Foto: Divulgação
Em acordo de colaboração premiada fechado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o marqueteiro Renato Pereira afirma que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o ex-prefeito Eduardo Paes, o ex-candidato a prefeito e deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ) e o ex-governador Sérgio Cabral participaram diretamente da negociação de pagamentos em dinheiro e fora da contabilidade oficial de suas respectivas campanhas políticas feitas entre 2010 e 2016. Os detalhes do caixa 2 constam da colaboração que está em fase de homologação no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.
Em seu relato, Pereira descreve a mesma rotina com os candidatos do PMDB para os quais trabalhou na última década: ele ou seus sócios recebiam malas ou sacolas de dinheiro pessoalmente, entregues por emissários dos políticos do partido ou repassados por representantes de empresas fornecedoras dos governos estadual e municipal, entre eles as construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht, além de empresas de transporte de Jacob Barata.
O delator também conta como a agência por meio da qual se estabeleceu no mercado, a Prole Serviços de Propaganda, influenciou contratos de publicidade de governos no Rio nos últimos dez anos. As contas foram direcionadas para a própria Prole ou a empresas sugeridas por ela — que, com isso, eram obrigadas a compartilhar uma parte dos lucros. Segundo o delator, o irmão de Sérgio Cabral, o publicitário Maurício Cabral, também tinha participação nos resultados dos contratos influenciados pela Prole.
Dias depois de receber o processo, Lewandowski determinou que a colaboração tramitasse com segredo de Justiça.
Sócios e ex-sócios da Prole não aderiram ao acordo e serão processados pelos crimes relatados pelo publicitário. A eles, Pereira atribuiu a validação de orçamentos de campanha, a concordância com pagamentos em dinheiro e fora da contabilidade oficial, além de repasses de propina feitos pela própria Prole ou empresas ligadas ao grupo nos últimos dez anos.
Em seu acordo, Pereira diz que cabia a Eduardo Villela a função de operacionalizar pagamentos em todas as campanhas, inclusive no exterior. Ele é citado como receptor de pacotes de dinheiro de emissários de Jacob Barata, o “rei do ônibus” no Rio. Luiz Loffler também recebeu valores e participou de negociações ilícitas, segundo o delator, bem como Marcelo Carneiro. Com o ex-sócio da Prole, André Eppinghaus, Pereira diz ter dividido a decisão de direcionar a Maurício Cabral parte dos lucros em contratos com o governo. O delator cita William Passos como participante de fraudes em licitações e coordenação de trabalhos no interior do Rio, onde também houve irregularidades.
Por meio de suas assessorias, Pezão, Paes e Pedro Paulo negaram as acusações. A defesa de Cabral informou que ele não poderia se manifestar, por estar impedido de dar entrevistas. Procurados desde a última quarta-feira, sócios e ex-sócios da Prole não foram localizados. Confira o que disseram os citados.
Pereira foi ouvido em audiência do gabinete do ministro Lewandowski em 4 de outubro, ocasião em que confirmou o teor e a espontaneidade de sua colaboração. Pelos crimes confessados à PGR, o delator vai pagar multa de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões. Sua colaboração vinha sendo negociada desde o ano passado pela PGR e foi uma das últimas assinadas pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antes de deixar o mandato.
Fonte: O Globo
Em seu relato, Pereira descreve a mesma rotina com os candidatos do PMDB para os quais trabalhou na última década: ele ou seus sócios recebiam malas ou sacolas de dinheiro pessoalmente, entregues por emissários dos políticos do partido ou repassados por representantes de empresas fornecedoras dos governos estadual e municipal, entre eles as construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht, além de empresas de transporte de Jacob Barata.
O delator também conta como a agência por meio da qual se estabeleceu no mercado, a Prole Serviços de Propaganda, influenciou contratos de publicidade de governos no Rio nos últimos dez anos. As contas foram direcionadas para a própria Prole ou a empresas sugeridas por ela — que, com isso, eram obrigadas a compartilhar uma parte dos lucros. Segundo o delator, o irmão de Sérgio Cabral, o publicitário Maurício Cabral, também tinha participação nos resultados dos contratos influenciados pela Prole.
Dias depois de receber o processo, Lewandowski determinou que a colaboração tramitasse com segredo de Justiça.
Sócios e ex-sócios da Prole não aderiram ao acordo e serão processados pelos crimes relatados pelo publicitário. A eles, Pereira atribuiu a validação de orçamentos de campanha, a concordância com pagamentos em dinheiro e fora da contabilidade oficial, além de repasses de propina feitos pela própria Prole ou empresas ligadas ao grupo nos últimos dez anos.
Em seu acordo, Pereira diz que cabia a Eduardo Villela a função de operacionalizar pagamentos em todas as campanhas, inclusive no exterior. Ele é citado como receptor de pacotes de dinheiro de emissários de Jacob Barata, o “rei do ônibus” no Rio. Luiz Loffler também recebeu valores e participou de negociações ilícitas, segundo o delator, bem como Marcelo Carneiro. Com o ex-sócio da Prole, André Eppinghaus, Pereira diz ter dividido a decisão de direcionar a Maurício Cabral parte dos lucros em contratos com o governo. O delator cita William Passos como participante de fraudes em licitações e coordenação de trabalhos no interior do Rio, onde também houve irregularidades.
Por meio de suas assessorias, Pezão, Paes e Pedro Paulo negaram as acusações. A defesa de Cabral informou que ele não poderia se manifestar, por estar impedido de dar entrevistas. Procurados desde a última quarta-feira, sócios e ex-sócios da Prole não foram localizados. Confira o que disseram os citados.
Pereira foi ouvido em audiência do gabinete do ministro Lewandowski em 4 de outubro, ocasião em que confirmou o teor e a espontaneidade de sua colaboração. Pelos crimes confessados à PGR, o delator vai pagar multa de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões. Sua colaboração vinha sendo negociada desde o ano passado pela PGR e foi uma das últimas assinadas pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antes de deixar o mandato.
Fonte: O Globo
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