domingo, 15 de outubro de 2017

Depois da Beneficência, é o HPC que pode parar as atividades



Ururau

Tanto o HPC quanto a Beneficência Portuguesa dependem do pagamento da contratualização municipal, que está em atraso

O caos na saúde pública no município de Campos ganhou mais um capítulo. Dessa vez, é o Hospital Plantadores de Cana (HPC) – referência no interior do Estado em gravidez de alto risco, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal e Unidade Intermediária (UI) Neonatal – que pode parar o atendimento caso o repasse da verba destinada à unidade médica, pela Prefeitura de Campos, não seja efetuado o mais breve possível.

Na última semana médicos e outros profissionais de saúde que trabalham no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e na Maternidade do Hospital Beneficência Portuguesa também decidiram paralisar as atividades já a partir do próximo mês (dia 04 e dia 1°, respectivamente).

Tanto o HPC quanto a Beneficência dependem do pagamento da contratualização municipal, que está em atraso.

HPC – No último dia 10, diretor e coordenadores do hospital comunicaram ao Ministério Público (Federal e Estadual); ao Conselho Regional de Medicina (CRM); a Secretaria Municipal de Saúde e ao prefeito Rafael Diniz a situação pela qual passa a instituição. Tal documento chegou a ser fixado no quadro de avisos dos funcionários.

Segundo o documento, a paralisação é motivada pelos atrasos nos pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços; atraso nos salários de funcionários e médicos; atraso no pagamento dos tributos, colocando em risco a própria Filantropia da instituição; total desabastecimento de materiais e medicamentos, gêneros alimentícios, material de higienização e outros materiais, além de iminente rompimento dos serviços terceirizados de lavagem de roupas e demais serviços essenciais ao funcionamento do hospital.

Os administradores também se mostram preocupados com os pacientes internados na unidade, sendo um total de 149 pacientes que necessitam de cuidados e assistência, desse total, 38 são pacientes neonatos (recém-nascidos) que se encontram na UTI, o que representa altíssimo custo e que dependem suas vidas do tratamento.

REFERÊNCIA
O Hospital Plantadores de Cana é o “Ferreira Machado” da mulher grávida, já que a unidade tem a porta aberta e não limita vaga e toda urgência ginecológica do município é atendida no HPC, que foi credenciada pelo Ministério da Saúde para ser referência no interior do Estado em Rede Cegonha – que assegura às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-parto), bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Em nota, a Prefeitura, através da superintendência de Comunicação (Supcom), informou que "o município vem mantendo o diálogo com os hospitais contratualizados e os pagamentos foram regulares até o final do mês de julho. Por conta do repasse da Participação Especial dos royalties, referente ao mês de agosto, ter vindo muito abaixo do valor previsto, todas as programações de pagamento foram afetadas e houve a necessidade de reavaliar o cronograma de pagamentos da prefeitura. Durante reunião com os representantes dos hospitais contratualizados, o Município reiterou seu compromisso com as instituições e com a regularização tão logo tenhamos recurso para isso.

Na ocasião foi acordado o pagamento de 50% do valor do mês devido pela prefeitura aos hospitais contratualizados, o que de fato ocorreu no dia 21/09, bem como foi informado que assim que os recursos dos royalties de outubro entrarem na conta do Município, faremos as programações de pagamento e novamente nos reuniremos com os hospitais contratualizados para de maneira transparente, deixá-los ciente de nossas ações. Importante destacar que a situação dos hospitais contratualizados se agravou bastante devido à dívida de mais de 30 milhões de reais deixada pela gestão passada.

Quanto ao recurso federal, conforme compromisso do Prefeito Rafael Diniz, assim que ele entra na conta do Município imediatamente buscamos repassar aos hospitais, nos mantendo impreterivelmente em dia. É muito importante salientar isso, pois mesmo tendo o recurso federal entrado na conta, a gestão passada não efetuou o repasse do mês de novembro aos hospitais".


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