terça-feira, 2 de outubro de 2018

Casarão do Asilo do Carmo passará por obras emergenciais

A verba de R$ 1,5 milhão foi liberada pelo Ministério da Cultura; solar de arquitetura colonial foi construído em 1846


Asilo do Carmo (Foto: Silvana Rust)

O Solar de Santo Antônio, casarão histórico em Campos, deve passar por obras emergenciais para recuperação do telhado de estabilização estrutural. Construído na fase áurea do ciclo da cultura do açúcar, o solar de arquitetura colonial foi construído em 1846 e é patrimônio tombado desde 1946.

A verba de R$ 1,5 milhão foi liberada pelo Ministério da Cultura (MinC) na semana passada e o processo encontra-se em fase de preparação técnica no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda sem data para publicar o edital para a licitação de contratação da empresa que será responsável pela obra, segundo informou o Iphan.

A construção é um solar típico, com 14 janelas na fachada principal e acesso por um lance de escadas semicircular que conduz a um pátio frontal cercado com grades de ferro trabalhadas. O local serviu de hospedagem a D. Pedro II em sua primeira visita a Campos dos Goytacazes e atualmente pertence à Associação Mantenedora do Asilo de Nossa Senhora do Carmo, que funciona no terreno e abriga 60 idosos em uma construção irregular ao lado do casarão.


Risco de perda
Segundo o Iphan, o solar está em “estado avançado de degradação” e com “risco de perda iminente” do casarão. Entre os problemas estão estruturas danificadas, lajes comprometidas, presença de mofo, infiltrações, acúmulo de material inutilizado, cupim, poeira e indícios de presença de roedores e insetos que transmitem doenças.

Além disso, o instituto identificou irregularidades como finalidade de uso do imóvel incompatível com o objetivo da construção; placas de propaganda no jardim; e a construção do prédio anexo gerou infiltrações no bem tombado.

A obra só pode começar depois que os idosos forem realocados, pois será necessário um tratamento químico com duração de cerca de 45 dias para eliminar pragas. Em 2014, o Iphan devolveu R$1 milhão que havia sido disponibilizado para o trabalho, que não pôde ser feito na ocasião porque os idosos não foram realocados.

Segundo a prefeitura de Campos dos Goytacazes, a verba foi obtida graças ao trabalho da administração municipal, por meio de emenda parlamentar. A prefeitura informou que está na tratativa para disponibilizar um espaço adequado para o remanejamento, que tenha “conforto, segurança e acessibilidade para os idosos do Asilo Nossa Senhora do Carmo”. Informou também que “trabalha para que esta situação possa ser resolvida o quanto antes”.

A Associação Mantenedora do Asilo de Nossa Senhora do Carmo foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou sobre a questão.

Fonte: Agência Brasil

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