terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Bomba da GAP armada e reforma administrativa do governo Rafael

Por Aluysio Abreu Barbosa


Fernando Trabacah, preso duas vezes, nas operações “Caça-Fantasma” e “Mercado de Ilusões”, esteve ontem em Campos e volta a assombrar com sua delação (Foto: Reprodução de TV)

Preparem o Rivotril!


O empresário Fernando Trabach esteve ontem em Campos. Acusado de usar fantasmas para fraudar licitações, lavar dinheiro e sonegar impostos, ele era proprietário da GAP, empresa conhecida em Campos pela locação de ambulâncias no governo Rosinha. Em 29 de novembro, enquanto o casal Garotinho estava preso pela operação “Caixa D’água”, esta coluna advertiu (aqui): “a pressão poderia piorar se Trabach resolvesse falar o que sabe”. Em 14 de dezembro, o jornalista Lauro Jardim confirmou (aqui), em O Globo: “Trabach está delatando. E é quase tudo sobre Garotinho”. Quem conversou com ele ontem em Campos garante: vem bomba por aí.



(Arte de Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Reforma administrativa (I)

“Eu vou apresentar algumas reformulações já, já, para toda a sociedade campista”. Foi o que o prefeito Rafael Diniz (PPS) anunciou (aqui) em entrevista à Folha, publicada em 7 de janeiro. No último domingo (25), quando o “Ponto Final” revelou (aqui) que o pré-candidato a deputado federal do governo será o vereador Marcão Gomes (Rede), no lugar do empresário César Tinoco (PPS), assessor especial de Rafael, outras mudanças também foram noticiadas: “Tinoco vai assumir a chefia de gabinete no lugar do jornalista Alexandre Bastos, que vai para a secretaria de Governo. Hoje na pasta, o advogado Fábio Bastos vai para a superintendência de Relações Governamentais, para cuidar do planejamento e captação de recursos”.

Reforma administrativa (II)

Ontem, um site local requentou as mudanças administrativas adiantadas nesta coluna no dia anterior e anunciou outras duas: o jornalista Fernando Leite vai ocupar uma das subsecretarias de Governo. A outra, será acumulada por Fábio Bastos — segundo o prefeito destacou ontem à coluna: “pelo bom trabalho administrativo que ele vem realizando”. Também foi noticiado que Rogério Matoso assumirá uma vaga na secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, mas sem dizer o cargo. Na verdade, o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Campos será subsecretário da pasta, que manterá a socióloga e advogada Sana Gimenes como titular.

Reforma administrativa (III)

“Sana é muito preparada para o cargo. A gente está se entrosando. Vamos entrar para contribuir. É bom também lembrar que a atual subsecretária, Elma Sizenando — assistente social e servidora de carreira —, permanecerá na equipe para dar continuidade ao bom trabalho que vem fazendo”, ressaltou Rogério Matoso. Outra novidade na reforma administrativa será a médica Renata Juncá, que vai assumir a presidência da Fundação Municipal de Saúde (FMS). Ela também é servidora de carreira e já atuava na administração municipal, responsável pelo programa Saúde do Trabalhador.

Reforma administrativa (IV)

“Nós já vínhamos discutindo com a Fabiana (Catalatini, secretária de Saúde) e o Rafael sobre a necessidade de reestruturar a Saúde como um todo. A interface da secretaria com a FMS precisa melhorar. A atenção básica do município, ao contrário da orientação do SUS, não faz contato com os atendimentos de urgência e emergência. Recolhemos os dados necessários para montar uma base estatística para, a partir dela, monitorar nossas ações, sem achismos ou política, que eram os critérios da Saúde em Campos”, apontou Renata Juncá. Outras novidades na equipe de governo serão conhecidas nos próximos dias.

Decepcionante

Além da preocupação com Trabach, Garotinho parece não estar tão confiante no movimento contra o prefeito Rafael Diniz (PPS) que ele mesmo vem convocando nas últimas semanas. O político da Lapa esteve ontem no Clube de Regatas Rio Branco, no Centro de Campos, onde, segundo ele próprio, esperava reunir aproximadamente 600 pessoas, mas apenas cerca 300 compareceram. O objetivo era motivar o seu grupo para o ato convocado para a praça São Salvador no dia 8 de março e “multiplicar por dez o número de presentes” ontem, chegando a 6 mil manifestantes. Porém, a tomar como exemplo a reunião, o trabalho não será fácil.

Movimento popular?

Garotinho tenta travestir de “popular” um movimento político e chegou até convocar outras forças para o ato, como o candidato derrotado na última eleição a prefeito, Caio Vianna (PDT). Além disso, o ex-governador cobrou mais empenho da oposição na Câmara Municipal. “Os vereadores da oposição estão fazendo um trabalho muito bonito , mas agora quero ver se conseguem levar para a praça toda essa garra dos discursos”. Em outro momento, Garotinho disse que vai avaliar em cinco dias se o manifesto vai mesmo acontecer. “Não podemos expor o povo de Campos ao ridículo de convocar um ato para ir meia dúzia, eu tenho responsabilidade”.

Com o jornalista Aldir Sales

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