segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Dezembro laranja e o câncer de pele: o sol não tira férias

O mês de dezembro é reservado para a campanha de combate e prevenção ao câncer de pele, uma doença que tem cura
SAÚDE POR LETÍCIA NUNES

Com o tema “Se exponha, mas não se queime”, a campanha Dezembro Laranja chega este mês para lembrar que é possível evitar o câncer de pele, o mais comum no país. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são 176 mil novos casos a cada ano, o que corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados. O movimento começou há dois anos, com a intenção de estimular a população na prevenção e no diagnóstico do câncer de pele. A cada edição, um novo tema busca atrair o maior número de pessoas na luta da conscientização.

Nesta época do ano, recomendações como o uso do filtro solar, mesmo em dias nublados e em ambientes fechados, dos óculos de sol e de chapéus de abas largas, são mais frequentes, pois a exposição desprotegida aos raios solares causa, além do câncer de pele, sardas, rugas, melasmas e queimaduras. Segundo a dermatologista, Ana Maria Pellegrini, os efeitos nocivos do sol se dão a curto e longo prazo e entre eles, também está o envelhecimento precoce.

“O efeito da radiação ultravioleta (UV) é cumulativo e progressivo, iniciando-se na infância e processando-se progressivamente com a idade. O uso do filtro solar diariamente e corretamente é fundamental para diminuir esses danos. O câncer de pele vem aumentando sua incidência em todo o mundo configurando uma epidemia silenciosa que compromete a saúde da população e a economia do país. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia decidiu lançar um programa de combate à doença.

O Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele tem como objetivo levar à população um conjunto de informações sobre a doença e, que proporcione o despertar da consciência para mudança de atitudes, crenças e comportamentos relacionados aos riscos a que estamos expostos. A longo prazo, a meta é reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de pele”, explica.

O câncer de pele, quando diagnosticado de forma precoce, apresenta grandes chances de cura. Portanto, indivíduo deve ficar atento ao surgimento de novas lesões na pele, desde uma alteração de relevo, uma mancha, ou até na transformação daquelas pintas presentes desde a infância. O tumor maligno pode se manifestar como uma lesão que não cicatriza em um período de trinta dias. Se ela não apresentar as metades iguais, com borda irregular ou apresentar tonalidade diferente, é necessário buscar ajuda médica. Dor, sangramento e coceira também podem ser sinais de malignização.

“O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas. É ainda mais comum em áreas do corpo expostas ao sol, como cabeça, colo e braços”, ressalta.

A médica também faz um alerta para as pessoas que se bronzeiam com frequência. Estas sofrem de envelhecimento precoce, além de aumentarem os riscos de câncer. “Existem fatores genéticos envolvidos na formação do câncer. Não são todas as pessoas que se queimam e bronzeiam que desenvolvem tumores, porém quanto mais ficamos sem proteção aumentamos nosso campo de cancerização. Sempre digo, bronzeou, colheu um dano para o futuro. Mas, se você se expôs ao sol e acabou se queimando prefira usar produtos refrescantes e calmantes contendo calamina, cânfora, mentol, azuleno e aloe vera. Eles podem ajudar a diminuir a sensação de ardência da pele queimada. Para a face, compressas frias com chá de camomila podem ajudar; além do uso de hidratantes. Não se esqueça que o filtro solar é a principal medida de proteção à radiação”, alerta.

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