domingo, 12 de novembro de 2017

Frutas da Mata Atlântica despertam atenção de cientistas brasileiros pelos seus efeitos

Várias delas são candidatas a “superfrutas”
Foto: Divulgação

Se você já bebeu um suco de ubajaí, degustou um araçá-piranga ou já provou uma cereja-do-rio-grande, parabéns. É um dos felizardos que conhece estas frutas raras da Mata Atlântica, com efeitos tão positivos para a saúde que cientistas brasileiros apostam nelas como candidatas a novas “superfrutas” da moda.

Pesquisas feitas em parceria pela Unicamp e pela USP, determinaram que cinco espécies nativas do Brasil são ricas em antioxidantes e têm alta eficiência anti-inflamatória no organismo – comparável à de estrelas do mercado de alimentos saudáveis, como o açaí e as frutas vermelhas tradicionais (morango, mirtilo, amora e framboesa).

Mas para conseguir estudar o araçá-piranga (E. leitonii), a cereja-do-rio-grande (E. involucrata), a grumixama (E. brasiliensis), o ubajaí (E. myrcianthes) e o bacupari-mirim (Garcinia brasiliensis), os pesquisadores precisaram da ajuda de “colecionadores de frutas” do interior de São Paulo, já que elas são tão pouco conhecidas e consumidas que, em alguns casos, estão ameaçadas de extinção.

Um deles é o “frutólogo” Helton Josué Muniz, que cultiva quase 1,4 mil espécies de frutas raras e exóticas em sua fazenda em Campina do Monte Alegre, à oeste da capital paulista.

“Queríamos trabalhar com frutas nativas e foi uma dificuldade encontrar onde elas estavam plantadas”, disse à BBC Brasil Severino Matiasde Alencar, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores do estudo.

“Hoje, o mercado para este tipo de superalimentos é o que mais cresce no mundo, principalmente o americano. E os pesquisadores de lá ficam assustados quando veem que a gente tem uma grande biodiversidade de frutas que poderíamos apresentar ao mundo e ainda não apresentamos.”

Uma análise das folhas, das sementes e dos frutos destas cinco espécies – que ocorrem em toda a Mata Atlântica, mas têm sido mais encontradas no Sudeste e no Sul – mostrou que elas podem ser consideradas “alimentos funcionais”, também conhecidos como superalimentos.

Além de altos teores de substâncias antioxidantes, elas também possuem ação anti-inflamatória no organismo.

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