interferência nas decisões do fundo.
Dilma quer anular impeachment
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) informou que vai usar trechos de depoimentos da delação premiada de Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República (PGR) para pedir a anulação do impeachment da petista, afastada definitivamente do cargo em abril de 2016. Em nota, o ex-ministro da Justiça e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo diz que as declarações de Funaro confirmam que, conforme a defesa da ex-presidente vem sustentando desde o início do processo, o afastamento é nulo, pois foi encabeçado pelo então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e por parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.
Em seu depoimento à PGR, Funaro afirma que Cunha pediu R$ 1 milhão para dividir com parlamentares que votassem a favor do impeachment. “Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade”, acrescenta Cardozo.
Histórico de alianças antes do rompimento
Garotinho e a filha Clarissa já trocaram farpas publicamente com Cunha. A deputada licenciada já utilizou termos como “mafioso” e “psicopata” para definir o ex-presidente da Câmara, que, por sua vez já provocou o ex-governador no Twitter: “Vai ser muito proveitoso detalharmos todas as reuniões que tivemos juntos. Contribuiria muito ao nosso país”. No entanto, os dois foram próximos e até dividiram trabalho em um programa de rádio.
Nem mesmo os escândalos envolvendo Eduardo Cunha anteriormente impediram Anthony Garotinho de nomear o ex-aliado para seu governo em 1998. Cunha trabalhou como tesoureiro no Rio da campanha de Fernando Collor de Mello à presidência, em 1989, e foi nomeado para comandar a Empresa de Telecomunicações do Rio de Janeiro, a Telerj, em 1991, mas foi exonerado do cargo em 1993 depois da descoberta de um esquema de corrupção na estatal vinculado ao empresário PC Farias, que culminou no impeachment de Collor, mas chegou à presidência da Cehab cinco anos mais tarde.
No entanto, Eduardo foi afastado da Cehab em 2000 por suspeita de contratos sem licitação e favorecimento de empresas fantasmas. Em 2001, o ex-presidente da Telerj assume a produção do programa de Anthony Garotinho na rádio Melodia e no ano seguinte é eleito deputado federal com 101.495 votos e o apoio do amigo radialista.
A aliança permaneceu até 2010, quando a família Garotinho desembarcou do PMDB e se filiou ao PR. No entanto, o distanciamento e o desgaste entre os dois começou desde o momento que Cunha passou a apoiar outro ex-aliado do ex-amigo, Sérgio Cabral Filho, que disputava espaço com Garotinho dentro do PMDB desde sua eleição ao Governo do Estado com apoio do ex-prefeito de Campos, em 2006.
Funaro é processado pela Justiça Federal em Brasília em três investigações da Polícia Federal – Greenfield, Sépsis e a Cui Bono – que envolvem suspeitas de desvios de recursos públicos e fraudes na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). O empresário também foi citado nas delações da JBS. O doleiro é testemunha-chave em processos que envolvem o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
Em nota publicada em seu blog, Garotinho diz que nem ele e nem Rosinha sabiam dos supostos desvios na Cedae e voltou a entoar o “mantra” de perseguição política. “Ele acabou sendo preso e fazendo uma delação seletiva, muitas verdades, muitas omissões e também vingança contra quem há muitos anos vem enfrentando seu maior aliado, Cunha. Desafio que além de palavras, o doleiro de Eduardo Cunha e boa parte do PMDB apresentem qualquer prova contra mim. Seja uma conta no exterior, algum depósito no Brasil, algum bem adquirido, qualquer situação que comprove suas palavras”, disse o ex-governador.
O fundo de pensão da Cedae foi de fato comandado por Eduardo Cunha através de pessoas por ele indicadas e por funcionários indicados pelo sindicato há época controlado pelo PCdoB. A Governadora Rosinha e muito menos eu, nunca tivemos nenhuma interferência nas decisões do fundo.
Dilma quer anular impeachment
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) informou que vai usar trechos de depoimentos da delação premiada de Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República (PGR) para pedir a anulação do impeachment da petista, afastada definitivamente do cargo em abril de 2016. Em nota, o ex-ministro da Justiça e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo diz que as declarações de Funaro confirmam que, conforme a defesa da ex-presidente vem sustentando desde o início do processo, o afastamento é nulo, pois foi encabeçado pelo então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e por parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.
Em seu depoimento à PGR, Funaro afirma que Cunha pediu R$ 1 milhão para dividir com parlamentares que votassem a favor do impeachment. “Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade”, acrescenta Cardozo.
Histórico de alianças antes do rompimento
Garotinho e a filha Clarissa já trocaram farpas publicamente com Cunha. A deputada licenciada já utilizou termos como “mafioso” e “psicopata” para definir o ex-presidente da Câmara, que, por sua vez já provocou o ex-governador no Twitter: “Vai ser muito proveitoso detalharmos todas as reuniões que tivemos juntos. Contribuiria muito ao nosso país”. No entanto, os dois foram próximos e até dividiram trabalho em um programa de rádio.
Nem mesmo os escândalos envolvendo Eduardo Cunha anteriormente impediram Anthony Garotinho de nomear o ex-aliado para seu governo em 1998. Cunha trabalhou como tesoureiro no Rio da campanha de Fernando Collor de Mello à presidência, em 1989, e foi nomeado para comandar a Empresa de Telecomunicações do Rio de Janeiro, a Telerj, em 1991, mas foi exonerado do cargo em 1993 depois da descoberta de um esquema de corrupção na estatal vinculado ao empresário PC Farias, que culminou no impeachment de Collor, mas chegou à presidência da Cehab cinco anos mais tarde.
No entanto, Eduardo foi afastado da Cehab em 2000 por suspeita de contratos sem licitação e favorecimento de empresas fantasmas. Em 2001, o ex-presidente da Telerj assume a produção do programa de Anthony Garotinho na rádio Melodia e no ano seguinte é eleito deputado federal com 101.495 votos e o apoio do amigo radialista.
A aliança permaneceu até 2010, quando a família Garotinho desembarcou do PMDB e se filiou ao PR. No entanto, o distanciamento e o desgaste entre os dois começou desde o momento que Cunha passou a apoiar outro ex-aliado do ex-amigo, Sérgio Cabral Filho, que disputava espaço com Garotinho dentro do PMDB desde sua eleição ao Governo do Estado com apoio do ex-prefeito de Campos, em 2006.
Vereadores se posicionam
Marcão Gomes (Rede), presidente da Câmara de Campos
Boa parte das práticas ilícitas feitas por Cunha se deve ao fato de Garotinho der sido seu professor. Fundo de pensão é a especialidade de Garotinho. Fez isso no Estado e também em Campos na Caprev e no PreviCampos. Ele consegue estar envolvido em vários crimes de várias espécies ao mesmo tempo. Esse rapaz é um fenômeno para práticas ilícitas.
José Carlos (PSDC), vice-presidente da Câmara
Mais uma vez nossa querida Campos é envergonhada nacionalmente pelo protagonista Garotinho. A tática desse ultrapassado politico é conhecida: depois que mostram quem ele realmente é, ele diz que é perseguição. O fim desse rapaz será trágico, só vai servir mesmo pra dar despesa para Polícia Federal com combustível para levá-lo pro presídio.
Thiago Ferrugem (PR), líder da oposição na Câmara
Delação é instrumento unilateral. Para que se torne prova robusta, necessário para juízo de valor, deve vir subsidiada de provas documentais que a fundamente, caso contrário se torna mero refúgio de bandido confesso.
É preciso combater a corrupção nos limites da lei, afinal, não existe justiça fora da mesma.
Jorginho Virgílio (PRP), vereador e membro do G5
A denúncia de Funaro é seríssima e precisa ser investigada com rigor, assim como o suposto rombo no PreviCampos no governo Rosinha. Eles são especialistas em arrombar caixa de previdência do funcionalismo público. Em Campos, o rombo giraria em torno de R$ 100 milhões. Eles ajudaram a quebrar o Estado e Campos também.
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