domingo, 22 de outubro de 2017

Moedas de R$ 1 comemorativas da Copa do Mundo e Olimpíadas do Rio já valem R$ 150


O mesmo acontece com a moeda deste valor, alusiva aos 50 anos do Banco Central: vale R$ 150 cada Foto: ABr

Colecionar moedas é uma atividade que faz a alegria dos apaixonados, além de permitir rendimentos que fazem a diferença no final do mês. E nem precisa ser moedas antigas, aquelas da época do Brasil Império ou a ainda as que ganhamos dos nossos avós. As moedas de R$ 1 comemorativas da Copa do Mundo no Brasil (2014) e das Olimpíadas do Rio (2016) já valem R$ 150. O mesmo acontece com a moeda deste valor, alusiva aos 50 anos do Banco Central.

De acordo com a Sociedade Numismática Brasileira (SNB), a emissão destas moedas ligadas à temática do esporte ajudou a ampliar a base de colecionadores de moedas no Brasil. Segundo a SNB, “diversos associados experimentaram o negócio naquele tempo e hoje investem em moedas de cobre e prata do período colonial e imperial do Brasil”.

Especialista no assunto, o consultor Claudio Amato, em recente entrevista para editoria de Negócios do jornal O Estadão de São Paulo, diz que a numismática – arte de colecionar cédulas e moedas – poderia ser mais difundida. Na opinião do consultor, “além do patrimônio que o colecionador poderia construir, uma vez que os valores de moedas raras tendem a aumentar, é necessário ter um profundo conhecimento histórico para reconhecer o que é ou não uma raridade”.

As negociações são realizadas especialmente pela internet, em sites de vendas ou mesmo em contatos diretos. Existem algumas cédulas que podem ter o valor de R$ 4 mil, segundo o catálogo elaborado pelo consultor Claudio Amato.

O catálogo é considerado pelos colecionadores um dos mais completos, por contar com valores divididos pelo estado de conservação. O valor de R$ 4 mil, por exemplo, corresponde somente se a cédula estiver sem amasso, ou na flor de estampa, como é utilizado no jargão dos colecionadores. Embora não oficial, esse catálogo foi elaborado em 1997 e atualmente está em sua sétima edição.


Moeda de prata de do Império Brasileiro do ano de 1857 entre outras da coleção de Felipe Silveira. Foto: Foto: Fabio Motta/Estadão

O valor de uma cédula ou moeda antiga é definido pela quantidade de seus exemplares em circulação e, como já dito, por seu estado de conservação. Além disso, também valem moedas com defeito ou que tenham sido fabricadas em condições específicas, como as notas de R$ 2 importadas da Suíça pelo Banco Central, que atualmente podem ser trocadas por até R$ 4,99.

As moedas que circularam no Brasil na época da Olimpíada de 2016, no Rio, auxiliaram muito no crescimento da base de colecionadores. Segundo a SNB, diversos associados experimentaram o negócio naquele tempo e hoje investem em moedas de cobre e prata do período colonial e imperial do Brasil.

Mas, para Amato, a numismática poderia ser mais difundida. Ele afirma que, além do patrimônio que o colecionador poderia construir, uma vez que os valores de moedas raras tendem a aumentar, é necessário ter um profundo conhecimento histórico para reconhecer o que é ou não uma raridade. “Um adolescente que vai ao jornaleiro e faz coleção de Pokémon não aprende nada”, ele diz.

O carioca Felipe Silveira, como a maioria dos numismatas, não juntou tudo o que tem sozinho. Hoje, ele tem uma coleção particular, que recebeu dos avós, e outra que usa em trocas ou leilões. Com o hobby, ele fatura cerca de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês.

O colecionador conta que seus avós guardavam moedas de cada país que haviam visitado. Panamá, Itália, Portugal, Estados Unidos França e México, são alguns dos locais que têm exemplares em sua coleção. Na pequena caixa de plástico transparente ainda cabiam moedas e cédulas nacionais, inclusive a mais rara da coleção: uma moeda de 20 réis de 1699, cujo valor é desconhecido.

Para Silveira, a curiosidade só se tornou um negócio quando ele descobriu o mercado de colecionadores de moedas. “Comecei a me aprofundar. Entrei em grupos de WhatsApp, alguns no Facebook, e vi que poderia fazer disso um hobby”. Agora, além de trabalhar como coach, ele ocupa boa parte do seu dia com vendas e com a realização de rifas.

Agência Brasil com Estadão

Nenhum comentário: