Garotinho teria recebido o dinheiro por intermédio de uma empresa de fachada de Campos
Anthony Garotinho, no Fórum de Campos (Foto: Silvana Rust)
O ex-diretor da J&F, Ricardo Saud, disse à Justiça que a JBS, empresa do grupo, fez um repasse ilegal de R$ 3 milhões para a campanha de Anthony Garotinho na campanha de 2014 para o governo do Rio de Janeiro.
A informação foi divulgada pelo G1, nesta quarta-feira (18). Segundo o site de notícias, a TV Globo teve acesso ao depoimento, prestado quando Saud ainda estava preso, em fevereiro, em Brasília. Ele falou no processo eleitoral aberto após a operação Caixa D’Água, que prendeu Garotinho e a mulher dele, Rosinha Garotinho, ambos ex-governadores do Rio, e o ex-ministro dos Transportes e então presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues.
Questionado pelas autoridades sobre o repasse de R$ 3 milhões, ponto central do processo, Saud disse que o dinheiro foi levantado a partir de uma operação com notas frias. Segundo ele, a JBS firmou contratos falsos com uma empresa. De acordo com as investigações, a empresa se chama Ocean Link Solutions, o serviço não foi prestado e o dinheiro foi repassado à campanha.
“Não estava dando mais pra dar dinheiro em espécie, estava muito difícil conseguir o montante que a gente estava precisando. Nós pegamos e estávamos fazendo nota dissimulada. Contratos falsos, essas coisas, para poder pagar. E a empresa repassava para os candidatos”, afirmou Saud no depoimento.
O delator também contou que o ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues segurou, num primeiro momento, o repasse a Garotinho.
“O senador Antônio Carlos ficou umas três semanas tentando não dar esse dinheiro, não repassar o dinheiro para o Garotinho, porque a intenção, pelo que eu entendi, era fazer candidato a deputado federal. Fazer o máximo de federal possível, não governador. Mas chegou uma hora que teve que dar, e eu sei que da gente saíram os R$ 3 milhões para ele”, relatou Saud.
O advogado de Anthony Garotinho disse, por telefone, que a doação da JBS foi feita de forma oficial ao partido.
O PR disse, por nota, que o ex-presidente do partido, Antônio Carlos Rodrigues, tem por norma não fazer comentários sobre conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário.
A reportagem não conseguiu contato com a empresa Ocean Link Solutions. O dono da empresa, André Luis Rodrigues, procurou a Polícia Federal, em Campos, em 2017 e delatou todo o esquema criminoso, que resultou na prisão de Garotinho, a mulher dele, Rosinha Garotinho e de mais seis pessoas. Além do recebimento dos R$ 3 milhões, o grupo também teria recebido dinheiro para campanha de empresas que, à época, prestavam serviço para a Prefeitura de Campos, na gestão de Rosinha, sob a alegação de que só fazendo a doação, receberiam os valores da prestação de serviço à prefeitura.
Depoimento do casal Garotinho
O processo em que Saud foi ouvido está em fase final. Nesta quarta-feira (18) serão interrogados os réus Rosinha e Anthony Garotinho.
Depois, defesa e acusação apresentarão as alegações finais e, em seguida, o juiz Ralph Manhães decidirá a sentença.
Além das informações sobre esse caso, Saud também reafirmou à Justiça o esquema da JBS com o PR. Segundo o delator, o partido recebeu R$ 40 milhões para usar em campanhas eleitorais.
Anthony Garotinho, no Fórum de Campos (Foto: Silvana Rust)
O ex-diretor da J&F, Ricardo Saud, disse à Justiça que a JBS, empresa do grupo, fez um repasse ilegal de R$ 3 milhões para a campanha de Anthony Garotinho na campanha de 2014 para o governo do Rio de Janeiro.
A informação foi divulgada pelo G1, nesta quarta-feira (18). Segundo o site de notícias, a TV Globo teve acesso ao depoimento, prestado quando Saud ainda estava preso, em fevereiro, em Brasília. Ele falou no processo eleitoral aberto após a operação Caixa D’Água, que prendeu Garotinho e a mulher dele, Rosinha Garotinho, ambos ex-governadores do Rio, e o ex-ministro dos Transportes e então presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues.
Questionado pelas autoridades sobre o repasse de R$ 3 milhões, ponto central do processo, Saud disse que o dinheiro foi levantado a partir de uma operação com notas frias. Segundo ele, a JBS firmou contratos falsos com uma empresa. De acordo com as investigações, a empresa se chama Ocean Link Solutions, o serviço não foi prestado e o dinheiro foi repassado à campanha.
“Não estava dando mais pra dar dinheiro em espécie, estava muito difícil conseguir o montante que a gente estava precisando. Nós pegamos e estávamos fazendo nota dissimulada. Contratos falsos, essas coisas, para poder pagar. E a empresa repassava para os candidatos”, afirmou Saud no depoimento.
O delator também contou que o ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues segurou, num primeiro momento, o repasse a Garotinho.
“O senador Antônio Carlos ficou umas três semanas tentando não dar esse dinheiro, não repassar o dinheiro para o Garotinho, porque a intenção, pelo que eu entendi, era fazer candidato a deputado federal. Fazer o máximo de federal possível, não governador. Mas chegou uma hora que teve que dar, e eu sei que da gente saíram os R$ 3 milhões para ele”, relatou Saud.
O advogado de Anthony Garotinho disse, por telefone, que a doação da JBS foi feita de forma oficial ao partido.
O PR disse, por nota, que o ex-presidente do partido, Antônio Carlos Rodrigues, tem por norma não fazer comentários sobre conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário.
A reportagem não conseguiu contato com a empresa Ocean Link Solutions. O dono da empresa, André Luis Rodrigues, procurou a Polícia Federal, em Campos, em 2017 e delatou todo o esquema criminoso, que resultou na prisão de Garotinho, a mulher dele, Rosinha Garotinho e de mais seis pessoas. Além do recebimento dos R$ 3 milhões, o grupo também teria recebido dinheiro para campanha de empresas que, à época, prestavam serviço para a Prefeitura de Campos, na gestão de Rosinha, sob a alegação de que só fazendo a doação, receberiam os valores da prestação de serviço à prefeitura.
Depoimento do casal Garotinho
O processo em que Saud foi ouvido está em fase final. Nesta quarta-feira (18) serão interrogados os réus Rosinha e Anthony Garotinho.
Depois, defesa e acusação apresentarão as alegações finais e, em seguida, o juiz Ralph Manhães decidirá a sentença.
Além das informações sobre esse caso, Saud também reafirmou à Justiça o esquema da JBS com o PR. Segundo o delator, o partido recebeu R$ 40 milhões para usar em campanhas eleitorais.
Terceira Via/Show Francisco
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