Trabalhadores levaram currículo para obra de possível shopping / Paulo Pinheiro
Em números gerais, o município de Campos ficou negativo no último Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho. Em março foram 4.560 admissões e 4.998 demissões, com saldo de menos 438 vagas. Por outro lado, ao analisar setor por setor, o quadro é bem otimista. É bem verdade que têm muitos projetos parados. Quando “há vagas”, formam-se filas enormes de pessoas esperando uma oportunidade para voltar ao mercado de trabalho. Na análise do economista José Alves de Azevedo Neto, por setor de atividade econômica, quando comparado março de 2018 com o mesmo período de 2017, vem ocorrendo recuperação da empregabilidade no município, mesmo que lentamente.
No setor de extrativismo mineral, explica, março de 2018 apresentou saldo líquido de um emprego. Enquanto no mês de março do ano de 2017 este quantitativo ficou negativo em quatro empregos formais.
— Na indústria de transformação, no ano de 2018, constata-se a redução do número de desempregados. Em 2017, 20 empregos foram eliminados, em março de 2018 o saldo líquido, embora ainda negativo, ficou em menos 14 postos de trabalho — diz.
Um setor que deu um salto no município foi o de serviços de utilidade pública. “No caso das concessionárias como Enel e outras, tanto em 2018 como em 2017 a empregabilidade foi positiva no mês de março. Em 2018 o segmento contratou 63 trabalhadores formais e no ano de 2017 foram 35”, conta. Bom destacar que também foi em março que o governo municipal começou a investir recursos para sanar problemas com a iluminação pública no município.
No setor de extrativismo mineral, explica, março de 2018 apresentou saldo líquido de um emprego. Enquanto no mês de março do ano de 2017 este quantitativo ficou negativo em quatro empregos formais.
— Na indústria de transformação, no ano de 2018, constata-se a redução do número de desempregados. Em 2017, 20 empregos foram eliminados, em março de 2018 o saldo líquido, embora ainda negativo, ficou em menos 14 postos de trabalho — diz.
Um setor que deu um salto no município foi o de serviços de utilidade pública. “No caso das concessionárias como Enel e outras, tanto em 2018 como em 2017 a empregabilidade foi positiva no mês de março. Em 2018 o segmento contratou 63 trabalhadores formais e no ano de 2017 foram 35”, conta. Bom destacar que também foi em março que o governo municipal começou a investir recursos para sanar problemas com a iluminação pública no município.
Investidores da Construção Civil ainda com receio / Antônio Leudo
Outro setor analisado foi a construção civil, que sempre representou positivamente a empregabilidade em Campos, antes da crise que já chega há três anos. “Em março de 2017 destruiu-se 135 postos de trabalho e em março de 2018 este quantitativo totalizou menos 36 desempregados. Este setor pelo que se observa, esboça reação em face da atual conjuntura de retração econômica”, constata.
Com alto potencial, o comercial, no estudo, mostra que houve diminuição no número de postos de trabalho eliminados. “Em março de 2017 perdeu-se 159 empregos e em 2018 este numerário caiu para menos 68. Constitui-se, sim, uma boa notícia”, reforça.
No caso da prestação de serviços, no ano passado Campos perdeu nove empregos, neste mês de março, foram 11 empregos a mais. “A administração pública ficou zerada tanto no ano passado como neste ano. Já o setor da agropecuária pujante, no que se refere à geração de empregos e renda na economia local, coincidentemente, eliminou 29 postos de trabalho em 2017 e em 2018 gerou o mesmo quantitativo, só que desta vez, ficou com o saldo positivo em 29 empregos formais. Diante destes números alentadores, pode-se afirmar, há uma possibilidade de reaquecimento do sistema econômico municipal”, finaliza.
Face do desemprego assusta quem precisa
Para quem lida diariamente com a face do desemprego o momento não é de total retomada. O economista José Alves diz que “há possibilidade de reaquecimento” e é o que espera o presidente do sindicato dos empregados da Construção Civil, José Eulálio.
— O mercado de emprego ainda está muito ruim. Têm projetos, mas os investidores estão com receio. A governabilidade não abriu canteiros de obras, o Estado está falido. E mesmo, o Porto do Açu, em São João da Barra, com o vazamento do mineroduto, desacelerou os investimentos da Andrade Gutierrez. A empresa iria absorver cerca de 3 mil trabalhadores só de Campos — explica Eulálio.
Existem aqueles que não perdem a esperança. Edmundo Batalha, de 45 anos, torce para ser chamado para o trabalho. Casado, pai de três filhos, ele está desempregado há sete meses. Ele era uma das centenas de trabalhadores que deixaram currículo na semana passada no antigo prédio do Rio Branco, onde se especula a construção do primeiro shopping de Guarus.
— Assim que soube, vim trazer o meu currículo. Vim na manhã de quarta, mas só iam receber os currículos a partir das 15h. Deixei para essa manhã (terça) e dei sorte, porque logo receberam o meu. Só pegaram o currículo e avisaram que vão entrar em contato. O que sabemos é que é vaga para trabalho na área da construção civil, para obra de um shopping em Guarus. Sou pedreiro e vou tentar uma chance de sair da fila do desemprego — disse.
Números do IBGE — Com base no primeiro trimestre de 2018, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,1%. No último trimestre de 2017, atingiu 11,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março de 2017, o desemprego havia sido de 13,7%. O total de desempregados no país chegou a 13,7 milhões, um aumento de 11,2% em relação ao trimestre anterior (12,3 milhões).
Governo atento aos resultados
A superintendência de Trabalho e Renda de Campos informa que, segundo o resultado do Caged, de janeiro a março de 2018, houve progressão em vários setores, como o setor de serviços, por exemplo. Apesar deste resultado positivo, diante da recessão pela qual o país atravessa, de uma forma geral, o número de admissões ainda tende a melhorar. “A expectativa é que esse número feche no positivo a partir de abril, quando haverá dados de absorção de mão de obra pela safra da cana-de-açúcar”, adianta o chefe de gabinete da SMTR, Vagner Basílio.
Áreas como construção civil, transporte e comércio são as que mais empregam e, consequentemente, as que mais sofrem os efeitos da crise econômica nacional, sendo responsáveis pela maior parte das demissões. “Tudo isso faz com que o município tenha que se reinventar e abra novos campos de trabalho em setores como a Agricultura. O governo municipal, através da SMTR, acompanha de perto os resultados do Caged para que, com isso, consiga segmentar a qualificação profissional de acordo com a vocação de cada munícipe”, explica.
O Espaço da Oportunidade está localizado nos altos da Rodoviária Roberto Silveira, no Centro, e conta atualmente com mais de 180 vagas disponíveis em diferentes áreas, atendendo uma média de 115 pessoas por dia. Em abril, foram empregadas 24 pessoas em trabalhos com carteira assinada.
Com alto potencial, o comercial, no estudo, mostra que houve diminuição no número de postos de trabalho eliminados. “Em março de 2017 perdeu-se 159 empregos e em 2018 este numerário caiu para menos 68. Constitui-se, sim, uma boa notícia”, reforça.
No caso da prestação de serviços, no ano passado Campos perdeu nove empregos, neste mês de março, foram 11 empregos a mais. “A administração pública ficou zerada tanto no ano passado como neste ano. Já o setor da agropecuária pujante, no que se refere à geração de empregos e renda na economia local, coincidentemente, eliminou 29 postos de trabalho em 2017 e em 2018 gerou o mesmo quantitativo, só que desta vez, ficou com o saldo positivo em 29 empregos formais. Diante destes números alentadores, pode-se afirmar, há uma possibilidade de reaquecimento do sistema econômico municipal”, finaliza.
Face do desemprego assusta quem precisa
Para quem lida diariamente com a face do desemprego o momento não é de total retomada. O economista José Alves diz que “há possibilidade de reaquecimento” e é o que espera o presidente do sindicato dos empregados da Construção Civil, José Eulálio.
— O mercado de emprego ainda está muito ruim. Têm projetos, mas os investidores estão com receio. A governabilidade não abriu canteiros de obras, o Estado está falido. E mesmo, o Porto do Açu, em São João da Barra, com o vazamento do mineroduto, desacelerou os investimentos da Andrade Gutierrez. A empresa iria absorver cerca de 3 mil trabalhadores só de Campos — explica Eulálio.
Existem aqueles que não perdem a esperança. Edmundo Batalha, de 45 anos, torce para ser chamado para o trabalho. Casado, pai de três filhos, ele está desempregado há sete meses. Ele era uma das centenas de trabalhadores que deixaram currículo na semana passada no antigo prédio do Rio Branco, onde se especula a construção do primeiro shopping de Guarus.
— Assim que soube, vim trazer o meu currículo. Vim na manhã de quarta, mas só iam receber os currículos a partir das 15h. Deixei para essa manhã (terça) e dei sorte, porque logo receberam o meu. Só pegaram o currículo e avisaram que vão entrar em contato. O que sabemos é que é vaga para trabalho na área da construção civil, para obra de um shopping em Guarus. Sou pedreiro e vou tentar uma chance de sair da fila do desemprego — disse.
Números do IBGE — Com base no primeiro trimestre de 2018, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,1%. No último trimestre de 2017, atingiu 11,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março de 2017, o desemprego havia sido de 13,7%. O total de desempregados no país chegou a 13,7 milhões, um aumento de 11,2% em relação ao trimestre anterior (12,3 milhões).
Governo atento aos resultados
A superintendência de Trabalho e Renda de Campos informa que, segundo o resultado do Caged, de janeiro a março de 2018, houve progressão em vários setores, como o setor de serviços, por exemplo. Apesar deste resultado positivo, diante da recessão pela qual o país atravessa, de uma forma geral, o número de admissões ainda tende a melhorar. “A expectativa é que esse número feche no positivo a partir de abril, quando haverá dados de absorção de mão de obra pela safra da cana-de-açúcar”, adianta o chefe de gabinete da SMTR, Vagner Basílio.
Áreas como construção civil, transporte e comércio são as que mais empregam e, consequentemente, as que mais sofrem os efeitos da crise econômica nacional, sendo responsáveis pela maior parte das demissões. “Tudo isso faz com que o município tenha que se reinventar e abra novos campos de trabalho em setores como a Agricultura. O governo municipal, através da SMTR, acompanha de perto os resultados do Caged para que, com isso, consiga segmentar a qualificação profissional de acordo com a vocação de cada munícipe”, explica.
O Espaço da Oportunidade está localizado nos altos da Rodoviária Roberto Silveira, no Centro, e conta atualmente com mais de 180 vagas disponíveis em diferentes áreas, atendendo uma média de 115 pessoas por dia. Em abril, foram empregadas 24 pessoas em trabalhos com carteira assinada.
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