Investigação da Polícia Federal em Campos levou ex-vereador a perder o cargo e a passar cinco dias preso em 2016
POR BLOG DOS JORNALISTAS
Thiago Virgílio foi afastado da Câmara (Foto: JTV)
Preso por envolvimento no esquema de compra de votos que ficou conhecido como Chequinho, o vereador cassado Thiago Virgílio (PTC) usou seu perfil pessoal em uma rede social para atacar a Polícia Federal (PF), corporação que o investigou e encarcerou por cinco dias entre outubro e novembro de 2016. Mirou o delegado Paulo Cassiano, mas acertou toda a equipe que atua em Campos ao sugerir vista grossa contra crimes que não se deu o trabalho de enumerar.
Na postagem, Virgílio compartilhou um artigo escrito pelo delegado para o Jornal Terceira Via, com qual colabora escrevendo textos de opinião quinzenais. O texto, intitulado “O reino de Zezinho”, fala sobre a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) de censurar matéria que trazia denúncia sobre si próprio no site O Antagonista e na Revista Crusoé.
A postagem do vereador cassado, porém, nada tem a ver com o texto — embora a escolha por este e não outro talvez deixe transparecer seu o gosto pessoal por medidas autoritárias e censura judiciária, métodos caros ao seu fiador político, o ex-governador Anthony Garotinho (PRP).
Escreveu Virgílio: “O Delegado da Polícia Federal, Dr Paulo Cassiano ainda está trabalhando em Campos? Ninguém ouve falar mais nele. Pensei que estava em outro estado. Doutor Paulo Cassiano, olhe pelo município. O couro está comendo, mas pelo visto ninguém está vendo… Lamentável!”
Veja a postagem abaixo:
Para o delegado, a declaração sugere conhecimento de crimes “da alçada da Polícia Federal” cometidos no município. “Em vez de ficar alardeando tais fatos exclusivamente pelas mídias sociais, sugiro que o ex-vereador procure a Delegacia e faça a denúncia de todos os fatos criminosos de que ele tenha notícia. O caso será investigado com imparcialidade e empenho”, disse Paulo Cassiano, aproveitando “a oportunidade para agradecer pelo compartilhamento do artigo publicado no jornal Terceira Via”.
Se a intenção era manobrar a militância contra o trabalho da PF, porém, Virgílio fracassou. Carente de qualquer coisa que sustente a afirmação para além do campo da ilação, a postagem não teve sucesso sequer entre a torcida garotista, que tem no vereador cassado um de seus principais cheerleaders. Soma 13 reações, um compartilhamento e seis comentários — dois deles do próprio autor.
Enquanto digitava, Virgílio aguardava decisão do STF sobre sua condenação a cinco anos e quatro meses de prisão e oito anos de inelegibilidade por compra de votos, já confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O Jornal Online Terceira Via tentou contato telefônico com o vereador cassado, sem sucesso.
Fonte:Terceira Via
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