domingo, 25 de fevereiro de 2018

Eleição 2018: Quem quer ser candidato?

Em ano eleitoral, prefeitos e vereadores testam popularidade e possibilidades políticas tentando eleger seus preferidos
CAMPOS POR OCINEI TRINDADE

No Brasil, a cada dois anos tem eleições. Isto acaba provocando muitas movimentações dentro dos governos municipal, estadual e federal, além das câ- maras e assembleias legislativas. O custo financeiro é alto para a realização de eleições. Há também o custo político de candidatos que se aventuram a concorrer, seja nas eleições municipais, seja nas eleições gerais. Já há muita gente fazendo as contas e roendo unhas para o dia 7 de outubro, data em que será realizado o primeiro turno das eleições de 2018. O ano promete fortes emoções, pois a credibilidade da classe política anda em baixa, e o interesse do eleitor – cada vez mais desconfiado -, parece diminuir a cada pleito devido às abstenções.

Em Campos, assim como em todos os municípios brasileiros, é comum vereadores e prefeitos se articularem para tentar voos mais altos. Muitos tentarão concorrer a deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. As eleições servem como um termômetro bem preciso e afiado para definir quem avança, quem se mantém, e quem se retira do cenário político. Desde que o prefeito Rafael Diniz assumiu a Prefeitura de Campos dos Goytacazes, após uma vitória acachapante, ele experimentou em pouco mais de um ano, o céu da popularidade e o inferno da impopularidade, por conta de uma série de problemas que herdou da gestão anterior para administrar. Aos poucos, Rafael vai se equilibrando nas contas e nas cordas bambas do seu primeiro mandato.

Além de um município para governar com enormes demandas, Rafael Diniz prossegue em testes contínuos. Se ele está sendo avaliado pela população como governante e gestor, ele também é testado pela própria classe política. Este ano, Rafael enfrentará novo desafio nas eleições gerais. Embora não seja candidato, todos aguardam com expectativa para saber como será sua capacidade de influenciar eleitores, de apoiar prováveis candidatos, e se estes candidatos obterão êxitos em suas campanhas. É normal políticos colarem em líderes populares para tirar algum proveito durante campanhas. Porém, e quando alguma liderança não tem se saído muito bem na foto diante da opinião pública?

O ex-presidente Lula, e os ex-governadores Rosinha e Anthony Garotinho sabem bem o que é estar por cima e estar por baixo quando o tema é (im)popularidade. Estes também serão testados nas próximas eleições, mesmo se não puderem candidatarem-se.

Até o dia 7 de abril, quem pretende concorrer às eleições deverá se filiar a um partido. As convenções dos partidos para definição de nomes que disputarão os pleitos devem acontecer entre 20 de julho e 5 de agosto. Os registros das candidaturas na Justiça Eleitoral acontecem no prazo máximo de 15 de agosto. Enquanto não há definições, todos os partidos têm especulado, por ora, nomes de pré-candidatos. Alguns, mais empolgados, já consideram garantida a aprovação de seus registros. Já outros, mais precavidos, preferem não afirmar nada por enquanto. Em Campos, um dos nomes que chegou a ser ventilado para disputar a Câmara dos Deputados é o do empresário César Tinoco (PPS). Ele foi um dos responsáveis pela coordenação da campanha vitoriosa de Rafael Diniz a prefeito. Nos últimos dias, porém, Tinoco tem evitado o assunto “eleição” publicamente.


O prefeito Rafael Diniz também prefere não falar por enquanto se vai participar ou não de algum palanque real ou virtual. Além de César Tinoco, sabe-se do apreço que Rafael tem pelo presidente da Câmara dos Vereadores de Campos dos Goytacazes, Marcão Gomes (Rede), um de seus aliados políticos cogitados para receber também seu suposto apoio nas eleições de outubro, caso Marcão se candidate. Cogita-se em conversas de bastidores que seria pré-candidato a deputado federal. Entretanto, já se especula que ele venha tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa. O vereador, quando questionado sobre suas intenções eleitorais, disse que nos próximos dias, talvez, possa falar sobre o assunto. Ele preferiu focar na agenda da Câmara que acabou de voltar do recesso parlamentar, e apresentar um Projeto de Lei de sua autoria para apreciação da Casa (veja entrevista em box).

Rafael Diniz também saiu pela tangente quando questionado sobre quem apoiaria nas eleições gerais deste ano. O prefeito disse: “O foco atual do governo é na gestão. Posteriormente, serão definidas as estratégias visando o processo eleitoral, entendendo sempre a importância do governo contar com aliados tanto na Assembleia Legislativa como na Câmara Federal”, frisou.


PSDC e o candidato vitalício

Em Campos, fala-se em racha e disputas internas no Partido Social Democrata Cristão (PSDC), legenda do deputado estadual João Peixoto que está concluindo seu quarto mandado na Alerj, e que pretende disputar sua quinta eleição em outubro deste ano. Os desentendimentos estariam girando em torno de pré-candidaturas, e de um suposto apoio eleitoral de Peixoto nas próximas eleições ao vereador Igor Pereira que é de outro partido, o PSB.

Durante três dias, aguardamos respostas do deputado João Peixoto sobre o episódio e sobre a eventual crise que estaria acometendo o PSDC, mas sua assessoria disse que preferia falar apenas da campanha do deputado para outubro, sem citar outros nomes. O político experiente de 72 anos foi um sindicalista atuante que se elegeu como vereador em 1992. Ele é um dos parlamentares mais bem-sucedidos quando o assunto é “reeleição”. Tanto é, que, disputará mais uma vez este ano uma cadeira na Alerj. Caso vença, João Peixoto se tornará um dos deputados mais longevos de Campos, com cinco mandatos consecutivos. Aguarda-se com interesse como ele se sairá nas urnas.


O vereador do PSDC Cláudio Andrade, que é líder do partido na Câmara também está com seu nome cotado, principalmente pela popularidade constatada por instituto de pesquisa local.

Consultado, o vereador disse que uma candidatura não nasce apenas do desejo pessoal, e sim, de uma consulta junto a militância e com concordância do partido. Cláudio foi eleito com 2217 votos em sua primeira candidatura.

Marcão fala sobre o início do ano legislativo e de CPIs

Neste início de retomada das atividades da Câmara, o que o senhor considera prioridade em votações?

A prioridade é sempre de temas extremamente relevantes para a população campista, e daremos continuidade a vários projetos que já estão em tramitação na Câmara. Esses e outros assuntos serão retomados nas sessões ordinárias. Na primeira sessão ordinária do ano que aconteceu terça-feira, dia 20, trouxemos à pauta um projeto de minha autoria que tem como objetivo erradicar a fome no nosso município. Sabendo das dificuldades econômicas que o país inteiro enfrenta, e que atinge muitas famílias, elaborei esse Projeto de Lei para instituir o Plano Municipal de Combate à Fome, que cria recursos para que as famílias carentes tenham minimamente uma cesta básica para sustento, sem onerar o orçamento público.

O projeto iniciou tramitação e agora será analisado pela Comissão de Constituição, Legislação, Justiça e Redação Final. Após o parecer da Comissão, espero poder discutir esse projeto com os nobres colegas e levar à votação nas próximas semanas.

Além das sessões ordinárias, é importante ressaltar que as duas CPIs que estão em andamento na Câmara estão chegando à fase final. Uma CPI investiga indícios de irregularidade em contratos de paisagismo da antiga gestão da Prefeitura, que é a CPI das Rosas, e a outra investiga os contratos do Morar Feliz, que é a CPI da Odebrecht. Os relatórios das duas serão apresentados até o dia 14 de março e serão divulgados para toda a população.

Como é legislar com essa instabilidade de quadros, pois há vereadores afastados, outros que serão ou estão na iminência de perderem mandatos, e outros que recorrem na Justiça para retornar ao cargo?

Desde o ano passado, temos dez cadeiras de vereadores que têm sofrido alternâncias devido à “Operação Chequinho”, que continua sendo investigada pela Justiça. Essa alternância acaba prejudicando diretamente os vereadores envolvidos, pois interrompe o trâmite de indicações e projetos realizados no curso do mandato.

Devido a essas decisões judiciais, de 2017 até 2018, tivemos 35 vereadores e o gasto de R$ 350 mil com revisões de contratos de trabalho. A nossa expectativa é que essas ações cheguem o mais rápido possível ao TSE para que sejam definidas as condenações ou absolvições e, dessa forma, podermos ter o quadro da Câmara de Vereadores de Campos completo e sem essas alterações.

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